Ao perceber que precisava
aperfeiçoar a sua arte, foi para o Rio de Janeiro, matriculando-se na Escola de
Belas Artes, onde permaneceu de 1917 a 1920, quando, por falta de recursos,
teve de abandoná-la e retornar a Belém. Antes, porém, executou trabalhos
artísticos no prédio do Rio Cassino, dentro do Passeio Público, ao lado do
Palácio Monroe.
Em 1921, viajou para São Luís do
Maranhão, com a incumbência de esculpir a imagem de Nossa Senhora da Conceição,
no frontal da Catedral da cidade.
Ainda em 1921, juntamente com seu
pai, foi para Manaus, onde os dois realizaram trabalhos de restauração na
fachada do Teatro Amazonas.
Antônio Costa casou-se em
1922 com a pernambucana Lydia Bezerra da Silva, com quem teve oito filhos:
Erotylde, José, Elza, Maria Rosa, Joaquim Agostinho, Antônio Filho, Mário e
Terezinha.
Em 1923, foi chamado novamente a
São Luís, para esculpir o busto do então governador do Maranhão, época em que
nasceu a sua primeira filha, Erotylde, a única maranhense.
Ainda em São Luís, esculpiu também
o busto do Dr. Tarquínio Lopes Filho, proprietário e diretor da “Folha do Povo”
do Maranhão.
Instalando-se em São Luís, seu pai,
Joaquim Costa, lá montou uma fábrica de artefatos de cimento, como mosaicos e
marmorites, transferindo-a, anos depois, com toda a maquinaria, para Belém do
Pará, com o nome de “Plástica Paraense”, à Tv. Três de Maio, passando a
fornecer mosaicos e outros produtos de melhor qualidade para casas comerciais,
igrejas (Capuchinhos,p.ex.), Colégio Santo Antônio e várias outras
construções. Muito tempo depois, com o falecimento de Joaquim e com a venda do
prédio da fábrica, por motivo de força maior, Antônio removeu as máquinas para
um modesto barracão no quintal de sua residência, à Tv. Mercedes, no Marco,
onde, com o nome de Fábrica “São José”, continuou a fornecer aqueles artefatos
para obras de construção no Estado.
No Amapá, então Território Federal,
a primeira viagem de Antônio Costa deu-se à época da Segunda Guerra Mundial,
levado pelos americanos, com quem havia trabalhado na construção da Base Aérea
de Belém, para participar da construção da Base Aérea do Amapá. Mais tarde,
retornou ao Território, e ali deixou várias obras.(veja a listagem ao final)
Existe em Macapá uma rua com o nome
de Antônio Pereira da Costa, no bairro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro,
homenagem da Câmara àquele que contribuiu com o seu valioso trabalho para o
crescimento do Território Federal do Amapá, depois elevado a Estado.
O artista, humilde por natureza,
pois permaneceu pobre até os últimos dias, faleceu aos 82 anos de idade, em
1983, no mesmo hospital que construíra, em Macapá, exatamente a 3 de julho, dia
em que, por “ironia do destino”, estaria retornando a Belém, para conviver
definitivamente com seus filhos, netos e bisnetos (a esposa já era falecida).
Voltou para Belém, sim, mas para lá ser enterrado.
Como legado aos seus descendentes,
deixou o exemplo maior de dignidade, integridade moral e amor ao trabalho.
Antônio Pereira da Costa, riscava as plantas dos prédios e
administrava os projetos das edificações em Macapá, entre esses RESIDÊNCIA
GOVERNAMENTAL; HOSPITAL GERAL DE MACAPÁ; MATERNIDADE E PAVILHÃO INFANTIL DE
MACAPÁ;
PRÉDIO DO FÓRUM - na construção civil e detalhes artísticos (escultura
de dois leões e colunas);
Pedra do Guindaste - original, antes do acidente
NA BAÍA DE MACAPÁ – imagem de S. José na Pedra do
Guindaste;
Detalhe histórico - Uma das
versões da lenda sobre a Pedra do Guindaste registra que “para proteger a pedra
e render homenagens a São José, que se transformou em padroeiro da vila durante
a inauguração da Fortaleza de Macapá, os católicos mandaram esculpir a imagem
do santo e a assentaram em cima da grande pedra.
A escultura foi encomendada para um
dos maiores artesãos da época, o português Antônio Pereira da Costa, que
esculpiu a imagem e originalmente a colocou de frente para a vila. A população
acreditava que assim o santo velaria por todos os habitantes que ali moravam.
Nos anos 60 a fé dos habitantes de
Macapá em seu padroeiro foi testada. O piloto de um navio de grande porte Domingos
Asmar, fez uma manobra de maneira errada e se chocou com a grande pedra. A
imagem de São José, dividida em duas partes, foi parar no fundo do rio e a
pedra do guindaste completamente destruída. A sorte, como conta o Sr. Antônio
Pereira, filho do escultor, foi que, como a maré estava alta, a imagem foi
recuperada:
- Tem muita gente que acredita que a estátua imagem na frente da cidade
não foi a que meu pai esculpiu, mas isso não é verdade. A imagem que quebrou,
foi recuperada e colocada no lugar - ressalta seu Antônio.
Logo após o acidente o libanês
Antônio Asmar - dono do navio que também
era um católico praticante – mandou construir um grande bloco de concreto no
lugar onde estava a pedra do guindaste e a imagem, depois de restaurada, foi
recolocada em cima do bloco. O único erro é que a imagem foi colocada de frente
para o rio, o que gerou outra lenda:
- As pessoa dizem que depois que a imagem foi recolocada, São José
decidiu não ser o nosso padroeiro porque em vez de proteger a cidade tinha
que se preocupar com os navios. Tudo é o
que o povo conta – diz seu Antônio."
Fonte: (Trecho de uma entrevista concedida
à repórter Araciara Macedo pelo filho do escultor Antônio Costa - reproduzida
de um recorte de jornal de Macapá).
PRÉDIOS DAS LOJAS MAÇÔNICAS
“Duque de Caxias e Acácia do Norte” - na construção civil e ornatos;
FRIGORÍFICO DE MACAPÁ; FÁBRICA AMAPAENSE; AS PRIMEIRAS CASAS CONSTRUÍDAS PELO
GOVERNO, à Av. Presidente Vargas, com plantas suas; GRUPO ESCOLAR BARÃO DO RIO
BRANCO; PRÉDIO DOS CORREIOS; PRAÇAS;
O busto de Tiradentes, no pátio do
Quartel da Polícia Militar do Amapá, foi esculpido originariamente, conforme
modelo, com uma corda em volta do pescoço, mas, por decisão superior, foi
libertado desse inconveniente “colar”...
PÁTIO DE ACESSO AO QUARTEL DA POLÍCIA
MILITAR – busto de Tiradentes (1982); POÇO DO MATO;
CIDADE DE AMAPÁ , a 250 km da capital – escultura da estátua do herói Francisco Xavier da Veiga Cabral, o “Cabralzinho” – monumento esse, colocado no mesmo lugar onde o valoroso brasileiro e seus caboclos repeliram com bravura a invasão francesa de terras amapaenses;
...e outras tantas obras
executadas no período de 1945 a 1960.
É de sua autoria o busto do Deputado
Coaracy Nunes, (que foi assentado em frente ao Aeroporto Internacional de
Macapá) primeiro Representante do Amapá na Câmara Federal.