quarta-feira, 31 de março de 2021

Memória da Educação do Amapá – Lançamento da pedra fundamental da Escola Profissional de Macapá

A pedra fundamental da Escola Profissional de Macapá, foi lançada em 24 de junho de 1947.

O empreendimento foi construído com recursos do Plano de Valorização Econômica da Amazônia.

Destacamos da página 16 da Revista do Amapá nº 2, de julho de 1947, três registros históricos da solenidade.

No primeiro vê-se o “Dr. Leopoldo Peres, Presidente da Comissão Parlamentar da Amazônia, assinando a respectiva ata.”

No segundo o “Dr. Leopoldo Peres, quando colocava a pedra fundamental da instituição.”

E no último registro, o “Dr. Marcílio Viana, Diretor da Divisão de Educação, que pronunciou o discurso oficial do ato, dizendo das razões daquele educandário para o futuro de Educação do Amapá.”

“A cerimônia foi encerrada com a palavra do Deputado Vasconcelos Costa. membro da Comissão, dando ao público suas impressões, não apenas sobre aquelas realizações, mas, e principalmente, a respeito do que lhe ia sendo dado observar na região que visitava.”

A Comissão Parlamentar da Amazônia, esteve em visita ao Território do Amapá, e “foi recebida no aeroporto de Macapá, (foto) pelo governador Janary Nunes, demais autoridades federais, estaduais e municipais, e o povo que acorreu para saudá-la.”

TRAJETÓRIA DA ESCOLA: A atual Escola Estadual Antônio Cordeiro Pontes, situada à Avenida FAB, nº 264, entre as ruas Tiradentes e São José, no bairro Central do município de Macapá-Ap, ao longo de sua história vem passando por transformações em sua denominação e propósitos situacionais.

Através do Decreto de criação nº 101-A/49-GAB, de 01 de dezembro de 1949, o estabelecimento foi denominado, inicialmente, como Escola Profissional Getúlio Vargas, cuja filosofia pautava-se na formação profissionalizante no período de 01/12/1949 a 01/01/1950.

Pelo Decreto de nº 36.493/54: a instituição recebeu o nome de Escola Industrial de Macapá com a formação exclusiva em Artes Industriais no período de 1950 a 1964.

O Decreto de nº 07/64-GAB efetivou a denominação e a nova filosofia de ensino ao estabelecimento.

Já o Decreto nº02/65-GAB de 19/01/1965 definiu o nome Ginásio de Macapá para o Trabalho, que passou a ofertar além das Artes Industriais outros cursos técnicos: Técnicas Agrícolas, Técnicas Comerciais e Administração para o lar, no período de 1965 a 1972. Vale ressaltar que nesse período o ensino era voltado exclusivamente para a formação de uma clientela masculina.

A partir 1973 em face da Lei nº 6569/71 houve uma nova estruturação no ensino ofertado. Agora o Ginásio de Macapá passaria a admitir alunos de ambos os sexos, bem como promover a adaptação necessária para atender a nova demanda.

Em 1976, por meio da portaria nº310 de 14.09.76 da Secretaria de Educação e Cultura/AP, deu-se a implantação do 2ºgrau, com a implementação e estabelecimento das habitações básicas. Fonte: Blog da Escola ( http://goo.gl/hWNa5 )

Fonte: Revista do Amapá nº 2, de junho de 1947.

terça-feira, 30 de março de 2021

Memória do Esporte Amapaense: ESTÁDIO MUNICIPAL GLYCÉRIO DE SOUZA MARQUES

 Em 1949, o então Território Federal do Amapá, foi convidado a participar do XX Campeonato Brasileiro de Futebol.

O Estádio Municipal de Macapá, foi construído com a finalidade de preparar o Amapá para a competição.

As obras tiveram início em outubro de 1949.

A “Revista do Amapá”, daquele ano, registra que “as instalações do estádio, essenciais para a realização dos jogos daquele certame, foram construídas em prazo inferior a 30 dias..."

O estádio ocupa uma área de 120 x 174 metros, ou seja 36.540 m2.

