segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Foto Memória de Macapá: Pioneiros José Serra e Silva e Heitor de Azevedo Picanço

Por João Silva
José Serra e Silva e Heitor de Azevedo Picanço chegaram até aonde os 'minhocas' poderiam chegar na 2ª República (1945 a 1964) sendo ambos filhos de famílias de poucos recursos, ambos nascidos em Macapá.
Antes disso, Macapá era governada pela figura do Intendente, que era nomeado pelo Governador do Grão Pará e Maranhão na primeira República (1889 a 1930), e depois da primeira República pelo Governador do Pará como parte integrante do vizinho Estado até 1943, quando os prefeitos de Macapá passaram a ser nomeados pelo Governador do Território Federal do Amapá.
Significa dizer que Heitor de Azevedo Picanço e José Serra e Silva foram Prefeitos de Macapá nomeados pelo Governador de plantão mediante acordos entre políticos da oposição e da situação; ao que me consta Zé Serra (PTB) foi nomeado por Janary Nunes (PSD) por recomendação de Vargas (PTB), que ao vencer a eleição para Presidência da República decidiu manter Nunes como Governador e destinar a Prefeitura da Capital aos seus correligionários no Amapá.
A nomeação dos dois amapaenses, portanto, só foi possível graças ao desmembramento do Amapá do Estado do Pará por decisão do Presidente Getúlio Vargas constante de decreto do dia 13 de setembro de 1943.
Heitor Picanço foi prefeito nomeado duas vezes e José Serra e Silva uma vez; Heitor, de 1951 a 1952, de 1957 a 1961, sendo que Heitor ainda chegou a ser prefeito de Santana antecipando a primeira eleição para a prefeitura do segundo município mais importante do Estado.
Registro da família mostra os dois eminentes homens públicos - esportistas, políticos, professores, poeta e compositor (no Caso de Zé Serra), nos anos 50 aproveitando folga na agenda de assuntos de interesses do Amapá para visitar ponto turístico no Rio de Janeiro. José Serra e Silva e Heitor de Azevedo Picanço são falecidos.
Texto reproduzido da página do jornalista João Silva, no Facebook
Fonte: Facebook

domingo, 29 de setembro de 2019

Foto Memória de Macapá: Vista do Prédio da Prelazia de Macapá - Praça Veiga Cabral

Nossa Foto Memória de hoje, traz um registro histórico dos anos 50, de uma área da antiga praça da Matriz, atual Veiga Cabral, com uma imagem rara do prédio da antiga Prelazia, atual Diocese de Macapá.
Nota-se que não havia ainda, ao lado, a entrada para o Cine João XXIII, inaugurado em 1965.
A residência à direita era a casa da família do atleta José Marques (Curupira) que jogava no Juventus Esporte Clube e na esquina o antigo Elite Bar, do Sr. João Vieira de Assis, e algum tempo depois foi local do Bar Gato Azul.
A imagem original é do acervo da Diocese de Macapá.

sábado, 28 de setembro de 2019

Fotos Memória de Macapá: Aviões DC 3 da FAB, no antigo campo de aviação do aeroporto de Macapá

Nossas Fotos Memória de hoje, clicadas em 1952, pelo saudoso fotógrafo Guilherme Cruz, registram aparelho modelo DC3 da Força Aérea Brasileira, no antigo campo de aviação do aeroporto de Macapá.
A primeira pista de pouso de Macapá, foi construída pela Panair do Brasil, durante a segunda Guerra Mundial, em uma área no centro da cidade entre as ruas General Rondon e a atual Professor José Barroso Tostes (sentido longitudinal) e Avenidas FAB e Raimundo Álvares da Costa(largura). 
Com o fim da Guerra, o controle das operações foi passado para os Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul S. A. 
Ao lado do campo de pouso foi construída uma pequena casa de madeira para uso das empresas de aviação e passageiros.
A transferência do antigo “campo de aviação” para uma área ampla e distante do centro da cidade de Macapá, no bairro Jesus de Nazaré, aconteceu em 1958, por decisão do então Governador Pauxy Gentil Nunes.
Fotos - detentoras de direitos autorais – reproduzidas diretamente do acervo virtual do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC).
Fonte: Disponível em CPDOC FGV

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Fotos Memória de Macapá: Militares da Escola Superior de Guerra, em visita à Fortaleza de Macapá

