terça-feira, 21 de junho de 2022

MEMÓRIA DA CIDADE DE MACAPÁ: ACADEMIA AMAPAENSE DE LETRAS, 69 ANOS DE FUNDAÇÃO

Há exatos 69 anos, era fundada em Macapá, a Academia Amapaense de Letras.

ACADEMIA AMAPAENSE DE LETRAS

(*) Por Nilson Montoril

               Estimulados por membros da Academia Paraense de Letras, notáveis servidores públicos do Território Federal do Amapá decidiram fundar um Silogeu com as mesmas finalidades da congênere parauara, na cidade de Macapá. Isso ocorreu no dia 21.6.1953, comemorando a passagem do aniversário do escritor Machado de Assis. Surgia dessa forma, a Academia Amapaense de Letras, uma entidade civil, sem fins lucrativos, que tem por finalidade implementar o desenvolvimento literário,cultural,cientifico e artístico do Brasil,conforme o estabelecido em suas normas internas. Decorrente de sua própria natureza, a Academia Amapaense de Letras funcionará por prazo indeterminado. Com sede e foro na cidade de Macapá, a AAL tem três categorias de sócios: titulares, correspondentes e honorários. Apenas o sócio titular goza do direito de votar e ser votado. A admissão de sócio titular, de caráter efetivo e perpétuo, dar-se-á por eleição, em escrutínio secreto, entre candidatos de qualquer sexo, inscritos previamente para preenchimento de vagas abertas com o falecimento de ocupantes anteriores, de uma das cadeiras indicadas no parágrafo 2º do Art. 4, ou que tenha mudado de categoria, ou abdicado de ser acadêmico, que tenha trabalhos publicados ou não, de reconhecido valor literário, cultural, cientifico, artístico ou histórico. Cada cadeira terá um patrono reconhecido como vulto ligado a história e cultura do Amapá. A solenidade de fundação do Silogeu amapaense aconteceu na sala de estudos da Biblioteca “Clemente Mariani”, do Grêmio Literário e Cívico Rui Barbosa, entidade constituída por estudantes do então Ginásio Amapaense, instalada no Grupo Escolar Barão do Rio Branco.

              Os sócios fundadores foram: Benedito Alves Cardoso (Presidente), Gabriel de Almeida Café (Secretário), João Elias de Nazaré Cardoso, Nelson Geraldo Sofiatti, Heitor de Azevedo Picanço (Bibliotecário), Amilcar da Silva Pereira (Tesoureiro), Uriel Sales de Araújo, Célio Rodrigues Cal, Oton Accioli Ramos, Mário de Medeiros Barbosa, Lício Mariolino Solheiro e Jarbas Amorim Cavalcante. Cinco sócios honorários foram distinguidos: Diniz Henrique Botelho, Altino Pimenta, Deputado Coaracy Nunes, Dr. Hildemar Pimentel Maia e tenente coronel Janary Gentil Nunes, governador do Amapá. A instalação do colegiado e a posse de seus membros aconteceu no dia 5 de julho. Os sócios fundadores exerciam o magistério do Ginásio Amapaense. Em pouco tempo a entidade deixou de atuar regularmente e nenhum trabalho de estruturação foi realizado. No inicio do ano de 1989, fui procurado pelo Dr. Georgenor Franco Filho, Juiz do Trabalho de Macapá e membro da Academia Paraense de Letras, que demonstrou interesse em soerguer o Silogeu e gostaria de contar com minha ajuda. Tinha tratado do assunto com o advogado Antônio Cabral de Castro, que lhe falou a meu respeito.

                Eu exercia a Presidência do Conselho Territorial de Educação e pude dispor do plenário do órgão para a realização da reunião preparatória visando à organização da Academia Amapaense de Letras. 

Na solenidade de posse dos membros da Academia Amapaense de Letras, ocorrida no Salão Nobre do Palácio do Setentrião, em agosto de 1988, o Governador Jorge Nova da Costa faz uso da palavra para enaltecer a bela iniciativa e desejar sucesso ao Silogeu. Á sua direita vemos o Juiz do Trabalho, Dr. Goergenor Franco Filho.Á esquerda, vislumbramos o Professor e Adm. Nilson Montoril de Araújo, Presidente da novel instituição.

No dia 31 de agosto, às 20h:30min, na Sala de Sessões Plenárias Mário Quirino da Silva, estiveram reunidos: Georgenor de Souza Franco Filho, Nilson Montoril de Araújo,Antônio Cabral de Castro,Dagoberto Damasceno Costa,Estácio Vidal Picanço,Fernando Pimentel Canto e Manuel Bispo Corrêa. Analisamos um modelo de estatuto apresentado pelo Dr. Georgenor, relacionamos os patronos das cadeiras e decidimos que, inicialmente a Academia funcionaria com apenas 20 sócios titulares, salvaguardando-se o direito dos sócios fundadores. Dentre eles, somente Heitor de Azevedo Picanço residia em Macapá. Posteriormente, outros valores literários foram incorporados ao grupo, que ficou constituído por 22 membros. Até o presente momento, 12 sócios faleceram: Alcy Araújo Cavalcante, Aracy Miranda de Mont’Alverne, Estácio Vidal Picanço,Hélio Guarany Pennafort, Elfredo Távora Gonçalves, Jorge Basile,Arthur Nery Marinho,Heitor de Azevedo Picanço,Isnard Brandão Filho,José de Alencar Feijó Benevides, Amaury Guimarães Farias e Antônio Munhoz Lopes. Os sócios restantes são: Nilson Montoril de Araújo, Georgenor Franco Filho, Antônio Cabral de Castro, Antônio Carlos Farias, Paulo Fernando Batista Guerra, Dom Luiz Soares Vieira, Dagoberto Damasceno Costa, Fernando Pimentel Canto, Manoel Bispo Correa e Luiz Alberto Guedes. Dia 12 de setembro, no Salão Nobre do Palácio do Setentrião, em sessão presidida pelo Governador Nova da Costa, 15 acadêmicos tomaram posse.

                A posse da primeira diretoria se deu no dia 17 de outubro: Presidente, Nilson Montoril de Araújo; Vice-Presidente, Dom Luiz Soares Vieira; Secretária, Aracy Miranda de Mont’Alverne; Tesoureiro, Antônio Carlos da Silva Farias;Diretor de Biblioteca, Dagoberto Damasceno Costa;Comissão de Contas:Antônio Cabral de Castro,Antônio Munhoz Lopes e Paulo Fernando Batista Guerra.Infelizmente, o euforismo inicial cedeu lugar a acomodação da maioria dos sócios.Isso gerou sérios problemas para o pleno funcionamento da instituição. Podendo deliberar com a presença de pelo menos 5 membros, o Silogeu raríssimas vezes atingiu este número.Na sexta-feira,dia 22 de maio, apenas os acadêmicos Montoril,Guerra e Munhoz marcaram presença a uma reunião solicitada por um dos sócios,que não compareceu. Mesmo assim, apreciações importantes foram feitas e deverão ser discutidas com demais sete acadêmicos, se eles aparecerem ao próximo encontro. A Academia Amapaense de Letras está em perfeitas condições para funcionar. Para fazê-lo plenamente, basta que os sócios restantes pensem seriamente na instituição e não nos seus interesses individuais.

(*) Presidente da Academia Amapaense de Letras (2022)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DESCULPE > blog EM MANUTENÇÃO...