O campo possuía inicialmente, do lado esquerdo, uma arquibancada, provisória, em madeira, com capacidade para 1.500 pessoas.

Sua inauguração, em 15 de janeiro de 1950, constituiu-se em um dos principais acontecimentos esportivos do Território, naquele ano.

Segundo o historiador Estácio Vidal Picanço, “o governador Janary Nunes hasteou a bandeira nacional no mastro de entrada do estádio e descerrou a placa comemorativa com a inscrição “Construída na Administração Territorial do Capitão Janary Nunes". 

Houve ainda discurso do engenheiro construtor do estádio, Hermógenes de Lima Filho, que em seguida leu o ato do governo do Território Federal do Amapá repassando a administração do Glycerão à prefeitura de Macapá.”

Os clubes da cidade, naquela época eram: Esporte Clube Macapá, Amapá Clube, Trem Desportivo Clube Sociedade Esportiva e Recreativa São José.

Fontes: Trabalho de Conclusão de Curso da turma de Engenharia e Urbanismo – UNIFAP – 2013 E Revista do Amapá nº 9 – 1950.

domingo, 28 de março de 2021

Foto Memória do Esporte Amapaense: Seleção amapaense de futebol – 1950

Imagem reproduzida da Revista do Amapá, edição de nº 9, publicada em abril de 1950, traz um importante registro histórico da Seleção Amapaense de Futebol de 1950, antes do jogo realizado, em Belém, contra a representação do Pará.

Da esquerda para a direita, em pé: Delbanor Dias (Técnico); 75; Suzete; Lavareda; Cabral. Roxinho e Raimundinho.

Agachados na mesma disposição: Adãozinho; Dedeco, Alves, Zé Maria e Cabeça.

Fonte: Revista do Amapá

Nota do Editor: Agradecemos ao amigo Diniz Botelho - leitor do blog - pelo envio de uma cópia digital da Revista do Amapá.

quinta-feira, 18 de março de 2021

FATOS E MEMÓRIAS DO AMAPÁ: Manoel Cordeiro - Um gênio da música


                                                                 (Foto: Reprodução / Facebook)

Por (*)Humberto Moreira

“Realmente a população de Macapá ganhou, com o passar do tempo, muitas facilidades e avanços que deixaram a vida mais tranquila. Mas já fomos uma cidade onde não havia supermercados e atacadões. Foi no tempo dos pequenos comércios de gêneros alimentícios, comumente chamados de “tabernas”. Lembro de minha mãe me mandando diariamente a esses estabelecimentos para comprar arroz, farinha, açúcar e todo tipo de gêneros de primeira necessidade. Na época não se comprava em grandes quantidades e tínhamos de voltar diariamente às tabernas do bairro para comprar o que era necessário.

E foi nessas idas e vindas que conheci a Casa Novo Horizonte, que ficava na esquina da Hildemar Maia com a Mendonça Furtado, na chamada rua do aeroporto. Haviam alguns outros pequenos comércios que eram mais perto de casa. Porém uma coisa me atraiu ao local desde o primeiro dia. Naquela taberna havia um senhor e seu filho que tocavam e quando eu chegava lá acabava ficando um pouco mais para ouvir as músicas executadas pela dupla. Sentava em cima da sacaria e acabava atrasando o mandado da Dona Dulce.

O velho era Seu Mundinho. Um paraense de Ponta de Pedras e o garoto, filho dele, era nada mais nada menos que Manoel Cordeiro. Fui me aproximando devagar e fiz amizade com aquele garoto pois, eu já participava dos programas de música ao vivo na Rádio Difusora e vi ali a oportunidade de mais um parceiro.

Do outro lado da rua havia um bar chamado Casa Três Padroeiros, de propriedade de um enfermeiro chamado Francisco Monteverde. Lá aos domingos, se reunia a nata da música macapaense. Estavam por lá artistas como Francisco Lino, Manoel Sobral, Beni Santos, Geraldo do Pandeiro, Fernando da Cheirosa, Amilar, Vitaleiro, Treze e tantos outros.