Nossas Fotos Memória de hoje mostram integrantes da Escola Superior de Guerra, em visita à Fortaleza de São José de Macapá, em 1952.
Todas as fotos aqui publicadas - detentoras de direitos autorais – foram reproduzidas, diretamente do acervo virtual do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC).
Fonte: Disponível em CPDOC FGV

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Fotos Memória de Macapá: Visita à Feira de Exposição de Animais e Produtos Econômicos

As imagens de hoje das Fotos Memória, trazem registros dos integrantes da Escola Superior de Guerra, em visita à Feira de Exposição de Animais e Produtos Econômicos que até hoje vem sendo realizada no Distrito de Fazendinha, situado à uma distância de 73,7 quilômetros de Macapá, em linha reta.
Lembramos que as fotos aqui publicadas - detentoras de direitos autorais – foram reproduzidas, diretamente do acervo virtual do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC).
Fonte: Disponível em CPDOC FGV

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Fotos Memória de Macapá: Visita da Escola Superior de Guerra ao Amapá, em 1952 (III)

Entre os muitos visitantes ilustres que o Amapá recebeu figuram o General Cordeiro de Farias e uma comitiva de integrantes da Escola Superior de Guerra.
Eles passaram na capital, no tempo do Território Federal, na quarta-feira 23 de julho de 1952. 
Foram recebidos pelo Governador Janary Gentil Nunes, que fez as honras da casa e apresentou seu trabalho pioneiro à frente do executivo amapaense. 
Uma guarnição da Guarda Territorial e jovens do movimento escoteiro Amapá, também estavam no aeroporto. A comitiva foi transportada por aviões da Força Aérea Brasileira.
O “Porta-Retrato” apresenta hoje o registro da recepção à comitiva na antiga pista do aeroporto de Macapá, que na época ainda era no centro da cidade.
Imagens clicadas pelo fotógrafo Guilherme Cruz (Foto Cruz), especialmente contratado pelo governo Janary Nunes, para fazer a cobertura oficial da visita.
Lembramos que as fotos aqui publicadas - detentoras de direitos autorais – foram reproduzidas, diretamente do acervo virtual do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC).
Fonte: Disponível em CPDOC FGV

domingo, 22 de setembro de 2019

Fotos Memória de Macapá: Visita da Escola Superior de Guerra ao Amapá, em 1952 (II)

A seguir mais Fotos Memórias, da visita do General Cordeiro de Farias e comitiva de integrantes da Escola Superior de Guerra ao ex-Território Federal do Amapá, ocorrida em 23 de julho de 1952.
Nesse segundo pacote, reunimos as fotos clicadas no Marco Zero do Equador, que sempre foi, uma das atrações turísticas de Macapá.
Os registros foram todos feitos pelo fotógrafo Guilherme Cruz (Foto Cruz), especialmente contratado pelo governo Janary Nunes, para fazer a cobertura oficial do evento.
Lembramos que as fotos - detentoras de direitos autorais – foram reproduzidas pelo blog, diretamente do acervo virtual do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC).
Fonte: Disponível em CPDOC FGV

sábado, 21 de setembro de 2019

Fotos Memória de Macapá: Visita da Escola Superior de Guerra ao Amapá, em 1952

Trazemos hoje para os leitores do blog Porta-Retrato, Fotos Memórias, inéditas, da visita do General Cordeiro de Farias e comitiva de integrantes da  Escola Superior de Guerra ao ex-Território Federal do Amapá, ocorrida em 23 de julho de 1952.
Nesse primeiro pacote, reunimos as fotos clicadas na Piscina Territorial, localizada atrás do Grupo Escolar Barão do Rio Branco, ao lado do antigo Cine Teatro Territorial.
Os registros foram todos feitos pelo fotógrafo Guilherme Cruz (Foto Cruz), especialmente contratado pelo governo Janary Nunes, para fazer a cobertura oficial do evento.
As fotos - detentoras de direitos autorais – foram reproduzidas pelo blog, diretamente do acervo virtual do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC).
Fonte: Disponível em CPDOC FGV

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Foto Memória da Educação do Amapá: Escola Doméstica de Macapá

Nossa Foto Memória de hoje, foi publicada no jornal Amapá, na edição especial em 25 de janeiro de 1952, por ocasião do aniversário da instalação do Governo do Território Federal do Amapá.
O registro histórico apresenta a diretora, mestras e alunas internas da Escola Doméstica de Macapá, atual Escola Estadual “Irmã Santina Rioli”.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Foto Memória de Macapá: Família Banhos de Araújo

