Com a devida licença do autor da matéria, Emanoel Jordânio,
republicamos o texto em nosso blog, com as devidas adaptações e atualizações
que se faziam necessárias, com o título: “Pedro Bala” – um craque por
excelência!!!
A propósito do assunto, recebemos dia 26/08 um simpático
e-mail de Ouzitinha de Jesus Pacheco Gomes, única filha natural e legítima
desse memorável craque, nascida em 21/05/1963, no Hospital da Icomi, em
Santana/AP.
Tininha Gomes, como é também conhecida, conta que nasceu
cinco meses após o trágico óbito do pai, pois, quando isso ocorreu, sua mãe, Raimunda
Nonato Pacheco Gomes, encontrava-se grávida há quatro meses, dela.
Em seu contato, Tininha solicita que sejam retificadas
algumas informações anteriormente publicadas na matéria, o que fazemos agora,
com nossas desculpas à família, e aos nossos leitores.
Lembramos que "Pedro de Oliveira Gomes, foi um desportista que passou pelo Amapá, e tornou-se um sinônimo de agilidade e destreza com uma bola nos pés. Ele apareceu por lá, em meados da década de 1950, com intuito de trabalhar numa empresa que estava, inicialmente, implantando um ousado projeto de exploração e exportação de minério de manganês."
Ao contrário do publicado, Tininha Gomes informa que seu pai
nasceu na localidade de Quitéria, município de Viseu/PA, de onde saiu na
adolescência para morar na capital, Belém/PA, no bairro da Cidade Velha, com
sua tia paterna, D. Riquinha. Afirma
ainda, que ele nunca trabalhou com móveis, tampouco dirigiu veículos pesados.
Segundo Tininha, Pedro Bala, na época, começou a sua carreira
de desportista no consagrado Clube do Remo, só se desligando do Leão Azul
quando foi convidado a jogar no Santana Esporte Clube, concomitante à oferta de
emprego na ICOMI. Assim, condicionado a atuar no Santana, aceitou o emprego na
ICOMI e se mudou para Macapá/AP.
Tininha assegura que desde seu início de trabalho
na ICOMI, o renomado craque sempre desempenhou suas funções nos setores
administrativos da mesma, sem nunca ter trabalhado no Departamento de Transporte,
tampouco de Manutenção.
Sobre a vida pessoal, Tininha conta que seu pai, casou-se uma
única vez, em 07/07/1962 com Raimunda Nonato Pacheco Gomes, que à época reinava
como Rainha do Carnaval 1962 e Miss Amapá 1962, ambos os títulos conquistados
defendendo o Santana Esporte Clube, daí porque este clube ofereceu aos nubentes
majestosa festa, para mais de mil convidados, com a Igreja de São José não
cabendo tantos convidados e curiosos, que, então, queriam assistir ao casamento
da Rainha e Miss com o eminente craque e ídolo da torcida amapaense. Sobre sua
mãe, a Miss, Tininha conta que, Raimunda Pacheco, antes de casar-se trabalhou no Lóide Aéreo
Nacional e hoje, economista, aposentou-se pelo Banco do Brasil.
Desse breve e
feliz matrimônio, ela, é a única filha.
Segundo versão de Tininha Gomes, a brusca e trágica morte de
seu pai, ocorreu no dia 24/12/1962, quando, por volta das 08h30min/09h00 da
primeira manhã das férias dele, dirigiu-se para tomar o transporte próprio da
ICOMI com destino a Macapá e enquanto aguardava, passou em uma lambreta, já com
alguém na garupa, seu amigo, Sr. Alfredo.
A pedido de Alfredo, Pedro Bala - justificando
que não queria demorar a voltar pra casa, pois a Raimundinha ficara sozinha e
estava grávida - trocou sua vaga no transporte conduzido pelo Sr. Pedro
Conceição, pela carona na garupa da lambreta do amigo Alfredo.
Às proximidades
do lugarejo Coração, antes de 09h30minh, um veículo em ultrapassagem, atingiu
os dois viajantes da lambreta, que faleceram de imediato, no local.
A versão da Polícia, publicada anteriormente, está completamente diferente da dela.
O primeiro a avistar o local do acidente foi o motorista José
Rodrigues Machado (que prestava serviços de frete para o Governo Territorial),
que seguia logo atrás de Pedro Bala e estranhou não ter mais lhe visto alguns
metros após a frente, e somente deu conta que algo terrível havia ocorrido
quando notou rastros de pneus na pista de terra úmida (na época a referida
rodovia ainda não era asfaltada, e havia chovido horas antes naquela área).
Apesar do esforço dos socorristas, nada puderam fazer, pois o
óbito ocorreu no local do acidente, na verdade dos dois ocupantes da lambreta
(Sr. Alfredo, proprietário e Pedro Bala, carona).
O sepultamento ocorreu no mesmo dia 24, por volta das 19h00minh
e toda a programação natalina que o Santana Esporte Clube organizara para
aquele dia foi cancelada em luto total.
Mesmo não tendo tido tempo para deixar muitos herdeiros
genéticos, (apenas Tininha como filha), Pedro Bala deixou herdeiros nos campos,
e imortalizou sua genialidade como artilheiro daquele ano, sendo anualmente
homenageado pela diretoria da ICOMI nos campeonatos internos da empresa.
Outro grande reconhecimento deixado pelo poder público
ocorreu em 1986, quando o então prefeito de Macapá Raimundo Azevedo Costa,
sancionou o Decreto Municipal 0109/86, dando o nome Pedro Bala, para uma
avenida situada no bairro Nova Esperança, mantendo assim a boa lembrança do
jogador nº 01 do “Canário”, do funcionário padrão da ICOMI, e de um atleta que
deixaria um legado escrito na história do futebol amapaense.
Fonte: Texto originalmente
publicado por Emanoel Jordânio, no blog Memorial Santanense, devidamente revisado e adaptado para o
Porta-Retrato/Macapá.
Post reeditado e republicado com as retificações solicitadas por Ouzitinha de Jesus Pacheco Gomes, única filha natural e legítima de Pedro Bala.