Nas minhas idas e vindas à Casa Novo Horizonte fui ficando cada vez mais amigo do Manoel Cordeiro, chegando a ponto de convida-lo pra gente ir se meter no meio dos bambas que domingo frequentavam o bar da frente.

Tomamos coragem suficiente e atravessamos a rua num domingo. No repertório cantado pelos frequentadores da Casa Três Padroeiros, bolerões de Nelson Gonçalves e sambas de Ataulfo Alves muito aplaudidos na época.

Lá chegamos nós meio tímidos, Manoel com seu violão e eu querendo uma oportunidade pra soltar a voz. Não demorou muito para sermos chamados ao palco. A gente havia ensaiado um samba que tocava muito no Carnet Social da RDM chamado “Ilha do Marajó” de Zito Borborema. Tacamos Ficha. Dois moleques atrevidos em meio às feras musicais da cidade: ‘Recebi um telegrama do meu velho pai me pedindo pra voltar...”. A casa se derreteu em aplausos depois que terminamos. Saímos de lá felizes pelo resultado da nossa audaciosa aventura.

Anos depois, já adultos, integramos os grupos de bailes. Mas nunca estivemos num mesmo conjunto. Ele foi para Os Inimitáveis e Embalo Sete e eu para os Joviais e depois Cometas. Ele seguiu sua carreira fazendo sucesso com a Banda Warilou e eu continuei por aqui na vidinha de sempre.

Há mais ou menos um mês atrás aquele garoto, meu companheiro, hoje famoso maestro da música da Amazônia e conhecido no Brasil inteiro, foi infectado pelo Corona Vírus. Fiquei com o coração apertado, pois essa doença arrancou de mim algumas pessoas queridas. Gente da música também, como Fábio Mont’alverne e Siney Saboia. Não sou de rezar toda hora, mas fiz uma oração pedindo pela cura do meu amigo. Nossos laços, apesar da distância, não se desfizeram nunca e eu ficaria ainda mais triste se ele partisse.

Graças a Deus Manoel Cordeiro está se recuperando e eu o vi na semana passada no programa da Ana Maria Braga, acompanhando a Fafá de Belém. E fiquei feliz sentindo um alívio de ver que esse gênio da música ainda vai continuar conosco. Saúde irmão. Você não pode nos deixar agora porque se for, levará consigo muito da nossa alegria.

(*) Radialista, jornalista e cantor amapaense

(Fonte: Facebook)

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“Trajetória - Manoel Cordeiro começou a tocar aos 12 anos. O avô era maestro no Ceará. A mãe, cabocla marajoara, tocava cavaquinho. Curioso e autodidata, o então jovem músico ingressou em bandas de baile na primeira metade dos anos 1970. De 1976 a 1986, deixou o talento de lado e foi funcionário do Banco do Brasil, onde chegou a ser supervisor de operação. Mas, em 1983, voltou aos estúdios, desta vez para tocar ao lado do irmão. Nessa época, Manoel recebeu de Alípio Martins uma proposta irrecusável: montar uma banda base que acompanhasse vários artistas.

E assim ele contabiliza, por alto, mais de 700 participações em discos. Na década de 1980, trabalhou na criação do estúdio Gravasom, de Carlos Santos, que tinha selo, rádio e loja de discos. Quem emplacasse no Pará, tinha distribuição nacional pela Polygram. Em 1987, Manoel Cordeiro foi contratado como músico e arranjador de Beto Barbosa e, logo depois, começou a produzir o artista, que chegou a vender 1,5 milhão de cópias por álbum, um sucesso estrondoso que acabou atraindo quem não era do ramo.” Agência PA (SECOM)

MEMÓRIA DA CULTURA AMAPAENSE > DONA VENINA, GRANDE DAMA DO MARABAIXO DO AMAPÁ

Tia Venina marcou a história das mulheres da família e do Quilombo do Curiaú, situado na Zona Rural de Macapá. A sua trajetória é uma inspir...