Nossa Foto Memória de hoje, reproduz imagens da Família Banhos de Araújo.
A senhora mais idosa dentre as pessoas que aparecem nessa foto histórica, era a matriarca Honorina Banhos de Araújo, mãe dos pioneiros Walter e José Moacyr Banhos de Araújo. Ao seu lado, sentada no sofá, vemos a senhora Vitorina Gualberto da Rocha (vestido de bolinhas) era a mãe de Terezinha Gualberto Rocha de Araújo, esposa do senhor Walter Banhos. O casal teve 14 filhos, identificados a partir da esquerda da foto: Em pé: Ana Celi, Walter, Ana Izabel, Ana Soré, Mário Luiz, Ana Regina, Ana Tereza e Ana Maria. No sofá: Marco Antônio, Ana Débora (amparada pelo pai Walter Banhos), Ana Rita(de vestido branco),Ana Betânia (no colo de Vitorina), Ana Cristina(com a mão esquerda no queixo)e Ana Rosa. Dona Vitorina foi casada com Eduardo Moreira da Rocha e criou, além de seus filhos, a neta Zaide Soledade Silva. 
Foto, do acervo de Nilson Montoril, cedida ao historiador  por Socorro Silva, filha da saudosa professora Zaide Soledade (in memoriam).

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Foto Memória de Santana: Área da Brumasa, em Santana/AP

A empresa Bruynzeel Madeira S.A. (BRUMASA), foi fundada em 1966. Em fevereiro de 1968, passou a funcionar em Santana, no Amapá, uma fábrica de compensados de madeira, erguida numa área de quase 610.000m², nas margens do Rio Amazonas.
Na Foto Memória de hoje - retirada da revista Icomi Notícias nº 24, de dezembro de 1965 - vemos a imagem do local, antes da montagem da referida indústria, na área portuária. Um raro registro, sem dúvida!

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Fotos Memória de Macapá: Praça Barão do Rio Branco

A praça Barão do Rio Branco, em Macapá, uma das mais antigas da capital do Amapá, localizada na Avenida Fab, entre as ruas São José, Cândido Mendes e Coriolano Jucá, é um dos lugares mais significativos e tradicionais do centro da cidade. 
A Praça Barão do Rio Branco já foi palco de muitos acontecimentos históricos ligados ao esporte, festas cívicas, música, juventude, romances, encontros e inícios de muitos relacionamentos. 
Seu projeto inicial, concebido pelo governo Janary Nunes desde o advento do Território Federal do Amapá, contemplava quadras e equipamentos para a prática do voleibol, basquetebol, futebol de salão e futebol na areia.
Os tempos mudaram e o progresso transformou completamente o espaço e o ambiente do antigo logradouro público.
Trazemos hoje muitos registros fotográficos, em várias ângulos, de como era o ambiente na Praça Barão do Rio Branco.
Aliás, o esporte e a recreação, sempre foram uma preocupação da primeira administração territorial. Uma prova disso é essa foto, abaixo, do final dos anos 40 (46/49) quando só existia o prédio do Grupo Escolar Barão do Rio Branco. 
Observe que, antes da construção da Praça Barão do Rio Branco, foram montados, em frente ao educandário, uns poucos brinquedos em madeira, nos quais a garotada se divertia.
A praça, construída algum tempo depois, só foi inaugurada em 01 de dezembro de 1950, em comemoração aos 50 anos da assinatura do Laudo Suíço.

sábado, 14 de setembro de 2019

Foto Memória do Futebol Amapaense: João do Carmo Tavares - "Jangito"

