sexta-feira, 19 de abril de 2013

O Pioneiro: Wilson Carvalho

João Wilson Santos Carvalho, nasceu em Belém do Pará, em 11 de março de 1919, foi para Macapá no fim da Guerra, após baixa no exército, e logo se tornou uma figura muito popular, não apenas pelo vozeirão que usava para abafar seus opositores quando discutia futebol ou política, mas também pelo seu permanente bom humor, capaz de alegrar qualquer ambiente em que se encontrasse.
No futebol torcia pelo Paissandu e pelo Esporte Clube Macapá, do qual foi atleta, e na política ficou conhecido pela honestidade intransigente, pela ideologia trabalhista e por ser sempre de oposição. Quando Janary Nunes (que foi seu padrinho de casamento) e o PSD detinham o poder absoluto no Amapá, Wilson Carvalho lutava pelo PTB. Quando o regime militarista implantou o bipartidarismo, e a ARENA representava a situação, Wilson era do MDB (onde ficou conhecido pelo bordão “O MDB é do povo e o povo é do MDB”), e quando o PDS (depois o PFL) sucedeu a Arena, ficou no PMDB de Ulisses Guimarães.
Wilson Carvalho sempre procurou manter uma independência em relação ao governo. Era guarda-livros formado pelo Grêmio Comercial Português do Pará, vivia de um escritório de contabilidade e corretagens que funcionou muito tempo na esquina da Av. Presidente Vargas com a Rua São José, até que o prédio foi demolido para o alargamento das duas ruas, mas mesmo com sua atitude independente, participou intensamente da vida de Macapá, e esteve presente na criação de várias instituições importantes para o Amapá, como a Associação Comercial, a União dos Motoristas, o Colégio Comercial e a Loja Maçônica Duque de Caxias, entre outras. Foi jornalista da “Folha do Povo”, corretor de seguros, corretor de imóveis, motorista de “carro de praça”, representante do SDDA no Amapá, Conselheiro do Banco da Borracha e Superintendente da SUNAB, sem deixar de lado sua atividade política.
Casou-se em 1948 com Maria José (D. Yolanda) Savino Carvalho e teve quatro filhos: Wilma (funcionária aposentada da Auditoria do TFA), Wilibaldo (advogado e servidor aposentado do TRE/AC), Wilson (professor da UNIFAP) e Antônio de Urucânia (auxiliar de perito na Polícia Técnica/AP), e ainda viveu para ver o nascimento de doze de seus treze netos: Sabrina (advogada e professora), Fábio (advogado público), André (policial), Alexandre (administrador), Wilson (advogado), Wiliane (enfermeira), Gabriela (estudante), Soraia Carvalho (jornalista), Wilson Jr (servidor da RFB), Felipe (advogado), Enzo (autônomo), Rafaela (biomédica), Marco (estudante) e Vitor (estudante). Bisnetos: Davi, Andrezza, Sara Yolanda, e Amanda.
Construiu e morou a maior parte da sua vida em um sobrado na Av. Ernestino Borges, construção que resiste até hoje na esquina com a Rua São José, onde Wilson Carvalho foi, até sua morte em 1992, personagem principal da sombra de uma mangueira onde se jogava dominó, discutia-se política e futebol e, principalmente, ria-se muito. Após sua morte, acabou também esse espaço de lazer, mas ele é lembrado do lado oposto da cidade, onde deu nome à Av. Wilson Carvalho, no bairro do Zerão. (Wilson Jr.)
Fonte: Dados do livro Personagens Ilustres do Amapá, Vol. I, de Coaracy Barbosa, 1997, com atualizações do professor Wilson Jr., filho do homenageado.    

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