Com a devida licença do amigo Ray Cunha, trago hoje para os
amigos leitores do Porta-Retrato, um registro raro do jornalista, poeta e
escritor amapaense, ao lado do Rei Roberto Carlos.
A foto é de 1976, quando ele era repórter do jornal “A Notícia,
diário de Manaus”, já extinto. Foi o segundo jornal em que Ray trabalhou. O
primeiro, também de Manaus, em 1975, foi o Jornal do Commercio, onde começou a
carreira, como repórter policial. Era autodidata, pois tinha apenas o terceiro
ano do antigo curso ginasial; só se graduou em jornalismo 12 anos depois, em
1987, pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
Ray também trabalhou no jornal O Estado do Pará, por volta de
1978.
Ray conta detalhes da entrevista com o Rei: “A produção do jornal conseguiu entrevista exclusiva com Roberto, que fora
apresentar-se em Manaus e estava hospedado no Hotel Amazonas, centro da cidade.
O chefe de reportagem instruiu-me a perguntar ao Rei se ele usava meia de
mulher como touca, antes dos shows. Pergunta bizarra, mas que satisfaria o
suposto perfil dos leitores do jornal, que tendia ao sensacionalismo. Tudo bem!
O problema era que o gravador estava falhando, e isso foi meu terror, porque se
chegasse à redação sem a entrevista meu destino estaria selado: rua. Aí, só me
restaria mudar de cidade, pois saberiam disso no jornal concorrente, A Crítica,
e eu não teria para onde correr. ”
“Fui fazer a entrevista. No hotel, nos conduziram - o
fotógrafo e eu - ao corredor do apartamento do Rei, onde fomos recebidos por
dois seguranças. Roberto não nos recebeu no apartamento, mas, depois de
aparentemente se arrumar, saiu do apartamento, que, suponho, fosse modesto,
pois que o hotel, salvo engano, era três estrelas, e me deu a entrevista no corredor.
”
“O Rei é um sujeito carismático. Me deixou à vontade e me
senti como se fosse velho amigo dele. Perguntei-lhe sobre o negócio da meia,
assunto que fora objeto de revista de fofoca. Ele me respondeu numa boa. Mas
não me lembro do teor da entrevista, pois estava preocupado com o gravador, de
olho nele, vigiando o rolo de fita girando. Era um velho gravador de tamanho
médio. Assim, não prestei atenção à fala do Rei. Mais tarde, na redação, desgravando
a entrevista, vi o quanto ela foi burocrática. Mas tudo bem! Restou uma
fotografia com o Rei. ”!
Ray Cunha e Roberto
Carlos, no antigo Hotel Amazonas, no centro de Manaus – 1976
Fonte: Facebook ( goo.gl/mqGmY1 )
Ray Cunha nasceu em
Macapá, a capital do estado do Amapá, cidade situada na confluência da Linha
Imaginária do Equador com o maior rio do planeta, o Amazonas.
Filho do Sr. João Raimundo Cunha
e de Dona Marina Pereira Silva Cunha.
Irmão de Paulo,
Lindomar, Pedro (falecido), Ismeraldina, João, Francisco (falecido), Olivar,
Raimundo, Rosa Maria Cunha Chagas e Ricardo Pereira Cunha.
Estreou na literatura
em 1972, com o livro coletivo de poemas Xarda Misturada (edição dos autores,
Macapá), juntamente com o poeta e contista José Edson dos Santos (Joy Edson) e
José Montoril. Em 1982, a União Brasileira de Escritores, seção de Manaus,
publicou “Sob o céu nas nuvens”, poemas.
Em 1990, Ray Cunha
estreia na ficção, com “A grande farra” (edição do autor, contos, Brasília). Em
1996, a Editora Cejup, de Belém do Pará, publica o conto “A caça” e o romance “O
lugar errado”. Em 2000, publica “Trópico Úmido” - Três contos amazônicos
(Brasília) e, em 2005, a Editora Cejup volta a publicar um romance do autor, “A
Casa Amarela“. ( Fonte: Blog Literatura do Amapá )
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