Imagem: Revista ICOMI Notícias
O ex-centroavante João do Carmo Tavares, mais conhecido como “Jangito”, é amapaense da gema, filho de José Rosa Tavares e Maria do Carmo Tavares(falecidos).  Nasceu no Formigueiro – centro velho de Macapá, atrás da Igreja São José - no dia 24 de junho de 1941; irmão de dois craques consagrados do futebol amapaense: Biló e Faustino (em memória).
Jangito iniciou suas atividades esportivas no Oratório da Prelazia de Macapá, onde, nas peladas, era o terror dos goleiros. No futebol oficial, continuou sendo um terrível marcador de gols. 
Em 1963 foi artilheiro do campeonato, além de sangrar-se campeão pelo Cea Clube. Foi também fundador do Juventus, pelo qual jogou futebol e basquetebol até 1961, quando se transferiu para o Cea Clube.
Jangito começou a bater bola desde os 10 anos, na frente da Prelazia de Macapá no campinho da Praça Veiga Cabral, onde o pessoal adulto amador na época jogava, pelos times do Macapá, Amapá, São José e Trem. Isso, antes da inauguração do Estádio Municipal Glycério Marques. Jangito conta que no campo da Matriz, não havia cercado. “Quando havia um jogo mais empolgante eles colocavam cordas cercando da Igreja de São José até a Padaria do Seu “Janjão”, passando a Prelazia. Seu  Janjão era pai do José Marques - Curupira,  que jogou no Juventus e no São José, de lateral-direito”.
O primeiro clube de Jangito, foi o Juventus Esporte Clube, do Chefe Humberto. O Juventus se filiou mais ou menos em 1956. Minha primeira partida interestadual foi vestindo a camisa do Juventus em 1958 com 17 anos contra a equipe do Sport Recife. Fiz o gol de empate. O jogo foi 5 x 2 para o time pernambucano. O elenco do Juventus era: R. Peixe, Zamba, Base, Cadico, Bento Goés, Cremildo, Dico, Raminho, Pompeia, Haroldo Nery, Mafra, Álvaro, Jupaty, Aécio, Círio, Biló, João Leite, Estácio Vidal (Mucuim) e Maximino; o técnico era Humberto Santos. Após essa partida, Biló foi jogar no futebol paraense. Hoje, fico pasmo de ver a ingenuidade do jogador de 20 anos. Nós com 17 anos tínhamos maturidade, o entendimento técnico, acostumados a disputar desde os 15 anos com o pessoal adulto no estádio. Em 1956 perdemos estupidamente o campeonato para o Esporte Clube Macapá. O campeonato estava nas mãos do Juventus. O Juiz já veio comprado de Belém. O juiz era Ricardo Amali(descendência judáica). O Mair Bemergui era judeu, um dos patronos do Macapá".
Jangito conta que foi para o CEA Clube em 1961; na época ele trabalhava como gari na LBA. “Lembro que o tio do Jader Barbalho, chamado Lutércio de Barros Barbalho, me mandou um convite pelo meu irmão, Faustino que trabalhava na CEA, para eu comparecer na empresa. Estavam querendo formar uma equipe competitiva para ser campeã. Na época eu ganhava um salário mínimo de R$ 800,00(valores de hoje), e eles me ofereceram R$ 7.500,00 para trabalhar na empresa/clube. Era muito dinheiro naquele tempo".
CAMPEÃO DE 1963 - Na decisão do campeonato amapaense de 63 contra o Amapá Clube, Jangito driblou todo o time alvinegro; Palito, o Mafra, o goleiro, conquistando o título daquele ano. Equipe campeã: Carlos, Guilherme, Faustino, Armando, Cadico, Domingos, Maximino, Diquinho, Jangito, Perereca e Joãozinho.
A IDA PARA O CLUBE DO REMO - “O Remo veio fazer um amistoso e ganhamos de 4 X 2, fiz três gols. Foi quando eles comentaram: - Manda buscar esse cara. Na época o salário do Remo era 40 mil. Foi quando fiz o teste, marquei dois gols, agradei! Me contrataram. Meu irmão Faustino já estava no Remo me mandou levar para o Dr. Raimundo Carneiro que era diretor do clube, onde me ofereceram 100 mil de salários mais 20 mil de ajuda de custo. Só disse o seguinte para ele - Tinha passado no concurso do Banco do Brasil e estava aguardando, na hora que chegasse a minha nomeação rescindiria meu contrato. Foi quando voltei para Macapá e fui para Rio Branco”.
