sábado, 31 de março de 2018

Memória da Cidade de Macapá: Você sabe o que significa Beirol?

Articulista Nilson Montoril de Araújo – professor, historiador, radialista, blogueiro e atual Presidente da Academia Amapaense de Letras – em um artigo recém-publicado no Jornal Diário do Amapá, conta com riqueza de detalhes, o verdadeiro significado da palavra beirol.
“Três tipos de falésias existiram em Macapá, na margem esquerda do Rio Amazonas. 
Imagem: Reprodução / Arquivo Histórico do Amapá
Imagens: Reprodução / Google
Imagens: Reprodução / Google
Imagens: Reprodução / Google
Imagens: Reprodução/"Blog Canto da Amazônia"
As falésias da Fortaleza de São José se destacaram mais, tendo entre 5 a 6 metros de altura. À esquerda da imponente fortificação, um pouco além do Igarapé do Igapó tinha início outro trecho, que correspondia ao perímetro entre a área da antiga Rua da Praia, até o torrão cortado pela Rua Cândido Mendes de Almeida. Nessa parte elevada foram edificados o Fórum de Macapá, atual OAB, Residência Governamental, Posto de Puericultura Iracema Carvão Nunes, Casa Maternal, Rádio Difusora de Macapá, Laboratório de Análises Clínicas, Escola José de Alencar e várias residências. Em termos de vias públicas, podemos enquadrar o trecho entre as Avenidas Padre Júlio Maria de Lombarde e Matheus de Azevedo Coutinho. À esquerda da Fortaleza, a partir do ponto onde foi aberta a Avenida Ataíde Teive, até o prédio do Sesc/Araxá, ainda podemos ver sinais evidentes da terceira falésia, notando o quanto ela é alta.
A toda esta extensão de terra, os militares da Fortaleza chamavam de beirol. A designação é bem interessante e não aparece nos dicionários brasileiros. A rigor, nem em Portugal a palavra é empregada. Então, qual a origem do vocábulo? Existiu em Portugal, uma casa de detenção denominada “Prezidio de Beirollas”, certamente erguido em área de falésias à beira mar. Beirollas passou a ser escrito como beirola, significando beirada ou beira, correspondendo a uma espécie de paredão de terra. Originaram-se de beirola as palavras beiranita, beiranito, beiredo, beiró, beirô, beiroa e beirão, que é o feminino de beirola e quer dizer habitante da beira.
Consta que por ocasião dos exercícios de tiro com canhões instalados no baluarte Madre de Deus, os artilheiros das forças aquarteladas na Fortaleza usavam como alvo, uma parte do paredão ou beirol, na área onde surgiu a comunidade de Mucajá. O nome beirol voltou a ser mencionado após a instalação do Território Federal do Amapá, haja vista que a área do atual bairro macapaense foi escolhida para ser concedida às pessoas interessadas em desenvolver atividades próprias do setor primário. Os lotes, com cerca de 500m de frente por 500 de fundo, deveriam abrigar projetos de criação de aves, suínos, bovinos e produção de verduras e frutos. Infelizmente, alguns dos contemplados com lotes não permaneceram o tempo necessário para tocarem seus projetos. 
Imagens: Reproduções / G1-AP, Google e Blog Porta-Retrato
Apenas dois detentores de lotes levaram em frente suas iniciativas; Cláudio Carvalho do Nascimento e Antônio Barbosa, o dono da Vacaria(vide fotos acima). Atualmente, apenas o primeiro permanece residindo no lote recebido. Ali, ele criou gado e desenvolveu outras importantes atividades. Sua propriedade ficava bem isolada do centro de Macapá e boa parte do terreno era alagada. Nem o trecho da estrada Macapá/Fazendinha passava em frente de sua casa. Aos poucos, o Beirol foi sendo ocupado por novos moradores de Macapá, que não conseguiram terreno do Trem. 
Imagem: Reprodução / IBGE
Em 1949, o Beirol sediou uma Colônia Prisional, o primeiro presídio da cidade. Antes dele, os presos com penas mais drásticas iam cumpri-las em Belém, no Presídio São José. Os demais ficavam na Fortaleza. Os apenados do Beirol criavam aves, suínos e plantavam árvores frutíferas, principalmente caju. 
Por causa disso, o presídio era identificado como Cajual. Num espaço hoje ocupado pela Igreja de São Pedro e um posto de saúde do Lions Clube, foi construído um forno crematório.
A rodovia Macapá Fazendinha, perímetro da atual Jovino Dinoá, começava na Avenida Feliciano Coelho e passava entre o Presídio e o forno crematório. No segundo semestre de 1949, quando o governo amapaense decidiu construir um estádio de futebol, nos termos exigidos pela Confederação Brasileira de Desportos e Fifa, uma área próxima à Colônia Prisional São Pedro foi escolhida, mas descartada por ser julgada distante do centro de Macapá. O Estádio Territorial, depois Municipal, e mais tarde Glicério Marques, despontou um pouco além da Favela. Na área litorânea do bairro Santa Inês, originalmente chamada Vacaria, as águas do Amazonas lavavam o terreno baixo inundável. O aparecimento do Araxá foi obra de Pauxy Gentil Nunes, que ali fixou um rudimentar balneário para uso nos fins de semana. O acesso era feito pela estrada Macapá/Fazendinha, da mesma forma que hoje prevalece, através da Rua Jovino Albuquerque Dinoá.”(Nilson Montoril)
Texto de Nilson Montoril publicado originalmente na edição do dia 10 de março de 2018, no Jornal Diário do Amapá.

quinta-feira, 29 de março de 2018

Fotos Memória da Educação do Amapá: Escola Normal de Macapá

Tão logo assumiu a governança do Território Federal do Amapá, em 1945, o interventor Janary Gentil Nunes deu início à montagem de uma infraestrutura urbana, com o objetivo de dar suporte econômico e administrativo ao novo Governo Territorial. Nessa época surgiram as primeiras escolas.
A Escola Normal de Macapá, criada formalmente em 25 de janeiro de 1954, tem seu marco inicial com a criação do Curso Normal Regional, pelo Decreto nº 90-A/1949-TFA, tendo como fundamentação legal o Decreto-Lei nº 8.530/46, que, por sua vez, embasava-se na Lei Orgânica do Ensino Normal.
Após o advento da Escola Normal, foram ministrados mais dois cursos, o Ginasial e o de Formação de Professores de 2º Ciclo, expandindo a oferta no 1º Ciclo e dando sequência ao processo de formação de professores no Amapá.


Os atletas da Escola Normal de Macapá, tinham atuação destacada por ocasião dos jogos secundaristas.
O prédio da EN, teve sua construção iniciada em 1951 e concluída em 1952.
Como determinava a legislação, a passagem do curso primário para o secundário, era marcada pelo exame de Admissão, que podia ser feito em qualquer uma das escolas da rede pública do TFA, e o ingresso na Escola Normal também dependia desse exame.
Entre as disciplinas da grade curricular definida pela Divisão de Educação, incluía-se Canto Orfeônico.
A primeira turma formada pela Escola Normal, tem sua cerimônia nos dias 30 e 31 de janeiro de 1953, tendo como patrono o próprio Ten. Cel. Janary Nunes, presidida pela diretora da escola, Professora Predicanda Amorim Lopes e realizada no Cine Teatro Territorial. 
Fonte consultada: CARVALHO, João Wilson Savino. Instituto de Educação do Amapá: uma história de educação pelo exemplo. 2012. 218 f. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2012.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Foto Memória de Macapá: Lançamento do livro "Estórias do Amapá", do jornalista Hélio Pennafort.

Foto Memória - postada por Fernando Canto, em 27 de março de 2016, em sua página no Facebook - que faz parte do Painel Fotográfico do Bar do Abreu.
A partir da esquerda: Deomir Mont'Alverne, Pedro Silveira, Amílcar Sá Peixoto e Deocir Mont'Alverne em primeiro plano. Ao fundo à esquerda, identifiquei os jornalistas Édi Prado e o José Mendonça.
Registra o lançamento do livro "Estórias do Amapá", do jornalista Hélio Pennafort, em 1985. Evento aconteceu no Bar do Abreu, no seu point original, nos tempos da esquina da Companhia Brasileira de Abastecimento (COBAL), antigo campo da sede dos escoteiros Veiga Cabral, terreno hoje ocupado pelo SEBRAE-AP.
Fonte: Facebook
(Última atualização em 07/04/2018)

terça-feira, 27 de março de 2018

Foto Memória da Igreja Católica: Torre da Igreja da Conceição - Um Símbolo Referencial do Barro do Trem


