Foto de 1965, publicada em fevereiro daquele ano, na edição nº 14 da Revista ICOMI Notícias, mostra imagem da velha Praça Veiga Cabral, no centro de Macapá, com modernos jardins, boa pavimentação, postes com luzes fluorescentes e um "play ground" para a garotada.
(Fonte: ICOMI Notícias)
Este post foi publicado, inicialmente,
no sábado, 11 de julho de 2015. Contudo, estamos reeditando e repaginando hoje, para incluir um
relato importante que nos foi enviado pelo amigo, artista plástico e professor Carlos
Nilson Costa, com atuações em inúmeros cargos em administrações estaduais e municipais,
além de destacadas atuações nos meios juvenis, em sua época de estudante
secundarista:
Depoimento histórico de Carlos
Nilson Costa paraJoão Lázaro Silva em 26 de julho/2015, via Facebook:
“JOÃO LÁZARO, querido amigo, (...)
.Vc postou, com consulta na ICOMI Notícias, uma foto e comentários sobre a
revitalização da Praça Veiga Cabral. Conforme prometi a Vc vou contar uma
história importante para mim.
Contratado temporariamente pelo
Governo do Território do Amapá, buscava emprego na Prefeitura de Macapá, onde
tinha amigos como Azevedo Picanço, Altair Cavalcante de Lemos, Jacy Jansen,
entre outros. Eu era desenhista com curso de desenho técnico na Universidade
Federal do Pará, solicitava uma vaga pois não havia nenhum profissional da área
na seção de Terras. O Prefeito era Azevedo Limonche e eu não me dava bem com os
"revolucionários" da época.
Perguntado o que eu sabia fazer
informei ao prefeito que sabia fazer projetos e pequenas obras. De pronto o
Prefeito me desafiou dizendo: Tenho uma obra mas, não tenho dinheiro pra fazer.
Se o senhor topar o emprego é seu. Não dou nada, só emprego, sentenciou.
Perguntei o que era e ele respondeu que era a Praça da Matriz. Não sei por que
respondi que topava. Aí ele me deu três meses e pessoal para a construção.
Convoquei o pessoal e duas
brilhantes pessoas: Mestre Paulo e Mestre Amaral, pai do Enildo, além do
topógrafo mestre Britinho e grande ajuda do Sacaca, mais tarde grande colega de
trabalho na Seção de Terras. Ajudaram também o fiscais Timóteo e Gaivota.
Uma empresa fazia serviços para a
PMM, a Sá Barreto, que também cedeu quatro operários.
A ICOMI possuía uns duzentos sacos
de cimento endurecido que atendendo a meu apelo através do senhor Freire, cedeu
o cimento, que foi triturado no piso da Barraca da Santa com um rolo compressor
da Prefeitura. Sá Barreto deu areia,a Olaria os tijolos e eu fiz o projeto e
dirigi a construção. O desenho da calçada lembrava as ondas do majestoso Rio
Amazonas. A Rua São José e a Avenida Presidente Vargas foram alargadas para
servir de estacionamento para o ponto de Táxi, na Praça.
Foi colocada uma cabine para o telefone do Calhambeque (Tomé Nascimento das Chagas) e de outro que se não me falha a memória, era do nosso grande personagem pioneiro a quem o Amapá muito deve: Jarbas Gato, meu amigo. As mangueiras ficaram, assim, fora da calçada da Presidente Vargas. Lá foram colocados uns brinquedos. As alamedas no interior da praça formavam as iniciais CNC, de meu nome, que minha juventude me fez colocar. O parque ficava no C.
Foi colocada uma cabine para o telefone do Calhambeque (Tomé Nascimento das Chagas) e de outro que se não me falha a memória, era do nosso grande personagem pioneiro a quem o Amapá muito deve: Jarbas Gato, meu amigo. As mangueiras ficaram, assim, fora da calçada da Presidente Vargas. Lá foram colocados uns brinquedos. As alamedas no interior da praça formavam as iniciais CNC, de meu nome, que minha juventude me fez colocar. O parque ficava no C.
Para ajardinar contei com a
coordenação ímpar do brilhante e saudoso grande amigo Natan de Carvalho. Tinham
até roseiras. A arborização é dessa época e até hoje desafio que a praça alague
com chuva. A drenagem abrange toda a área da praça e está debaixo da terra
desaguando na Cândido Mendes.
A Pedra de manganês, de três
toneladas e meia está enterrada com um metro e trinta de profundidade. Foi
doada pela ICOMI através de seu Freire. Veio da Serra de Navio num trole,
chegando às 16 horas e logo colocada. Foi um aparato de máquinas. Todo mundo
ajudando. Fiquei com o emprego e o Azevedo foi meu chefe.” (Carlos Nilson Costa)