O início da emigração de
famílias judias radicadas há vários séculos no norte da África, para a Amazônia
brasileira, aconteceu na segunda metade do século XIX, quando o reino do
Marrocos atravessou guerras e instabilidade política, provocadas pelas
intervenções militares das potências europeias, a partir de 1844.
A Família Roffé, veio nessa leva.
A Família Roffé, veio nessa leva.
As populações, no norte do
Marrocos, usavam a língua espanhola, e ao sul, o árabe e dialetos bérberes.
De 1471 a 1578 Arzila foi
ocupada pelos portugueses, que ergueram as muralhas ainda existentes e a
transformaram em importante centro comercial; a seguir foi perdida para os
espanhóis, que a chamavam de Arcila. Posteriormente foi cedida a governantes
muçulmanos e recebeu o nome árabe atual: Asilah.
A família Roffé é originária
de Arzila (Asilah), uma pequena cidade do noroeste de Marrocos, localizada na
atual província de tanger, que abrigava uma numerosa colônia judaica.
A palavra Roffé é de origem
hebraica e significa médico; a família se comunicava em língua espanhola.
Era negociante nas feiras e
figura de alguma projeção na comunidade israelita; consta que havia uma rua com
o seu nome na cidade.
Casou-se duas vezes: primeiro
com Honória e posteriormente com Cota. Foram seus filhos: Abraham, Alfredo,
Jaime, Aziza, Bonina e Camila (Jaime e Camila eram filhos de Cota). Os três
filhos homens e vários netos, filhos de suas filhas, emigraram para o Brasil.
Abraham Roffé nasceu em Arzila em 1857 e viajou
para o Brasil em 1872. Retornou ao
Marrocos, casou-se com Anna Barcessat aproximadamente em 1875 e voltou para
a Amazônia sem a família. Estabeleceu-se no município de Afuá (Roflandia) e
quando sua situação melhorou mandou buscar mulher e filhos. Posteriormente
vários parentes seus e da mulher também vieram e foram as raízes de outras
famílias de sefarditas do
Pará.
Mais tarde, Abraham transferiu-se para Belém, onde
participou de importante firma comercial de seu filho Isaac. Para os padrões da
época e da região, era considerado um homem rico. Era de baixa estatura,
robusto, moreno, austero, pouco simpático, mascava fumo.
Relacionava-se muito bem com o filho Isaac, com quem tinha interesses comerciais estreitos, e com eles também trabalhavam seus filhos Simão e Mário, bem como o neto Marcos Athias. Conhecido como “o velho Roffé”, faleceu em 1º de fevereiro de 1932, aos 75 anos, e está sepultado no antigo Cemitério Israelita de Belém da Rua José Bonifácio.
Relacionava-se muito bem com o filho Isaac, com quem tinha interesses comerciais estreitos, e com eles também trabalhavam seus filhos Simão e Mário, bem como o neto Marcos Athias. Conhecido como “o velho Roffé”, faleceu em 1º de fevereiro de 1932, aos 75 anos, e está sepultado no antigo Cemitério Israelita de Belém da Rua José Bonifácio.
Anna Barcessat Roffé nasceu em
Arzila em 1862, filha de Moisés Barcessat e Júlia Bencheton. Casou-se em 1875,
com 13 ou 14 anos, e aos 15 anos deu à luz sua primeira filha: Meriam. Seus
filhos mais velhos nasceram em Arzila e posteriormente veio ao encontro do marido
no Brasil, onde nasceram os cinco filhos mais novos.
Nos anos em que permaneceu com
os filhos no Marrocos, sofreu grandes privações. Os recursos deixados por
Abraham acabaram, mas ela nunca escreveu a respeito ao marido
Gorda e precocemente
envelhecida, sofria de hérnia abdominal, tendo sido operada várias vezes, e
passava a maior parte do tempo deitada em uma rede, ou ficava sentada junto à
janela conversando com os conhecidos. Gostava muito do jogo do bicho e sempre
pedia a alguém que passava sob sua janela para ir fazer o seu joguinho. Era
simpática, afável, solidária, caridosa. Faleceu em Belém, em agosto de 1922,
aos 60 anos.
Família Zagury
A trajetória da família Zagury, no Amapá, começa bem antes do Território, quando o marroquino e desbravador Judah (Leão) Zagury, opta pelo Amapá com um faro de comerciante, onde chega no ano de 1879, com 15 anos de idade, levando mercadorias dos armazéns dos seus conterrâneos para negociar em Macapá, Bailique e Mazagão.
A trajetória da família Zagury, no Amapá, começa bem antes do Território, quando o marroquino e desbravador Judah (Leão) Zagury, opta pelo Amapá com um faro de comerciante, onde chega no ano de 1879, com 15 anos de idade, levando mercadorias dos armazéns dos seus conterrâneos para negociar em Macapá, Bailique e Mazagão.