Foto: Reprodução / Mapionet
A torre da igreja do Trem, tornou-se um símbolo referencial de um dos bairros mais antigos da capital do Amapá.
Seu surgimento foi resultado do maior trabalho comunitário já acontecido em Macapá e que expôs a perseverança desse pioneiro que até hoje é reverenciado pelos católicos macapaenses: Padre Antônio Cocco. Um destacado sacerdote italiano, que trabalhou no Amapá desde 1948, quando lá chegou em 18 de dezembro, para desenvolver suas atividades na capela de Nossa Senhora da Conceição, no Trem. A capelinha foi adaptada numa casa de madeira, em frente à sede do Trem Desportivo Clube, cedida pelo professor Dionísio Monteiro.
Uma de suas primeiras providências ao receber a incumbência de vigariar a paróquia do Trem, foi armar com seus paroquianos, um barracão, onde foram realizadas as primeiras reuniões com vistas à construção da igreja. 
Com a amizade consolidada no meio da comunidade, o trabalho começou unindo na missão operários, crianças, jovens e adultos, de todas as camadas sociais. Os recursos chegavam de diversas partes. Colaborou a indústria, ajudou o comércio, e o material ia se acumulando. As carradas de areia, pedra e tijolos, muitas custaram apenas um pedido do padre Antônio ao Sr. Belarmino Paraense de Barros, nessa época paroquiano do Trem e administrador da Olaria Territorial. O jornalista Hélio Pennafort registrou em um artigo, que em certa ocasião, o Sr. Walter Banhos comentou para a Voz Católica, que “dava gosto a gente ver a turma trabalhar. Os mais velhos se encarregavam do preparo das massas, do transporte de materiais pesados. E os meninos levavam os tijolos e as telhas. Pouco a pouco. Tinha guri que só podia mesmo com um tijolo, mesmo assim passava horas e horas ajudando a construir a igreja.”
Em 5 de maio de 1950 Padre Antônio lança a pedra fundamental da futura matriz. Não demorou muito, portanto, para o bairro do Trem receber uma igreja grande, nova e moderna.
Uma das ideias do padre Antônio foi de construir uma torre bem alta, que pudesse ser o marco daquele magnífico trabalho paroquial.
Novas reuniões com os paroquianos, já na igreja nova, e a ideia começou a sair do terreno da imaginação. Novas campanhas, outros pedidos, e mais uma vez o empresariado se mostra generoso e não nega sua ajuda para mais uma obra da paróquia.
Feita a torre, veio logo a pergunta: e os sinos?
Foto: Jorge Costa /Reprodução Arquivo CEMA / AP
Com a ajuda da Providência Divina ele empreendeu uma viagem à Itália, onde apelou para a grande quantidade de amigos que também tinha por lá.
E com a mesma generosidade dos paroquianos do Trem, os italianos colaboraram e a aquisição dos sinos foi rapidamente viabilizada.
Foi dessa maneira, então, que os católicos do bairro do Trem construíram a igreja.
E foi também desse jeito que a igreja ganhou uma torre monumental, orgulho dos moradores do bairro e norteadora de embarcadiços que a enxergam de bem longe.
Fonte: Diário do Amapá.
Com Informações de Hélio Pennafort e Alcinéa Cavalcante.                                         

domingo, 25 de março de 2018

LUTO NO FUTEBOL – Morre em Macapá, LOURIVAL LIMA, CHIBÉ!

Foto: Reprodução / Facebook
Morreu no finalzinho deste sábado, 24/3, no Hospital de Emergências do Estado - para onde foi levado às pressas pelos filhos depois de se sentir mal - o desportista LOURIVAL LIMA, mais conhecido nas hostes esportivas amapaenses, como CHIBÉ. Era cearense, aposentado do Governo do Estado; tinha 82 anos de vida e mais de 60 anos de Amapá. Há oito meses perdeu sua companheira, com quem teve dez filhos. Foi velado na Sétima Avenida dos Congós, 1544, e sepultado à tarde deste domingo no Cemitério de São José, no Bairro Santa Rita.
No futebol “tucuju”, Lourival Lima, descobriu muitos valores para os times do futebol amapaense...Lançou Bandeirantes, Zequinha, Carlito Oliveira e Mussuim, dentre outros.  Foi dirigente do extinto União Esporte Clube. Treinou os maiores times do Amapá (Macapá, São José, Santana, Independente, Ypiranga, Guarany, Trem, Amapá Clube).
Jogou no Latitude Zero, (foto) foi campeão amapaense como treinador e dirigiu várias vezes a Seleção Amapaense de Futebol.
Texto do Jornalista João Silva, adaptado ao blog Porta-Retrato, com a devida anuência do autor.
Com informações de amigos.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Morre em Macapá, o ex-radialista FRANCISCO HOLANDA

