O VELHO TRAPICHE “ELIÉZER LEVY”
Por
Alcinéa Cavalcante
O velho
Trapiche Eliézer Levy, de muitas histórias, causos e lendas.
Nele
atracavam embarcações de bandeiras de vários países e os gringos aproveitavam
para tomar um sorvete, servido em taça de inox pelo famoso garçom Inácio, no
Macapá Hotel.
Era desse
trapiche que saíam os navios com destino a Belém. No final das férias iam
lotados de universitários que voltavam para as faculdades (não havia ensino
superior no Amapá).
Nas
tardes de domingo o velho trapiche era a passarela da juventude. Depois da
sessão da tarde nos cines João XXIII e Macapá os jovens iam como em procissão
passear ali. Era um passeio obrigatório.
À noite
era comum ver na ponta do trapiche um pescador solitário. Um pescador de
peixes, ou de estrelas, ou de poesia ou de raios da lua.
A foto é
do tempo em que ainda existia a tão cantada em verso e prosa “Pedra do
Guindaste” de muitas lendas. Uns diziam que meia noite a pedra se transformava
num navio de ouro maciço enfeitado com diamantes e esmeraldas. Outros contavam
que era uma princesa encantada. E tinha gente que jurava ter visto “com esses
olhos que a terra há de comer” a pedra se transformar em princesa quando o
relógio marcava meia-noite em ponto.
A imagem do santo padroeiro é uma obra de arte do escultor português Antônio Pereira da Costa. Ele também esculpiu os bustos de Tiradentes (na Polícia Militar) e Coaracy Nunes (no aeroporto) e os leões do Fórum de Macapá (atual sede da OAB).
Espaço na cabeceira do trapiche será expandido — Foto: PMM/Divulgação
De
acordo com a Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana foi elaborado um novo projeto
arquitetônico que prevê 4 pontos de observação inspirados nos baluartes da
Fortaleza de São José de Macapá; o Trapiche Eliézer Levy, na orla do Rio
Amazonas, passará por um processo de revitalização e ampliação.
O
ponto turístico que foi fechado para reforma há pelo menos 6 anos, voltou a ser
aberto em 2018 mas novamente foi interditado.
O
governo do Amapá passou a responsabilidade do local para a prefeitura de Macapá
em julho de 2021, por meio de um termo de concessão, com a autorização para o
uso do espaço por 20 anos.
Trapiche Eliézer Levy, na orla de Macapá, no Amapá — Foto: Maksuel Martins/GEA/Divulgação
A obra integra o projeto Orla Viva, que prevê a revitalização de toda a frente da cidade.Com o
projeto será feita a reforma de toda a base já existente e do restaurante que
fica na cabeceira, mas haverá novidades como a ampliação do deck, instalação de
iluminação em "led" e píer que permitirá que pequenas embarcações
atraquem.
Será um espaço livre para feiras e eventos culturais.
Com a iniciativa, será possível reavivar a memória da população, que vê no trapiche a representação de parte da cultura e da história macapaense. (G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário