Foto: Reprodução / Blog Rádio Memória-PA |
Nascido em 22 de março de 1952. Menino magrinho, ainda com poucos meses de vida, foi adotado pelo casal Euclides Nogueira de Pinho e Umbelina Guilherme de Pinho residentes a av. Feliciano Coelho no Trem, (ambos já falecidos-ele enfermeiro, e ela dona de casa). Nunca conheceu os pais biológicos por quem foi abandonado.
Talento precoce, aos nove anos de idade, cantava, fazia
imitações e dublava Rita Pavone e Roberto Carlos (dos quais era fã ardoroso), em
shows artísticos promovidos aos domingos pelo Trem Desportivo Clube.
Foi no Serviço de alto falantes “Urca Bar” de Durval Alves de
Melo, aos 14 anos, sua primeira atuação como locutor.
Graças ao seu talento foi convidado pelo então chefe
escoteiro Manoel Ferreira - o Biroba, que o levou para o grupo Marcílio Dias
(escoteiros do mar).
Alguns dias depois dividia com o velho pioneiro e narrador
esportivo, os jogos de solteiros X casados as segundas-feiras.
Em meados de 68, passou a integrar a equipe esportiva de
Francisco Salles de Lima (o Chicão) na Difusora de Macapá.
Fez locução de estúdio, ponta de gol, disc-jóquei, narrador
esportivo, e finalmente sentindo que Macapá estava pequena demais para os seus
sonhos, em novembro de 1969 rumou para Belém e foi logo aproveitado na equipe
da Rádio Marajoara.
Passou a fazer parte da emissora associada, que tinha como
diretor da equipe esportiva Ivo Amaral, juntamente com Jones Tavares e Thadeu
Matos. Em pouco tempo estava narrando futebol.
Sua carreira exitosa, foi observada por grandes olheiros do
rádio paraense, e em pouco tempo foi chamado para o time de Jayme Bastos - diretor
de esportes da “Equipe Legal” (Rádio Liberal) slogan que a emissora de Rômulo
Maiorana usava à época, mas não demorou muito tempo.
Meses depois, estava na seleta equipe da Rádio Clube do Pará
que havia tido uma grande baixa profissional, com a saída do grande narrador
Cláudio Guimarães para a Liberal.
GUILHERME PINHO era vaidoso, trajava-se com roupas de grifes
caras e óculos ray-ban. Além de se autovalorizar, falava o que pensava sem
filtro.
Debochado, mesclava sempre alegria e bom humor. Gostava de
zoar, fazer escárnio dos colegas de trabalho, com isso atraiu certa antipatia
por onde passou.
Talentoso, com um improviso considerado de bom nível para um
locutor jovem, em meados de 72, após vários contatos com o radialista Júlio Sales,
(ex integrante da RDM), à época diretor da equipe de esportes da (extinta)
Uirapuru, de Fortaleza-CE. Salles o integrou imediatamente à emissora, onde
teve uma estada muito rápida.
Transitou por outros prefixos alencarinos, mas a vida
acadêmica, não permitia conciliar rádio e Faculdade. Graduou-se em Comunicação
Social, com habilitação em Jornalismo e posteriormente em Direito.
Concursado, passou a trabalhar na Câmara Municipal de Fortaleza.
Tornou-se âncora de um programa na Televisão.
GUILHERME PINHO, teve uma ascensão meteórica. Sua promissora
carreira como radialista teria ido mais longe, pois tinha potencial, voz firme
e vibrante além de ser bem articulado.
Sua história de vida, seu apego ao rádio, que ele tão bem
traduziu em suas narrações que emocionaram milhares de torcedores no Norte e
Nordeste do Brasil, é uma história que merece ser sempre recontada.
Morreu precocemente, de forma trágica, assassinado aos 44
anos em 24 de outubro de 1996, em seu apartamento em Fortaleza-CE.
Deixou dois irmãos: Elza Lúcia e Iacy Guilherme de Pinho,
ambos adotivos como ele, que ainda residem em Macapá. Vinte e um anos após sua
morte, há quem lembre do seu estilo (inconfundível) de fazer rádio.
(*) jornalista e radialista amapaense.
Joao, amigo, permita-me dizer que o Pinho saiu da Marajoara para a Clube e só depois é que foi para a Liberal. Mas
ResponderExcluirpassou pouco tempo na Equipe Legal e retornaria à Clube.Onde também ficou por brevíssimo tempo. E de lá é que transferiu-se para a extinta Uirapuru.Quando passou pela Clube tinha todas as chances de alcançar relevancia pois o saudoso Edyr Proença apreciava seu estilo de narrar. O espírito inquieto além da irreverencia desmesurada tornou-o, porém, antipatizado pelos colegas de trabalho.Tanto na Clube quanto na Liberal. Eu o conheci pois a Rádio Liberal chegou a ter seu estúdio(apenas um) na redação do jornal. Nesse tempo (1971) eu era repórter do jornal.O pessoal dos dois veículos trabalhando junto, tornou-se amigo um do outro. Cheguei a ouvi-lo em um programa politico em Fortaleza, salvo engano, na antiga Rádio cidade.Ele era o apresentador do programa.Não narrava mais futebol.Se tivesse ido para o Rio ou São Paulo, com certeza, teria brilhado tanto quanto brilhou em Belém e Fortaleza.Não sabia de sua origem familiar.