Foto: Semob / PMM

Faleceu a 1h57 da manhã desta quarta-feira, 21, no Hospital São Camilo, aos 77 anos de idade, FRANCISCO HOLANDA BATISTA, servidor público aposentado, do município de Macapá. Holanda era paraense natural de Capanema, onde iniciou em rádio em 1966 na Rádio Clube local, militando por apenas seis meses. Migrou para Macapá em 1968, ingressando na Rádio Difusora, onde permaneceu por dois anos.
Trabalhou na Jari Celulose de 1975 a 1980 quando retornou à Macapá, ingressando na Prefeitura Municipal, na função de auxiliar administrativo, aposentando-se em 2013.
Francisco Holanda, lutava há dois anos contra um câncer. Seu corpo foi velado na capela mortuária Santa Rita, no bairro do mesmo nome. O sepultamento aconteceu às 15h30 no cemitério de São José no Buritizal. (Fonte: José Machado)

Nota do Editor: Francisco Holanda foi admitido na Rádio Difusora na Administração de Ernani Marinho, e trabalhou na mesma época em que estávamos por lá, José Machado, Humberto Moreira, Pedro Silveira, Benedito Andrade, Amazonas Tapajós, Bonifácio Alves, Zain Rocha, Euclídes Moraes, e os operadores de som Luciano Amaral, Carlos Lins Côrte, Edir Peres, Assis Soares, Claudionor Góes (Nozo), José Izaias Ramos (Bomba D’água), eu João Lázaro e muitos outros.
Saudades do nobre colega!
Que Deus lhe conceda a Paz e o Descanso Eternos!
Nossas condolências à família enlutada.

terça-feira, 20 de março de 2018

Foto Memória de Macapá: Igreja Matriz de São José, 257 anos.

Nossa Foto Memória de hoje traz um registro dos anos 50, da igreja Matriz de São José, que é o monumento mais antigo de Macapá.
É uma construção do século XVIII, iniciada em 1752.  O templo, inaugurado em 6 de março de 1761, completou em 2018, 257 anos.
Foto: Acervo da Biblioteca da Prefeitura Municipal de Macapá.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Pioneiro do Amapá: MANOEL FERREIRA – O Folclórico "BIROBA” – Escoteiro, desportista, carnavalesco, animador