ESTADO DO ACRE – “Em 1966 saiu minha nomeação para trabalhar no Banco do Brasil em Rio Branco, no Acre. Antes em 1965 eu tinha jogado com o Clube do Remo uma excursão por Porto Velho e Rio Branco. O provocador dessa minha ida para o Acre foi o Dr. Manoel Nogueira (era engenheiro, trabalhou na Prefeitura de Macapá e foi diretor do Colégio Amapaense) estava coincidentemente no aeroporto de Rio Branco. Foi quando ele fez o convite para jogar no seu time, o Atlético Acreano. Nessa época tinha rescindido o contrato em Macapá, e vim mais para trabalhar. Mas optei em jogar pelo Rio Branco Football Club, a convite de um senhor que trabalhava na Varig, de nome Nemetala. Fiquei no Rio Branco um ano e pouco. Em 1967 fui para o Independência, e não fiquei muito tempo. Conheci o Capitão Maia que era do Exército (4ª Companhia de Fronteira). O Maia tinha o sonho de ser campeão pela sua equipe, o GAS(Grêmio Atlético Sampaio). Um dia ele me convidou para ir no treino do Sampaio. Aceitei a proposta, tinha apenas 26 anos. Fomos campeões pelo GAS em 1967, fiquei um ano apenas no time. Houve uma denúncia contra o time, onde o Elias Mansur (patrono do Juventus) fez uma representação na 8ª Região Militar, que o GAS estava desvirtuando o sentido de amadorismo, comprando jogadores. Só que quando o GAS apanhava ninguém denunciava. Foi quando veio a ordem para acabar com o GAS. Daí voltei para o Independência, onde fomos campeões em 1970. Estávamos com um time muito forte. Disputamos a final com o Juventus - Time campeão: Ociraldo, Chico Alab, Jorge Floresta, Palheta, Illimani, Agrícola Flávio, Otávio, Bico-Bico, Aldemir Lopes, Eu (Jangito), João Carneiro, Escapulário, Tião Lustosa, Vila Nova, Mário Duarte e Bebé; Alício Santos era o técnico. Abandonei o futebol no início dos anos 70, passei no vestibular em economia pela UFAC”.
TORNEIO DA INTEGRACÃO DA AMAZÔNIA – Jangito participou de apenas um Copão da Amazônia, como treinador da equipe do Esporte Clube Macapá. Copão realizado em 1976, na capital Rio Branco, no Acre. “Eles não aceitavam que eu me apresentasse em time adversário, me consideravam patrimônio do Acre. Eles comentavam que eu fui o melhor jogador de todos os tempos que viram jogar”.
CRAQUES QUE VIU JOGAR – "Com meus doze anos eu vi Vadoca(Trem/Amapá Clube); Adãozinho(Amapá Clube); Lelé “Perna Torta”(Trem); Caboco Alves(Trem); Chicão(Trem); José Maria Chaves(Amapá Clube); Azamor( centroavante do Amapá Clube); Boró(Amapá Clube); Julinho(quarto-zagueiro); Fogão(Trem); Mafra(centroavante/zagueiro); Palitão; seus manos: Biló e Faustino(falecido).” Jangito conta que o Amapá tinha um celeiro de craques, e o Juventus era formador de craques. Diz que na sua época existia um jogador que jogava muito chamado Pau Pretinho, meio campo do Juventus; Zezé que foi seu substituto depois foi para o Clube do Remo, e fez sucesso por lá. Ele era o Tico-Tico aqui, acharam que o apelido era feio. Contra o poderoso Santos, fez dois a três gols". “Há um fato interessante em relação ao José Ramos, conhecido por nós como Tico-Tico, nome de um passarinho bem sassariqueiro. Uma das paixões dele era criar passarinhos. Seu parceiro mais frequente foi o Jacaré, lateral direito do Macapá e Municipal. Quando foi jogar no Clube do Remo ganhou o apelido de Zezé. Tudo porque Tico-Tico era a alcunha de um marginal que operava no Pará e no Maranhão”, conta Nilson Montoril.
Jangito lembra quando o Rio Branco o emprestou para jogar contra o Flamengo-RJ. O jogo foi 2 X 2, fez os 2 gols do Juventus. Na época enfrentou o Carlinhos, que foi treinador do Flamengo; Nelsinho Rosa, foi treinador do Vasco; Cesar Maluco, depois foi para o Palmeiras; Almir Pernambuquinho, ex-Vasco. Empataram com o Bahia em 1 X 1, fez o gol de empate.
FINALIZANDO – Jangito está hoje com 78 anos de idade. Fundador do Juventus Esporte Clube, jogou futebol e basquetebol. É sócio proprietário do Rio Branco Football Club. Aposentado desde 1991 pelo Banco do Brasil, 52 anos de serviços prestados. Três filhos, duas moças e um rapaz, e 5 netos. Casado há 51 anos com a modista, Aidê Brito Tavares.
Reportagem de Franselmo George no Facebook
Fonte de consultas: Revista Icomi Noticias nº 9 de setembro de 1964.
https://www.4shared.com/s/fepK_CLAzca

