domingo, 29 de agosto de 2010

Nos tempos de abandono

(Reprodução)

Clique na imagem para ampliá-la

A velha e secular Fortaleza de São José de Macapá numa fase de completo abandono.
-------------------------------------------------------------
Nota do Editor:
Reproduzo na íntegra o comentário de nosso leitor e colaborador do Porta-Retrato, Aloisio Cantuária, sobre o abandono da Fortaleza de São José:

Disse Aloisio:

Alô, João.
O abandono da fortaleza era antigo, remontando à época do Império, até à criação do Território do Amapá.
De acordo com Arthur Vianna, a fortaleza ficou incompleta, "destinada ao despreso dos governos que a olharam sempre com menospreso". Segundo o autor, "das mãos do governo português passou a fortaleza, em 1824, para as mãos do governo imperial, e esta transferência serviu apenas para consolidar o indiferentismo com que a tratava a metrópole. (As Fortificações da Amazônia, 1905, p. 289). Abandonada, a fortaleza teve vários usos; foi usada até como curral de animais. A situação de abandono começa a desaparecer a partir da criação do Território do Amapá em 1943, conforme informa Estácio Vidal Picanço, com sua primeira restauração (Informações sobre a História do Amapá, 1981, p. 67). No governo Janary Nunes, a fortaleza passou a sediar o Comando da Guarda Territorial.

Em minhas pesquisas sobre a Fortaleza de São José de Macapá, me deparei com uma informação terrível, pior do que o abandono ao qual foi deixada. Encontrei uma sugestão que, se materializada, hoje não teríamos esse monumento para apreciar. Mas vamos aos fatos.
O historiador Adler Homero Fonseca de Castro, em seu trabalho "O Fecho do Império: História das Fortificações do Cabo Norte ao Amapá de Hoje", informa que o senhor Afonso Justiniano de Mello, autor do Relatório do Comando da Fortaleza de São José de Macapá, de 18 de agosto de 1876, sugeriu derrubar a fortaleza e, com seu entulho, aterrar os pântanos que circundavam a cidade. Sua intenção era preservar a saúde dos moradores de Macapá de doenças como a malária. Como sabem os moradores mais antigos de Macapá, a área do comércio e adjacências, por ser alagada, era cheia de pontes, como atestam as fotografias antigas. O texto de Adler Homero Castro está no livro "Nas terras do Cabo Norte" (Belém: Editora da UFPA, 1999, pp. 129-193). O teor do relatório do senhor Afonso Justiniano de Mello aparece na pag. 192. O livro é difícil de ser encontrado. Mas em Macapá encontrei, para consulta, na Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda, na rua São José.

Um abraço,

-----------------------------------------------------

2 comentários:

  1. Alô, João.
    O abandono da fortaleza era antigo, remontando à época do Império, até à criação do Território do Amapá.
    De acordo com Arthur Vianna, a fortaleza ficou incompleta, "destinada ao despreso dos governos que a olharam sempre com menopreso". Segundo o autor, "das mãos do governo portuguez passou a fortaleza, em 1824, para as mãos do governo imperial, e esta transfencia serviu apenas para consolidar o indifferentismo com que a tratava a metropole. (As Fortificações da Amazônia, 1905, p. 289). Abandonada, a fortaleza teve vários usos; foi usada até como curral de animais. A situação de abandono começa a desaparecer a partir da criação do Território do Amapá em 1943, conforme informa Estácio Vidal Picanço, com sua primeira restauração (Informações sobre a História do Amapá, 1981, p. 67). No governo Janary Nunes, a fortaleza passou a sediar o Comando da Guarda Territorial.

    Em minhas pesquisas sobre a Fortaleza de São José de Macapá, me deparei com uma informação terrível, pior do que o abandono ao qual foi deixada. Encontrei uma sugestão que, se materialiazada, hoje não teríamos esse monumento para apreciar. Mas vamos aos fatos.
    O historiador Adler Homero Fonseca de Castro, em seu trabalho "O Fecho do Império: História das Fortificações do Cabo Norte ao Amapá de Hoje", informa que o senhor Afonso Justiniano de Mello, autor do Relatório do Comando da Fortaleza de São José de Macapá, de 18 de agosto de 1876, sugeriu derrubar a fortaleza e, com seu entulho, aterrar os pântanos que circundavam a cidade. Sua intenção era preservar a saúde dos moradores de Macapá de doenças como a malária. Como sabem os moradores mais antigos de Macapá, a área do comércio e adjacências, por ser alagada, era cheia de pontes, como atestam as fotografias antigas. O texto de Adler Homero Castro está no livro "Nas terras do Cabo Norte" (Belém: Editora da UFPA, 1999, pp. 129-193). O teor do relatório do senhor Afonso Justiniano de Mello aparece na pag. 192. O livro é difícil de ser encontrado. Mas em em Macapá encontrei, para consulta, na Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda, na rua São José.

    Um abraço,

    ResponderExcluir
  2. Ok. Aluisio...
    Muito interessante sua pesquisa.
    A sociedade agradece!
    grande abraço

    ResponderExcluir

MEMÓRIA DA CULTURA AMAPAENSE > DONA VENINA, GRANDE DAMA DO MARABAIXO DO AMAPÁ

Tia Venina marcou a história das mulheres da família e do Quilombo do Curiaú, situado na Zona Rural de Macapá. A sua trajetória é uma inspir...