Manoel Ferreira – “O BIROBA”, macapaense nascido em 1932. Em 2 de maio deste ano (2018), ele completou 86 anos de existência. Filho de Raimundo Ferreira e Clotilde Ferreira da Silva (em memória). Aos 17 anos, Biroba foi amparado pela família Nunes, pois morava ao lado, no bairro do Trem, com uma senhora vizinha, que o maltratava.
Biroba era uma figura folclórica, bastante conhecida em Macapá, e muito respeitada no bairro do Trem. Na foto acima com um antigo morador do bairro, Sr. Dário.
Manoel Ferreira, iniciou sua vida pública na antiga Olaria Territorial.  Depois foi trabalhar na SOSP - Secretaria de Obras e Serviços Públicos, atualmente, SEINF, onde se aposentou.
Foi chefe escoteiro, desportista, carnavalesco e animador de quadrilha junina.
Durante décadas, foi Chefe do Grupo de Escoteiros do Mar “Marcílio Dias”, tendo participado do 1º JAMBOREE PAN-AMERICANO...
...Encontro Internacional de Escotismo - realizado no período de 18 a 25 de julho de 1965, na cidade do Rio de Janeiro.
Como escoteiro, no dia 11 de julho de 1960, sobreviveu em uma tragédia com os escoteiros em Serra do Navio, com a queda da ponte que ligava aquela cidade à vila de Teresinha, em que seis pessoas morreram.
Era uma ponte pênsil ( foto) feita de cabos de aço e tábuas de madeira, com uma altura de seis metros, aproximadamente. Ao romper-se em uma extremidade, jogou dentro do rio de correntezas e muitas pedras, dezenas de jovens escoteiros e lobinhos que excursionavam ali naquelas férias de meio do ano.
(Foto: Reprodução / Memorial Amapá / Facebook)
Nos anos 60, 70 e 80, foi o maior marcador de quadrilhas juninas que o Amapá já teve. Foi responsável por ensaiar e imprimir seu estilo inconfundível nos grupos folclóricos juninos. Durante longos 30 anos, Biroba foi nome obrigatório nos folguedos, abrilhantando e atraindo multidões para ver as quadrilhas por ele ensaiadas. Biroba tornou-se um ícone para os brincantes tendo seu nome lembrado no imaginário popular.
Biroba, tinha o carnaval como uma de suas grandes paixões, que o motivou a fundar a Escola de Samba do seu coração, PIRATAS DA BATUCADA – O PIRATÃO, na década de 70, ao lado de outros pioneiros.
Desportista e um grande abnegado e incentivador do esporte, realizou o seu maior feito no desporto amador do Amapá: criou a Copa do Mundo Marcílio Dias. Deu o nome à essa competição em referência ao grupo de escotismo onde fora membro atuante. A Copa Marcílio Dias foi inspirada na Copa do Mundo do Chile, realizada em 1962 em que, o time do Brasil sagrou-se bicampeão mundial.
Honraria
Biroba  recebe Medalha do Mérito Cultural das mãos do Presidente
do Conselho Estadual de Cultura, Nilson Montoril.
(Foto: Reprodução / Blog da Alcinéa)
Em 2008 o Conselho Estadual de Cultura agraciou Biroba com a Medalha do Mérito Cultural (Foto).
Em solenidade realizada à noite do dia 5 de novembro em comemoração ao Dia da Cultura, no Centro de Convenções João Batista de Azevedo Picanço, em Macapá, o Conselho homenageou poetas, músicos, escritores, artistas plásticos, atores e gente que faz e promove a cultura popular.
A honraria mais importante, o Troféu Pitumbora, foi concedida ao artista plástico Herivelto Maciel – um dos maiores talentos do mundo artístico local.
Cinco “Medalhas de Mérito Cultural” foram concedidas e 15 Diplomas de Destaque, contemplando os vários segmentos culturais.
A jornalista e blogueira Alcinéa Cavalcante foi uma das homenageadas com a Medalha, na área de literatura. Foram também agraciados os artistas Sebastião Mont’Alverne (música), Carlos Lima (teatro) e Ivan Amanajás (artes plásticas). (Fonte: Blog da Alcinéa
Biroba, por motivo de saúde e dificuldades de locomoção, não participava mais das festas carnavalescas, das marcações de quadrilhas e nem como locutor vibrante que por décadas animou a Copa Marcílio Dias, da cabine da Rádio Latitude Zero, porém deixa um maravilhoso legado para a cultura e o desporto do Estado.
Biroba viveu até sua morte em 29 de dezembro de 2018, na residência das irmãs de coração, Maria Alice Nunes e Oriosvalda Nunes, no Bairro Jardim  Marco Zero, integrantes da família que o acolheu e adotou, cobrindo-o de amor. Essa família que Deus colocou na sua estrada é a única que permaneceu ao seu lado e ele retribuiu com desvelo e afeição.
O corpo de Manoel Ferreira, descansa em Paz, no Cemitério de Nossa Senhora da Conceição, no Centro da cidade.
MANUEL FERREIRA, O BIROBA, por esses feitos, é homenageado como um notável edificador do Amapá, pelo Instituto Memorial Amapá.