Dez anos depois de uma vida
agitada, monta seu estabelecimento comercial, onde vende tudo o que lhe oferece
um lucro.
Em 1897, se casa com a jovem
Sarah Roffé, natural de Tânger, Marrocos, filha do abastado comerciante Abraham Roffé e Anna Barcessat e dessa união nascem Esther, José, Eliezer, Issac, Syme,
Meryan, Abraham, Moisés e Ana.
Naturaliza-se brasileiro em
1904 e no ano seguinte, recebe a patente de Capitão da Guarda Nacional.
Dona Sarah, sua esposa, nasce
em 1882 e naturaliza-se brasileira em 5 de outubro de 1945.
Com o falecimento de Leão
Zagury, em 1930, sozinha, cria os filhos que com o sacrifício dela se formam.
Na mesma época em que Leão morre, Sarah adoece e enquanto Moisés estava em
Belém, Isaac fica no Amapá sustentando a casa e ainda manda dinheiro para o
irmão que estava em Belém estudando.
Restabelecida, Sarah recomeça a vida comercial, na qual tinha muita experiência pois sempre trabalhara ao lado do marido. Foi ela inclusive, quem fabricou sabão pela primeira vez no Amapá. Fabricava ainda o creme dental usado na casa dos Zagury. Obteve esses conhecimentos com o filho – José – farmacêutico. Aprendeu também a tratar de doentes de malária. Começou a trabalhar no balcão da fábrica de sabão e atender em casa aos doentes de malária e de outras doenças. O comércio Zagury era um lugar onde eram vendidos tecidos, sapatos, remédios e tudo mais. Os produtos eram vendidos em Macapá e para as ilhas, através do célebre aviamento, que era um tipo de permuta. A borracha era levada e trocada lá por mercadoria, ou então, se o comprador tivesse crédito levava a mercadoria e o débito ficava para futuros acertos. Era o famoso “aviamento quinzenal”.
Restabelecida, Sarah recomeça a vida comercial, na qual tinha muita experiência pois sempre trabalhara ao lado do marido. Foi ela inclusive, quem fabricou sabão pela primeira vez no Amapá. Fabricava ainda o creme dental usado na casa dos Zagury. Obteve esses conhecimentos com o filho – José – farmacêutico. Aprendeu também a tratar de doentes de malária. Começou a trabalhar no balcão da fábrica de sabão e atender em casa aos doentes de malária e de outras doenças. O comércio Zagury era um lugar onde eram vendidos tecidos, sapatos, remédios e tudo mais. Os produtos eram vendidos em Macapá e para as ilhas, através do célebre aviamento, que era um tipo de permuta. A borracha era levada e trocada lá por mercadoria, ou então, se o comprador tivesse crédito levava a mercadoria e o débito ficava para futuros acertos. Era o famoso “aviamento quinzenal”.
Dona Sarah, faleceu aos 80
anos, dia 20 de novembro de 1963, no Rio de Janeiro, onde está sepultada.
Fontes consultadas:
Blog Família Roffé, disponível em:
http://familiaroffe.blogspot.com.br/
Blog Prof. Áureo Roffé, disponível em:
http://aureoroffe.blogspot.com.br/2012/08/familia-roff.html
Nota do Editor: Para realização dessa pesquisa, essa editoria contou com a imprescindível colaboração dos amigos e irmãos Leão, Abraham e Sarah Zagury, diretamente do Rio de Janeiro, bem como do primo Simão Pecher, diretamente de Manaus(AM). Eles, em nome das Famílias dos pioneiros do comércio amapaense, aprovaram a iniciativa e facultaram ao blog Porta-Retrato, a devida autorização para a publicação dessa matéria histórica. Grato a todos. (João Lázaro)
Blog Família Roffé, disponível em:
http://familiaroffe.blogspot.com.br/
Blog Prof. Áureo Roffé, disponível em:
http://aureoroffe.blogspot.com.br/2012/08/familia-roff.html
Nota do Editor: Para realização dessa pesquisa, essa editoria contou com a imprescindível colaboração dos amigos e irmãos Leão, Abraham e Sarah Zagury, diretamente do Rio de Janeiro, bem como do primo Simão Pecher, diretamente de Manaus(AM). Eles, em nome das Famílias dos pioneiros do comércio amapaense, aprovaram a iniciativa e facultaram ao blog Porta-Retrato, a devida autorização para a publicação dessa matéria histórica. Grato a todos. (João Lázaro)
Muito emocionante.Reconheci o nome de muitos de nossos familiares e recordar o passado de nossa família.
ResponderExcluirGimol Kerzner de solteira Roffé
Yo soy tambien decendiente de la familia Roffé,de Asilah (Arcila)
ExcluirMi abuelo Abraham Benmergui cazado con Esther Roffé hija de Camila Roffé
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirA penúltima filha de Anna Roffé, Sol Roffé, foi minha avó.
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