quinta-feira, 25 de abril de 2013

ESPECIAL: Vadoca, o pioneiro da alfaiataria no Amapá



Édi Prado *

Vicente Valdomiro Tavares Ribeiro nasceu em Macapá, quando ainda era Pará, no dia 7 de setembro de 1932. Ano passado ele inteirou 80 anos e mais parece um rapazinho que se prepara para ir “dar uma volta no arraial de São José”. Corpo esguio e andar ainda de jogador de futebol em plena forma. Ele é pioneiro na arte da alfaiataria em Macapá. Este é o Vadoca, ex-atleta do Esporte Clube Macapá e Trem Desportivo Clube nas décadas de 40 e 50.

Vadoca é filho de Celso Ataíde Ribeiro e D. Amelina de Carvalho Ribeiro.  Moravam na Rua da Praia, local onde está o Macapá Hotel. “Era uma vila com vinte e poucas casas. Bem na frente de casa tinha  um cais onde atracavam barcos que vinham das ilhas”, relembra.

Ele foi um dos agraciados a receber as primeiras lições na casa da Professora Guíta, que morava na Av. General Gurjão, quase esquina com a Rua São José. “Era o começo de Macapá”, conta.
Casou em 1955 com D. Ednéia dos Santos Ribeiro com quem teve nove filhos: Mário Sérgio, Valdo, Lico, Lúcia, Tanha, Rosália, Sônia e Sandra. A Valdonéia faleceu bem jovem.  A D. Ednéia “viajou para junto de Deus” há um ano e um mês.

 “Todos os meus filhos estão formados. A minha esposa era professora. Ela em sala de aula e eu na máquina Singer, criamos todos os filhos, graças a Deus. Já me aposentei e continuo trabalhando. Não sei ficar parado. Gosto de minha oficina. E como durmo cedo e acordo cedo, ainda tenho muita energia”, revela  o segredo da longevidade.

A 1ª Escola  Barão do Rio Branco só foi construída em 1944, com a chegada do governador Janary Nunes. “Estudei até a quinta série primária no Grupo Barão. Tive que trabalhar desde cedo para ajudar no sustento da família. Mas me formei em minha profissão e meu mestre, Pedro Ribeiro era exigente. Ou aprendia ou pulava fora”, se orgulha.

O Pedro Ribeiro veio de Belém. Aqui ele casou com D. Carmosina, que era viúva  e dona do único Cartório. A minha irmã, Gelina era amiga dele e me colocou para aprender o ofício. “Eu tinha 10 anos de idade. Estudava de manhã e a tarde ia para a oficina. Foram 20 anos de aprendizado. Só assim fui promovido à oficial. A segunda alfaiataria funcionava onde era a Casas Pernambucanas e hoje uma agência bancária. 

Quando fui para a Escola Industrial, antigo GM , já estava em condição de ensinar. Os professores da época era Erundino do Espírito Santo e Hermínio”,  relembra.

E nas horas vagas e finais de semana, a grande concentração era no campo de futebol,  onde é hoje a Praça Veiga Cabral . Em jogos oficiais eram colocadas cordas para cercar a praça e quem quisesse ver o jogo de perto, tinha que pagar. 

“Eu tinha 14 anos e num jogo entre Macapá e Amapá, o titular do Macapá estava “batido” e o técnico me convocou. Ganhamos de 4 X 2 e nunca mais sentei no banco de reserva”, gaba-se.
Errata: A foto, datada de 1948 foi feita em 1950.
Ele atuou na equipe do Esporte Clube Macapá de 1946 a 1950. “Em 1950 quando Janary Nunes construiu  o Estádio Glycério Marques eu já estava na equipe do Trem Desportivo Clube. E essa foto aí, datada de  1948  está errada. O ano correto é 1950”, corrige.
Nesta foto do Esporte Clube Macapá estão os atletas. Em pé da esquerda para direita: Sabazão, Muringueira, Aracati, Aristeu, Amujaci, Aristeu II, Ismael, Mário Santos (treinador).
Agachados, da esquerda para direita:  Oliveira, Pigmeu, Dedeco, Vadoca e Roxinho.

* Édi Prado1º jornalista formado  de Macapá. Cursou jornalismo na Faculdade de Comunicação e Turismo Hélio Alonso – Facha – turma de 1982 e retornou a Macapá  em 1985 e foi um dos fundadores do Jornal do Dia (1987).

Fotografias: Edi Prado

Comentário de José Lima: “Um dos pioneiros da alfaiataria no Amapá também foi meu pai Sr.ATAÍDE o BARBUDO; meu pai chegou em Macapá no término da segunda guerra em 1943, foi primeiro alfaiate do então primeiro governador do Amapá nosso saudoso Coronel Janary Nunes a época; saudade de meu paizinho.....depois vieram outros como FORMIGA/PEDRO/HERUNDINO/CHUNDA/MARAPANIN inclusive trabalhou com meu pai, o pai de nosso amigo ALFREDO INAJOSA, tiveram outros que fizeram história da alfaiataria do ex-território do Amapá hoje estado do Amapá. Herundino era pai do BIRA/ALDO/MARCO ANTONIO/HAROLDO/ASSIS/, trabalhava na fortaleza de Macapá onde confeccionava fardamento dos guardas territoriais.”

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