Hoje, prestamos justa homenagem à essa pioneira do magistério
amapaense, que desde muito jovem foi trabalhar no recém-criado Território
Federal.
Falamos em Raymunda Aciné Garcia Lopes de Souza que nasceu em
Belém (PA), em 18 de março de 1926, filha de Judith Medeiros Garcia e de João
de Brito Monteiro.
Dona Judith foi bordadeira da fábrica confiança em Belém e ao
chegar em Macapá passou a costurar para senhoras da cidade; seu João, músico, saxofonista,
viveu sua infância e adolescência na Rua Domingos Marreiros – Bairro do
Umarizal, onde permaneceu até ir para Macapá.
(Reproduções Google images) |
Como toda jovem, Raymunda Aciné frequentou a escola e fez o
curso primário, da alfabetização até a 1ª série, na Escola João Carlos Nascimento
da professora Mariana Tupiassu de Souza; 2ª serie no grupo Escolar Dr. Freitas
e de 1936 a 1938 no Grupo Escolar Barão do Rio Branco, onde concluiu o primeiro
grau.
(Reprodução) |
Estudou de 1939 até 1943 na Escola Normal do Pará,
tradicional escola paraense por onde passou a maioria das jovens paraenses e
que formou dezenas delas que foram para o Amapá.
Raymunda Aciné se formou em março de 1944, nesse mesmo ano
viajou junto com sua mãe na lancha Amapá na companhia do primeiro governador do
Território Federal do Amapá capitão Janary Gentil Nunes, e assim iniciou suas atividades
de professora normalista.
Aciné conta que ao chegar em Macapá foi instalada na casa do
Sr. Acésio Guedes, depois foi alojada na residência de uma família judia, e
algum tempo depois passou a morar com a professora Maria Carolina até conseguir
a casa cedida pelo governo na rua General Gurjão, no Bairro Alto, isso nos idos
de 1952.
Alguns anos depois chegou de Belém o sobrinho do Sr.
Cleveland Cavalcante, o jovem Altevir, que se juntou ao grupo de jovens que se
reuniam para ir aos bailes e, de festa
em festa, foi assim que se conheceram, namoraram, noivaram e casaram em
31-05-1956 no civil no Fórum de Macapá e no religioso na Catedral de São José.
Dessa relação nasceram três filhos Rivetla, Roseanne e
Marcellino, e dois netos Bruno e Eric.
A história da professora Aciné, como era conhecida no
magistério, tem seus compassos e muitos deles foram aventuras pedagógicas nos
cerrados amapaenses.
Sua admissão nos quadros do recém-criado Território Federal
do Amapá, aconteceu em 29 de maio de 1944, como professora Classe ‘F’. Em 1945
foi dispensada e deu continuidade aos seus estudos no período de 1946 a 1948 no
Instituto de Educação do Pará, formando-se no Pedagógico em 1948. Em 5 de abril
de 1950 readmitida nos quadros como professora Classe ‘B’ e em 20 de setembro
de 1963 foi definitivamente enquadrada como Assistente de Educação 14-A.
Neste interim Aciné deu continuidade aos estudos superiores e
cursou de 1972 a 1973 Licenciatura em Letras pela UFPA, no Núcleo Amapá, na
Escola Tiradentes e a complementação em Plena em Letras Português/Francês. Além
disso durante sua vida funcional cursou dezenas de ações educativas voltadas
para ampliação e aperfeiçoamento educacional, além das suas atividades
administrativas que passou a exercer como gestora escolar e de administração
pública.
Raymunda Aciné exerceu grande liderança, influenciou e apoiou
ações de atividades voltadas para uma educação exitosa no Amapá, dentro das
áreas desportivas e literárias.
Participou de encontros, congressos, seminários e atividades fins que envolviam administração e supervisão escolar e foi uma das amapaenses que participou da implantação da nova legislação educacional a LDBE 5692/71. Recebeu centenas de portarias e diplomas de elogios e Honra ao Mérito pela dedicação à educação amapaense.
Participou de encontros, congressos, seminários e atividades fins que envolviam administração e supervisão escolar e foi uma das amapaenses que participou da implantação da nova legislação educacional a LDBE 5692/71. Recebeu centenas de portarias e diplomas de elogios e Honra ao Mérito pela dedicação à educação amapaense.
No exercício de gestão escolar, dirigiu o Grupo Escolar de
Mazagão em (1961/1963), e o Instituto de Educação do Território do Amapá (IETA)
de (1969/1972)(fotos). Chefiou o Ensino de Primeiro Grau em 1972. Em 1974 respondeu pelo
cargo de secretária de Educação e Cultura e passou a ser interina no mesmo ano.
Professora Aciné foi designada e compôs diversas comissões de importância dentro
do sistema educacional do Amapá, desde a organização da Semana da Pátria e
Bancas Examinadoras, assim como representante amapaense em encontros nacionais voltados
para alavancar o sistema de ensino. Participou de inaugurações de prédios
escolares e da implantação do Ensino de 2º Grau (hoje Ensino Médio) no Amapá. Compôs
e coordenou a Comissão de Legislação de Ensino da SEC. Administrou a Escola
Barroso Tostes em 1978, participou da Prevenção ao uso de tóxicos por
estudantes. Em 1981, compôs o Plenário do Conselho de Educação do Amapá.
Aciné fez uma promessa de ir ao Amapá, fazer o lançamento de
sua obra em Macapá e reencontrar os amigos. O livro de Raymunda Aciné será
doado.
Texto de Reinaldo Coelho, adaptado ao blog Porta-Retrato.
Matéria completa você lê na edição nº 613 do Jornal Tribuna
Amapaense
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