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Foto Memória da Igreja Católica, no Amapá: Pe. Ângelo Bubani, um dos fundadores da Prelazia de Macapá

Pe. Ângelo Bubani, Missionário do Pontifício Instituto das Missões Exteriores, foi um dos primeiros missionários do PIME a fundar a Prelazia de Macapá, na Amazônia. Chegou em Macapá - enviado por Dom Aristides Piróvano, primeiro Bispo Prelado do Amapá - no dia 19 de junho de 1948, com a missão mais isolada e difícil da floresta amazônica, abandonada por muito tempo. Em uma comovida lembrança de Pe. Bubani, o seu confrade Piero Gheddo recorda: "Por 16 anos, Pe. Ângelo viveu um período duríssimo de trabalho e sacrifício, em um lugar onde não havia assistência sanitária nem mercado.
"A nossa vida - dizia em uma entrevista anos depois - era um contínuo viajar, em barco ou canoa, a cavalo, a pé, para visitar as comunidades dispersas. Um de nós dois ficava fora um mês, depois voltava para casa para repousar enquanto o outro partia. Comia-se praticamente farinha de mandioca e peixe. A nossa paróquia era muito extensa: chegamos a ter cerca de 40 escolas para ensinar o catecismo em um território de 40.000 km². 
No Amapá, vivíamos em uma pobreza sem igual. Não havia comida, dormíamos em um local em cima da igreja, entre ratos e baratas. Deveríamos consertar o teto da Igreja porque chovia e a água inundava tudo, mas como comprar o material necessário? Uma vez Dom Aristides veio nos visitar e nos deu seu anel episcopal para vender e consertar o teto da Igreja. Não tinha mais nada para nos dar!" (Piero Gheddo, "Missione Amazzonia, I 50 anni del PIME nel Nord Brasile (1948-1998)", Emi 1998, pagg. 51, 59).
Permaneceu naquela situação de outubro de 1948 até maio de 1964, fundando uma paróquia praticamente do nada, com escolas, três igrejas e cerca de vinte capelas. Em seguida, desenvolveu diversas obras sociais e de assistência para os mais pobres. Em 1964, Dom Aristides o chamou para Macapá para ser seu Vigário-geral e ecônomo da Prelazia, período que foi de maio de 1964 até abril de 1965, e um ano como substituto do Bispo, porque Dom Aristides foi eleito Superior-geral do Pime em Roma e o novo Bispo, Dom José Maritano, ainda não havia chegado.
Quando foi superior eclesiástico da diocese, os missionários os recordam como dedicado e cordial, mas também severo. Era o seu caráter: forte, preciso, pontual, exigente - caráter que depois pudemos admirar em Roma nos últimos anos. Em maio de 1966, o novo Bispo, Dom José Maritano, o enviou como pároco para Mazagão, ainda na floresta amazônica, longe da cidade de Macapá: um outro período importante na vida missionária de Padre Bubani, porque demonstra a sua humildade e flexibilidade.
De 1976 a 1978, Padre Bubani transcorreu dois anos na Itália como Reitor do Seminário filosófico do Pime em Florença, depois voltou para a Amazônia como Chanceler da Cúria de Macapá por oito anos, até fevereiro de 1986. Naqueles anos, testemunhou a sua capacidade de organizar e manter um Arquivo e de levar adiante um trabalho de escritório de modo sistemático e constante. Em fevereiro de 1986, praticamente surdo, o Instituto se vê obrigado a chamá-lo de volta à Itália para um cargo que muitos temiam que Pe. Bubani, tão ativo e dinâmico, não se adaptaria: a partir de setembro de 1986 era arquivista-geral do Pime.
Nos últimos 18 anos da sua vida, revelou-se um homem preciso, equilibrado, constante e metódico no trabalho. Parecia, mesmo para aqueles que viviam perto dele, a pessoa ideal para se fechar dentro de um Arquivo missionário para construí-lo praticamente do zero. Às vezes, no entanto, recordava e chorava os seus índios e caboclos, as longas viagens na floresta e os seus rios, as Missas no alvorecer e as reuniões comunitárias à noite, muitas vezes à luz de velas. Mas tinha um sentido do dever que impressionava todos, mesmo com 82 anos: sempre trabalhou entre oito e dez horas por dia, realizando um trabalho que parecia impossível.
Quadruplicou a quantidade dos documentos do Arquivo (cerca de 1900 caixas contendo, cada uma, cerca de mil ou mais folhas de documentos: cartas, diários, livros, revistas, fotografias, lembranças e relíquias dos missionários mártires e santos); examinou e catalogou todo o material de modo que pudesse estar disponível para pesquisas históricas sobre missionários, as várias missões e o Instituto; por fim, Padre Bubani promoveu, em parceria com o Departamento histórico e as Postulações do Instituto, a utilização do Arquivo para poder publicar artigos e volumes históricos.
Pe. Ângelo Bubani, faleceu em Roma, no dia 21 de março de 2004.
Fonte: Site Pime-Net - Acessado em 31 de outubro de 2013.
"A aventura missionária de Pe. Ângelo Bubani, da Amazônia ao arquivo do PIME"

