segunda-feira, 5 de setembro de 2011

João Freire da Silva: primeiro Operador de Cinema no Amapá

(Foto: Reprodução de livro)
João Freire da Silva, nasceu em Belém, Estado do Pará, no dia 8 de outubro de 1929, filho de Franquilino Freire da Silva, funcionário público (falecido) e de D. Hildebranda de Araújo Salgado. Iniciou os estudos no Grupo Escolar da vila de Mosqueiro (PA). Acompanhou seu pai, já viúvo, quando se transferiu para o Amapá, chegando no dia 12 de setembro de 1944. Nos primeiros meses de 1945, seu pai entrou na Guarda Territorial e foi servir como Guarda Civil na Base Aérea do Amapá, matriculando seu filho na escola daquela localidade. Ainda em 1945, com a interferência de seu pai começou a trabalhar como auxiliar de balconista no Clube dos Oficiais da Marinha americana. Com o fim da guerra em 1945, e com o regresso dos norte-americanos para o seu país, perdeu o emprego e retomou aos estudos na escolinha dirigida pelo professor Alzir da Silva Maia e, ao terminar o primário, viajou para a cidade de Macapá, participando do Curso de Férias, promovida pelo governo. Em 18 de dezembro, chegou a Macapá com a finalidade de conseguir emprego. Depois de uma audiência com o Governador, capitão Janary Nunes, foi contratado na função de servente na Divisão de Educação, em 2 de janeiro de 1948, quando era dirigida pelo Dr. Marcílio Filgueiras Viana e secretariada pelo Sr. EmanueI Pinheiro. No final do mesmo ano passou a exercer a função de protocolista. Em 1950 através do Sr. Emanuel, foi removido para o Cine-Territorial que, naquela época era o ponto de encontro dos macapaenses. Aprendeu de tudo e realizava todas as tarefas, desde a limpeza do salão, a programação, o preparo dos filmes, a publicidade na Rádio Difusora de Macapá. Adorava o que fazia e esse trabalho durou 14 anos, quando o Governador José Francisco de Moura Cavalcante desativou o cinema, causando a indignação dos frequentadores. João Freire chorou decepcionado e viveu, durante muito tempo, triste, executando a função de datilógrafo na seção de folhas de pagamento. O sistema, na época, pedia 3 tipos de folhas diferentes. Era um serviço que não tinha fim. Terminavam de datilografar o mês findo começava o outro. A folha continha descontos de adiantamentos de compras em casa de comércio e até de jogos de futebol, feitas no mês anterior. Em 1972 foi removido para o Serviço de Administração Geral, no setor de pessoal, João Feire terminou no ano de 1978, o curso no Instituto de Educação e no Colégio Comercial do Amapá, diplomando-se em Contabilidade. Nesse mesmo ano foi designado para exercer a função gratificada de Chefe da Seção de Cadastro e Registros Funcionais, permanecendo até a sua aposentadoria. João Freire casou-se com D. Alencarinha Alencar da Silva no dia 8 de outubro de 1981 e nasceram os filhos Elizabeth (falecida), Cléia, Vera Lúcia, Sônia Edna, TeIma, Elza, Maria de Nazaré, Maria Áurea, Terezinha de Jesus, Margarete e ÂngeIa. Fez parte do grupo de Escoteiros, dirigido pelo tenente Glycério de Souza Marques; tentou organizar um time de futebol, comprou camisas, elegeu a Diretoria, mas não deu certo. Não era bom de bola. Sua presença na galeria dos personagens ilustres do Amapá se deve ao seu pioneirismo no Cine Territorial e nas funções que desenvolveu para o bem-estar de sua família e dos amapaenses. Sr. João  Freire da Silva, hoje aposentado, com 82 anos, reside com a família em Macapá.
Fonte: Livro "Personagens Ilustres do Amapá Vol. II", de Coaracy Barbosa - 1998

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