quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A BANCA CANARINHO é Área de Preservação Cultural de Macapá

A Banca Canarinho,  todos conhecem, mas ninguém sabe onde fica.
Texto: Édi Prado
E não adianta perguntar nem para os frequentadores assíduos, que batem cartão todos os domingos. Mas se quiserem saber onde é a Banca do Dorimar, ahhhhhhh, sim! Ela é a referência inclusive da Praça Veiga Cabral, criada oficialmente junto à instalação da Vila de São José de Macapá, em 04.02.1758.
A história da Banca do Dorimar começa em 19.03.1974. Dia do Padroeiro São José. Tudo começou quando o paraense, Dorimar Marques Monteiro, do município de Vigia no Pará, que chegou ao Amapá em 1955, decidiu deixar o emprego na Indústria e Comércio de Minérios (Icomi). 
Ele, que era garçom do restaurante executivo, em Serra do Navio, estava insatisfeito. E não havia oferta de emprego  melhor que a multinacional Icomi. O cunhado dele, Chico Leite, era proprietário da Agência Zola. A maior livraria e revistaria da cidade na época. E vendo a angústia de Dorimar resolveu oferecer uma banca de revistas para ir se arrumando.
Depois de muito pensar aceitou o desafio. Chico Leite mandou buscar uma banca de Belém e a instalou na Rua Cândido Mendes, com a Presidente Vargas. No lugar oposto de onde está hoje.  Era concorrente para o Nena Leão que já estava absoluto no mercado. A esposa dele,  Ana Maria Pontes Monteiro, abraçou a causa e foi trabalhar com ele na banca. “Ela sempre foi meu esteio que me dá segurança e me apoia nas decisões”, revela Dorimar.
“A banca não tinha nome. Era tempo de Copa do mundo de 1974. A Seleção Canarinho estava em toda a parte e cantada em versos, prosas e samba. Taí um bom nome: Banca Canarinho”, relembra o batismo.
No início, a banca era do tipo itinerante e de metal. No caso de fiscalização é só transferir para outro lugar.
Depois se mudou definitivamente para onde está hoje.  Após 15 anos de funcionamento, construiu uma banca em alvenaria, dando um novo visual na esquina da Avenida Presidente Vargas e Rua Cândido Mendes, na Praça Veiga Cabral. No ano de 2000, quando Anníbal Barcellos era prefeito da cidade de Macapá, a Banca do Dorimar foi instituída como Área de Preservação Cultural, através da Lei nº 1062/2000-PMM. Pronto. Estava seguro e legalmente assentada a Banca Canarinho, que sempre é chamada de "do Dorimar".
“Foi daqui deste trabalho que eduquei meus filhos, fiz várias amizades e formei outra grande família de clientes. Nem vou citar nomes. Sei que posso esquecer um montão. Recordo do tempo em que era representante  do O Liberal. O jornal chegava lá pelas 11 h da manhã. Era o único voo. E desde as 9 h já tinha gente esperando o jornal chegar. E foi criando o hábito do pessoal  de vir aos domingos para a Banca conversar, trocar figurinhas e se atualizar dos fatos da cidade”, relembra.
Além disso, a banca já rendeu bons frutos a Dorimar . Alguns títulos e comendas, como o Título Honorífico de Cidadão Macapaense, concedido pela Câmara Municipal de Macapá; Título de Honra ao Mérito, da Assembleia Legislativa do Amapá, Honra ao Mérito da Associação Comercial do Amapá (ACIA) e o Prêmio de Maior Vendedor de Jornais, concedido pelo Jornal do Dia, prêmio que faz coleção. “Ainda vou mandar fazer um grande painel com as fotos dos frequentadores, como homenagem e reconhecimento pela fidelidade”, sonha Dorimar.
E não só de livros e revistas e venda de bilhetes para shows, futebol e outras atrações, vive a Banca do Dorimar. 
Além de se  transformar em ponto de encontro de artistas, jornalistas, radialistas e gente do povo que se mantém atualizado, além  dos intelectuais da cidade de Macapá. Por ali trafegam milhares de pessoas  em busca de informação, entretenimento, ou simplesmente uma pausa embaixo das frondosas mangueiras.  
Quando completou   40 anos da Banca do Dorimar, houve uma grande festa  popular  aproveitando os festejos do Padroeiro São José. Foi promovido o encontro de gerações e culturas diversas.  O Sarau foi marcado pelo encontro das matrizes culturais amapaense e brasileira, que ecoaram em forma de batuques e poesia pelos arredores da Praça. 
A abertura foi realizada pelo grupo tradicional Berço do Marabaixo, seguido pelo Grupo Folclórico Amigos da Toada, que trouxe para o sarau a apresentação intitulada “Tambor de bem querer”, uma homenagem à miscigenação da cultura local.
Teve de tudo como se fosse um grande arraial cultural. A Cia. de Dança Afro Baraká reforçou a matriz africana com coreografias resultantes de aprofundadas pesquisas coletivas.  A poética  ficou por conta do Movimento Poesia na Boca da Noite, que estendeu o pano estampado na praça e os  integrantes distribuíram poesias aos quatro ventos. Houve  também a exposição de telas do pintor Miguel Arcanjo que retratam a biodiversidade da paisagem local. No mesmo estande, o “Capitão Açaí” satirizava os super-heróis com uma pitadinha de sabor regional, obra de Ronaldo Rony.
A programação atraiu a atenção das pessoas que transitavam pelo centro comercial de Macapá, muitas se juntaram à roda de festejos e permaneceram por lá até o encerramento com as apresentações  musicais: Zé Maria Braga, Mayara Braga e outras atrações.


RESUMO HISTÓRICO  A primeira banca de revista da capital amapaense, surgiu ao lado do Clip Bar, em frente ao Mercado Central de Macapá.

Foi montada pelo empresário Francisco de Assis Monteiro Leite que conta detalhes de sua iniciativa: 



"Eu fiz uma banquinha de madeira, pedi licença da PMM para colocar uma banca de revista e o banqueiro era o Nena Leão. Depois tiramos a banca de fora do Mercado e a instalamos dentro; era a maior e mais completa de Macapá. A segunda banca, a primeira de alumínio, foi instalada na Praça Veiga Cabral, onde tinha o terminal de transportes para Santana e aí foram disseminadas na cidade". (Fonte: Tribuna Amapaense)

2 comentários:

  1. Só peço o crédito da primeira foto, em que está escrito (Do Facebook) Ela foi tirada em uma matéria do site SelesNafes.com (http://selesnafes.com/2014/03/dorimar-de-garcom-da-icomi-a-dono-da-banca-revistas-mais-tradicional-do-ap/).

    Eu fiz a matéria e foto que está sendo usada no início do Post.

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    1. Caro Anderson Calandrini, desculpe somente agora estou vendo seu pedido que será prontamente atendido. Estarei fazendo a devida correção e solicito desculpas pelo erro não intencional. Disponha...é seu direito legal!

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