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Memória radiofônica: Orivaldo Santos "Galinho de Ouro" - Uma História de Superação

Passou agosto! Levou consigo nosso “Galinho de Ouro”. 
Há quinze dias, o competente e festejado radialista Orivaldo Santos foi chamado para o plano celeste. Ele partiu dia 29, três dias antes do florido e verdejante setembro, chegar. Foi um choque para todos. Embora soubéssemos que ele passava por delicado e preocupante estado de saúde, a notícia de morte, sempre surpreende e nos deixa incrédulos, num primeiro momento. Galinho viveu entre nós, superando barreiras e transpondo obstáculos que a vida lhe impôs. Mas sua vivência foi marcada por uma História de Superação, muito bem detalhada na narrativa de nosso contemporâneo jornalista José Machado:
IN MEMORIAM
ORIVALDO LEÃO DOS SANTOS, era natural de Chaves-Pa e veio ao mundo em 5/3/1955. O segundo de cinco irmãos, e o terceiro a falecer. Derivaldo e Edna Santos residem em Belém-Pa.
Aos sete anos, com o falecimento do pai - Amor Leão dos Santos, a viúva Catarina Monteiro dos Santos, enfrentou sérias dificuldades para criar cinco crianças pequenas.
Orivaldo, foi entregue ao padrinho, com quem conviveu até aos 17 anos de idade. Aos treze, tornou-se vendedor ambulante de pastéis e bolos, para contribuir com a rentabilidade familiar. A faina do garoto lourinho, iniciava às 9h da manhã quando deixava sua casa atravessava o dia e, nunca retornava antes das 17h quando já havia vendido tudo.
Após o almoço e um pequeno descanso seguia para o colégio onde cursava o supletivo. A exaustiva rotina era um desafio contra o cansaço, o sono e a vontade de desistir. Concluiu o ginásio com muito sacrifício e o segundo grau muitos anos depois.
Em uma certa manhã de suas caminhadas mercantis, entrou na Difusora e vendeu tudo rapidamente, encorajando-o a voltar diariamente e, foi se enturmando ao ponto de direcionar as vendas exclusivamente aos RDMistas para posterior pagamento.
Após zerar seus produtos, ficava horas na sala de áudio deslumbrado com os equipamentos e o desempenho do sonoplasta.Perguntava muito e ia assimilando as informações.
Um certo dia, sentindo que dois comensais queriam lesá-lo, após alguns impropérios, tirou o costumeiro boné do glorioso (Botafogo) e os desafiou para o embate físico.
Uma cena hilariante, de um infanto-juvenil franzino, queimado de sol em atitude agressiva com os punhos fechados em guarda contra dois brutamontes.
Como seria previsível, os dois pagaram e tudo terminou em risos. Era mais zoação, para testar o equilíbrio emocional do garoto.
Pela pose adotada de enfrentamento, Humberto Moreira, Pedro Silveira e José Machado, que presenciaram, expressaram uníssonos: “olha aí o galinho de ouro “. Numa alusão ao pugilista Eder Jofre,apelido que o acompanhou pela vida toda.
A partir daquele dia, sumiu por um certo tempo e quando reapareceu já adolescente, pleiteou uma oportunidade de estágio como operador.
A diretora da emissora à época, exercia paralelamente o magistério e, dessa forma José Machado que era o secretário, na prática era quem geria a rádio e foi quem lhe possibilitou o ingresso.
Um sonho profissional que procurou alcançar com obstinação.A oportunidade finalmente surgiu quando foi indicado para substituir EDUARDO SANTANA que pediu demissão para trabalhar nas Guianas.
Seu jeito introspectivo, calmo, fala pausada uma postura tranquila, disciplinado, sempre focado em fazer um bom trabalho, foi angariando simpatia, respeito e admiração de todos.
Era perceptível que se tratava de uma figura ímpar. Algum tempo depois, substituiu Humberto Moreira que pediu exoneração à chefia da discoteca.  
A dedicação em tempo integral, obrigou a deixar a sonoplastia temporariamente. Três servidores sob suas ordens o ajudavam em suas atividades.
