sexta-feira, 22 de novembro de 2013

FUNDAÇÃO DA UNIÃO BENEFICENTE DOS MOTORISTAS DO AMAPÁ

Em 25 de julho de 1955, a Professora Sol Elarrat Canto com seu filho Augusto Celso, lançam a pedra fundamental para a construção da Sede própria e implantação da UBMA (União Beneficente dos Motoristas do Amapá). 
A placa contém a seguinte inscrição: União Beneficente do Motoristas do Amapá - Sede Própria - Macapá 25/7/1955.

Descrição Histórica - No dia 25/7/1952, fundava-se em Macapá a União Beneficente dos Motoristas do Amapá-UBMA, sociedade civil, beneficente, constituída por condutores de máquinas a explosão, profissionais e amadores, e todos aqueles que tinham ligação direta com aquele tipo de máquinas, sem qualquer distinção de nacionalidade, cor, raça ou religião. Dessa data em diante, uma comissão formada José Cardoso da Silva, Luiz Vitorino de Souza, Marcelino Ribeiro da Silva e Antônio Quintino de Menezes, membros da novel instituição, elaborou seu Estatuto, que foi aprovado em sessão de Assembleia Geral realizada no dia 23/12 do citado ano. A UBMA comemorou seu primeiro aniversário de fundação no dia 25/7/1953, consagrado a São Cristovão, padroeiro dos motoristas, e levou a efeito várias solenidades, constantes de novenas rezadas às 19h30min dos dias 22,23 e 24, e missa solene às 6h30min do dia 25. Após a missa ocorreu à benção dos carros, na Praça Veiga Cabral, e, em seguida teve início a procissão conduzindo a imagem do glorioso padroeiro.
Às 8 horas do mesmo dia, no salão nobre do prédio da Prelazia de Macapá, houve posse dos novos dirigentes da UBMA, eleitos para o biênio 1953-1954, em Assembleia Geral realizada no dia 30 de junho: Presidente de Honra: Tenente Coronel Janary Gentil Nunes, governador do Território Federal do Amapá; Presidente: Amilcar da Silva Pereira; Vice-Presidente: Marcelino Ribeiro da Silva; 1º Secretário: Dr. Dário Gomes; 2º Secretário: Gilberto Jucá de Araújo; Tesoureiro: Veridiano Souza; Procurador Geral: Emanuel Pinheiro. O Conselho Fiscal era formado pelo Monsenhor Aristides Piróvano, Amiraldo Elleres Nunes e Juvenal Salgado Canto.    
São Cristovão, Christophorus em latim, é venerado por fiéis da igreja católica, ortodoxa do oriente, anglicana, luterana e umbandistas. No oriente, a festa desse santo ocorre no dia 9 de março. No ocidente, as comemorações acontecem no dia 25 de julho. O nome Christophorus, em grego, significa “aquele que carrega Cristo”. Na Legenda Áurea, uma compilação de histórias de Santos do século XIII, Cristovão é citado como filho de um rei pagão em Canaã ou na Arábia, cuja esposa engravidou depois fervorosas preces ao deus Apolo. A criança recebeu o nome de Reprobus (Offerus) e ao alcançar a fase adulta causava admiração devido a sua compleição física de gigante. Decidido a servir aos mais fortes e destemidos vinculou-se a um individuo muito valente, mas que tinha medo do diabo. Isso foi o bastante para que Cristovão fosse oferecer seus préstimos ao próprio diabo. Fez isso até perceber que seu chefe tremia diante de uma cruz fincada à beira de uma estrada ou algo semelhante a ela compreendendo um esteio com uma placa sinalizadora na bifurcação de caminhos.
Certa vez presenciou um eremita aproximar-se de uma cruz, abraçá-la e beijá-la. Vendo nesse gesto uma prova de grande coragem, aproximou-se do eremita propondo fazer-lhe companhia em suas jornadas. O eremita educou Cristovão na fé cristã e o convenceu a prestar ajuda aos viajantes que precisavam transpor um caudaloso rio com forte correnteza. Certo dia, Cristovão viu uma criança postada à margem do referido rio e, colocando-a sobre o ombro direito iniciou a travessia. A cada passo dado, Cristovão sentia que o peso da criança aumentava. Chegando à outra margem, bastante cansado ouviu o menino dizer: “Tivestes às costas mais que o mundo inteiro. Transportastes o criador de todas as coisas. Sou Jesus Cristo, aquele a quem serves”. Jesus mandou Cristovão fincar seu bastão na terra. No dia seguinte, o cajado havia se transformado em uma exuberante palmeira.
São Cristovão viveu na época das perseguições aos cristãos movidas pelos romanos quando era Imperador Caio Méssio Quinto Trajano Décio, que governou de 249 a 251 depois de Cristo. Capturado pelo governador da Antioquia foi martirizado de forma cruel e depois decapitado no dia 25 de julho de 250 depois de Cristo. A Antioquia era então uma região situada entre a Síria e a Abissínia, hoje cidade de Antakia, pertencente à Turquia. As narrativas sobre São Cristovão começaram a se espalhar pelo mundo a partir do século VI, notadamente na França. Foi canonizado no século XV, mas o Concilio Vaticano II, em 1969, julgou que havia poucas evidências históricas da existência de santidade nele. O mesmo aconteceu com outros 199 mártires do cristianismo, entre eles São Jorge. No sincretismo afro-brasileiro São Cristovão é equiparado ao orixá Xangô. 
O Concilio Vaticano II, convocado a 25 de dezembro de 1961, pelo Papa João XXIII e por ele instalado dia 11 de outubro de 1962, reuniu 2.000 prelados que discutiram vários temas visando atualizar a Igreja Católica. Cerca de 200 santos, cuja existência não tem sólidas convicções históricas, foram removidos do calendário católico. A Igreja aceita a devoção aos santos cassados e o culto aos mesmos, mas eles não fazem parte do Calendário Litúrgico e por isso não têm direito a missa e orações específicas. Entretanto, o povo manteve neles sua devoção. São Cristovão é o padroeiro dos solteiros, marinheiros, viajantes, epiléticos e dos jardineiros. Abranda as tempestades, favorece que seus devotos tenham uma santa morte e se livrem da dor de dente.
A oração que os motoristas devem fazer pedindo a intercessão de São Cristovão é a seguinte: “Daí-me Senhor, firmeza e vigilância no volante, para que eu chegue ao meu destino sem acidentes. Protegei os que viajam comigo. Ajudai-me a respeitar a todos e a dirigir com prudência. E que eu descubra vossa presença na natureza e em tudo o que me rodeia”. (Nilson Montoril)