Copa Marcilio Dias

Em uma entrevista para o jornalista global Alex Escobar em dezembro de 2008, Biroba, contou como surgiu a Copa do Mundo Marcilio Dias.
Biroba disse que o começo de tudo foi o sonho de um escoteiro. Ele pertencia à Tropa de Escoteiros do Mar “Marcílio Dias” e também frequentava a paróquia do Trem onde havia um campeonato de futebol, em que tomava conta dos garotos. Os garotos participantes do certame pediram ao Biroba que organizasse uma Copa do Mundo. Ele falou com o Padre Antônio Cocco, vigário da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e obteve a devida autorização para sua realização.
Segundo a Associação de Solteiros e Casados do bairro do Trem, que organiza o torneio, a primeira edição da Copa do Mundo “Marcílio Dias” foi realizada em 1962, no antigo campo dos escoteiros do bairro Trem e a equipe da França foi a campeã. De lá para cá, representantes de diversos bairros e até de municípios do interior do estado já participaram.
A competição idealizada por Biroba iniciou com 16 times, inspirada no Mundial do Chile de 1962.
Os locutores ficam juntos em uma mesma cabine de transmissão bastante espaçosa. Um dos antigos locutores e organizador da Copa é José Maria Gomes Teixeira, o conhecido Manga. Também passaram por lá: Francisco Sales de Lima (Chicão), Ivo Guilherme de Pinho, Arnaldo Araújo e muitos outros expoentes do rádio esportivo amapaense. Eles dizem que é a maior competição em praça pública do mundo. Se não for a maior, pelo menos, é a mais animada.
Arena da "Copa do Mundo" tem grama sintética
Foto: Saulo Silva/Diário do Amapá
Desde julho de 2016, o campo “Turíbio Orivaldo Guimarães”, local que recebe a famosa Copa do Mundo Marcílio Dias, o irreverente Futebol à Fantasia e os jogos da eterna disputa entre solteiros e casados, em Macapá, foi totalmente revitalizado pelo projeto nacional Viva o Campinho. 
Dos seus mais de cinquenta anos de tradição no campo de areia, a arena da Praça Nossa Senhora da Conceição foi a primeira da região Norte contemplada com grama sintética, piso nivelado, alambrado e iluminação. O Projeto é uma iniciativa da AMBEV. A Prefeitura de Macapá foi a entidade responsável pela obra.

Como reconhecimento pelos trabalhos prestados, várias representatividades foram homenageadas pela Prefeitura de Macapá com a medalha de honra ao mérito, entre eles Manoel Ferreira, o “Biroba”, um dos fundadores da Copa Marcílio Dias. (Fonte: Diário do Amapá)
Fontes consultadas: G1, Diário do Amapá,
Tribuna Amapaense e Memorial Amapá.
(Última atualização em 31 de dezembro de 2018)

quarta-feira, 14 de março de 2018

Foto Memória da Educação do Amapá: Bons Tempos da Escola Normal de Macapá

O magistério amapaense foi montado por professores oriundos do estado do Pará, contratados por Janary Gentil Nunes, nos primeiros anos de sua administração.
Uma dessas pioneiras foi a professora Predicanda Amorim Lopes, que por despacho do interventor do Estado do Pará de 2 de dezembro de 1946 foi removida para o Território Federal do Amapá, e nomeada professora primária e Pré-Primária da Divisão de Educação com atuação na Escola Normal de Macapá. Ela recebeu a missão de viajar a Belém, para acompanhar as professoras normalistas contratadas pelo governo do Amapá; participou de toda a programação didática da escola normal; assessorou o Diretor de Educação na execução do programa de merenda escolar; exerceu os cargos de Secretária e Diretora da Escola Normal.
A ilustre mestra, aparece na foto acima, ladeada por seus contemporâneos Ubirajara Lopes de Souza e professora Esther da Silva Virgolino, que também integrou o primeiro grupo de professoras normalistas, contratadas pelo Governo, que lá chegaram em 1948/1949.
José Ubirajara Lopes de Sousa, estudou o 2º grau na Escola Normal de Macapá; era maranhense e esposo da professora Maria Dorothy Mendes de Sousa.
Chegou em Macapá em 1945, foi Inspetor da Guarda Territorial (GT), além de Diretor da Penitenciaria, Diretor da Escola Industrial do Amapá, Diretor da DSG (Divisão de Segurança e Guarda), Secretário de Justiça do Estado do Amapá e Chefe de Gabinete do Palácio do Governo.
Após aposentado em 1975, foi residir em Belém do Pará, onde faleceu em 1990.
Professora Esther Virgolino trabalhou no Posto de Puericultura Iracema Carvão Nunes (ao lado do Barão do Rio Branco), na Escola Doméstica de Macapá (atual Irmã Santina Rioli), Escola Normal de Macapá (Instituto de Educação, atual Faculdade Estadual do Amapá) e Escola Industrial de Macapá (atual Escola Estadual Antônio Cordeiro Pontes).
O governo do Amapá, homenageou as ilustres mestras dando seus nomes à duas escolas estaduais localizadas nos bairros Santa Rita e São Lázaro, respectivamente.

MEMÓRIA DA CULTURA AMAPAENSE > DONA VENINA, GRANDE DAMA DO MARABAIXO DO AMAPÁ

Tia Venina marcou a história das mulheres da família e do Quilombo do Curiaú, situado na Zona Rural de Macapá. A sua trajetória é uma inspir...