A “vetusta” (velha) Fortaleza de São José - inaugurada em 19 de março de 1782 - é o segundo mais importante monumento histórico de Macapá. Vem depois da igreja Matriz de São José, inaugurada em 5 de março de 1761.
Visão geral da área da Fortaleza de Macapá, totalmente tomada pelo mato, e com clara evidência de abandono, com sério comprometimento da estrutura física dos prédios situados na área interna do forte. Em muitos deles, com o telhado totalmente destruido. Ao fundo da foto vemos um prédio com paredes altas e sem telhado que é a entrada principal do forte.
Do período colonial ao
Brasil Império, a Fortaleza de São José de Macapá foi ocupada e utilizada por
pelotões das respectivas guardas, portuguesa e Imperial, atendendo aos
interesses estratégicos. Porém, com o advento da Proclamação da República em
1889, e a participação do Brasil na conjuntura Internacional da economia de
mercado, a Fortaleza gradativamente perde sua função principal e entra num
processo de total abandono, situação esta que permitiu o saque de vários
objetos como artefatos de guerra, canhões, pedras e tijolos, etc.
Nesta foto, tirada (ao que parece de cima do faról) a partir do baluarte N.S. da Conceição, vemos a parte dos fundos da Fortaleza de Macapá, onde muitos anos mais tarde foi instalada a estrutura do Círculo Militar. Ao fundo, vemos parte do rio Amazonas e uma faixa de terra que seria hoje a avenida beira rio até a localidade do Araxá, às margens do Amazonas.
Foto do lado norte da Fortaleza de Macapá, mostra o aspecto de abandono do forte, às margens do Igarapé do Igapó (também chamado Fortaleza). Foto, (ao que parece) também tirada do mesmo local das anteriores, presumivelmente, do alto do farol.
Muito embora, algumas vezes a
Fortaleza estivera sujeita aos serviços de capina por ordem de intendentes do
município de Macapá, mas o longo período de abandono estende-se até 1946,
quando na Fortaleza se instalou o Comando da Guarda Territorial (policia
ostensiva) órgão do recém criado Territorial Federal do Amapá (1943). E para
tal efetivação, este Comando realizou grandes serviços, como a reposição dos
telhados arruinados de quatro prédios e da Casa de Órgão; confecção em madeira,
de janelas, portas e portões, reutilizando peças originais como dobradiças,
ferrolhos e cravos, por ali encontrados sob os escombros; capina (interna e
externa), além de retirada dos arbustos dentre as pedras das muralhas, assim
como a eliminação de frondosas árvores crescidas nos Terraplenos cujas raízes
impactaram os tetos abobadados das casamatas, provocando seríssimas;
restaurações de vários pontos degradados, como a substituição de tijoleiras dos
pisos, muretas e rampas de acesso; desobstrução dos mais aparentes Canais de
Drenagem das Águas Pluviais; Confecção em madeira das carretas que servem de
bases para os canhões. Sabendo que todo este trabalho não teve o devido
acompanhamento técnico em restauração, mas é reconhecida a competência que
tiveram em realizá-lo ao buscarem aproximação com a realidade original,
representando desta forma, uma vertente do processo de restauração.
Nesta foto tirada a partir da terra firme, vemos, sob outro ângulo, o lado norte da Fortaleza onde passava o leito do Igarapé do Igapó. Nota-se o baluarte N. S. da Conceição, destacando também o faról, que foi instalado no início do século 20.
Nas duas fotos acima vemos uma equipe de visitantes - a maioria com uniformes militares - efetuando inspeção nas áreas de entorno do forte, que estava há muito anos totalmente abandonado e totalmente tomado pelo mato alto, e com as instalações seriamente comprometidas, e - as peças em madeiras - totalmente destruídas e demoronadas.
A ocupação e utilização desse
Monumento Histórico pelo Governo do Território do Amapá, revitalizado e
destacando sua importância e o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico
Nacional - IPHAN, se interessa procedendo o Tombamento sob o Processo nº
423/T/50, inscrição nº 269 do livro de Tombo Histórico em 22 de março de 1950.
Em 1979, a Delegacia do Serviço do
Patrimônio da União - DSPU, concede a cessão da Fortaleza ao Governo do
Território Federal do Amapá, através de um Termo de Entrega para fins de
preservação, neste sentido são realizados alguns serviços emergênciais no
monumento, mas sem o devido acompanhamento técnico em restauração. Destaca-se
que o Termo de Entrega referido deveria ser ratificado em dois anos, o que não
ocorreu. Mesmo assim, o Governo do Território continuou executando os serviços
visando a preservação e a conservação do Patrimônio Histórico.
Texto de Hermano Araújo - Historiador
Fotos: Reproduções/Google images
Fonte: Informações históricas: site do Governo do Amapá
Este blog é magnífico. Tenho muita curiosidade pela história do meu Estado.
ResponderExcluirMuito legal o blog, parabens!
ResponderExcluirMuito bom. Especialmente saber que teve o trabalho de muitos para a preservação
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