O País em plena fase do regime militar, havia um grande controle da mídia e a Difusora mesmo estatal, era obrigada a encaminhar diariamente até as 17h a programação do dia seguinte.
Um calhamaço com trinta e cinco laudas contendo o título de 1065 músicas ao Departamento de Censura e Diversões Públicas da Polícia Federal. O descumprimento implicava em grave infração, caracterizando transgressão das normas vigentes, e a rádio estaria impedida de funcionar no outro dia.
Além do grande vexame moral para o Governo, prejuízo comercial (patrocinadores dos programas) a falta de compromisso social como ouvinte, muitas cabeças seriam decaptadas.
Era como o deadline (linha da morte) no jornalismo, em que o profissional precisa aprender a conviver com o prazo de entrega do seu trabalho.
A atividade do discotecário à época era muito exaustiva mental e emocionalmente e vivia-se em constantes apuros. Mas com o decorrer do tempo acabava acostumando-se.
Às sextas feiras eram os piores dias, considerando que sábado e domingo o DCDP não funcionava, as programações do fim de semana e mais a da segunda feira, teriam que ser entregues todas dentro do prazo acima mencionado.
Continuamente, colegas de outros setores iam em auxílio do “galinho”, para que pudesse cumprir com o compromisso e, livrar da guilhotina vários pescoços.
Mesmo enfrentando esse serviço extremamente estressante, Orivaldo Santos, foi o que mais tempo permaneceu na função...Dez longos anos.
Alguns anos de profissão e vasto conhecimento musical o levaram a buscar um novo desafio. Meados dos anos 80 se lançou como DJ com um programa independente em que apresentava diversas sonoridades.
O “TOCA TUDO” - passeava pelos mais variados estilos:rock, disco, samba-rock   pop, house, discothec, brega e ritmos caribenho em três horas de duração. Com uma comunicação coloquial, criou uma intimidade inédita com os ouvintes.
Mostrava um feeling apurado para discotecagem, tinha um bom gosto musical e uma técnica surpreendente. Deu mais opções ao ouvinte para agregar diversidade musical e conduzi-lo por vários estilos. Ganhou mais projeção, consolidou sua carreira artisticamente e provou ser eclético.
Mas como disse Guimarães Rosa  Viver é muito perigoso... Porque aprender a viver que é o viver mesmo”. É uma travessia com alegrias, tombos e tristezas.
Desposou a professora MARIA TEREZINHA, ambos muito jovens e, dessa relação nasceram: Marivaldo e Sandro. Enviuvou dez anos após o casamento.
Foi difícil a compreensão daquele novo momento em sua vida, viver uma nova realidade, lidando com a viuvez precoce foi um choque. Resolveu dar um tempo para relacionamentos, pensar com calma e, ter clareza na situação. Retomou gradualmente a vida, buscando suporte em amigos,familiares e a religião.
Em 2006, conheceu MARIA JOSÉ MARTINS FERNANDES DOS SANTOS, recepcionista e colega de serviço. Uma relação que perdurou 13 anos de casados, até que a morte os separou.
No museu da memória, se expõe as lembranças, a mitologia familiar de um personagem, cuja vida lhe foi hostil, interrompendo precocemente o sentido que não houve, como se desdobrasse para trás.
A vida/arte do “galinho” é um momento entre nós seus contemporâneos no espaço da vida, em que ele brilhou como emblema de uma época.
Para quem teve a oportunidade de acompanhar o seu percurso, há de convir que ele foi um vencedor, idealizou sua própria trajetória de vida. Seu círculo de amizades foi mensurado pelo grande público que compareceu para despedir-se e prestar-lhe a última homenagem.
ORIVALDO LEÃO DOS SANTOS (O GALINHO) conseguiu o milagre da vida...Escrever sua história, deixando sua biografia gravada no coração de muitas pessoas independente de idades.
Texto: José Machado
Foto: João Silva (Cortesia)
Orivaldo Leão dos Santos descansa em Paz, no Cemitério São José, no bairro Santa Rita.

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