Texto do historiador Nilson Montoril, publicado, originalmente, em 04/09/2013, em seu blog Nilson Montoril - Arambaé

Nota do Blog: Diante da divergência entre as datas da placa e da fundação da UBMA citada na descrição histórica,  fomos buscar junto ao historiador uma explicação sobre o ocorrido. Eis a resposta: 

"A fundação da UBMA ocorreu no dia 25/7/1952. O lançamento da pedra fundamental da sede da instituição é que foi feito no dia 25/7/1955. A área ficava na margem da rodovia Macapá-Clevelândia, depois denominada Duque de Caxias e depois Duca Serra" (Nilson Montoril)

3 comentários:

  1. Édi Prado - “Tivestes às costas mais que o mundo inteiro. Transportastes o criador de todas as coisas. Sou Jesus Cristo, aquele a quem serves”. Jesus mandou Cristovão fincar seu bastão na terra. No dia seguinte, o cajado havia se transformado em uma exuberante palmeira.
    São Cristovão viveu na época das perseguições aos cristãos movidas pelos romanos quando era Imperador Caio Méssio Quinto Trajano Décio, que governou de 249 a 251 depois de Cristo. Capturado pelo governador da Antioquia foi martirizado de forma cruel e depois decapitado no dia 25 de julho de 250 depois de Cristo. Aí entra o questionamento. Como pode São Cristovão carregar Jesus nos ombro e somente ser decapitado 250 anos depois de Cristo?

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  2. Milagre, Sr Edi. Milagre. 😂 Meu nome é Veneide. Doj filha do Sr Veridiano Souza, O tesoureiro e um dos fundadores da UBMA. Meu pai, naquele tempo, adquiriu um lote nas proximidades da UBMA, onde iiniciou a construção de uma casa. Atualmente resido nesse local. Porém, aconteceu outro "milagre" desta vez, não com o padroeiro dos Motoristas do Amapá, mas com a sede da UBMA: desapareceu da vizinhança daqui do Bairro Central! Sumiu! No seu local foram construídos alguns empreendimentos comerciais, entre os quais: um galpão que serviu de boate e enfernizou a vida dos vizinhos, uma escola de futebol, e uma lavagem de carro. Merecemos uma resposta da atual diretoria para a pergunta: qual o endereço atual da sede? Onde está a placa de fundação da entidade? Onde estão os retratos dos seus fundadores? Sou Veneide C Souza, filha de Veridiano e Andaoa Cherfen de Souza, nasci em 1952, o mesmo ano da fundação da UBMA; fui aluna da Professora Sol Elarrat Canto em 1962, no Grupo Escolar Barão do Rio Branco; fui colega de Celso, seu filho que está criança na foto da placa; foi através do curso da Escola Aruana, para Motoristas que tirei minha Carteira Nacional de Habilitação. Então, senhores atuais sócios da UBMA, forneçam-nos o endereço atual da União Beneficente dos Motoristas do Amapá, por gentileza e obrigação moral à memória de seus fundadores.

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    1. Para quem não sabe a Escola Aruana pertencia ao Sr Juvenal Canto, um dos fundadores da UBMA e esposo da querida Professora Sol Elarrat Canto.

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