terça-feira, 10 de julho de 2018

Fotos Memória de Macapá: O terreno da Panair do Brasil, em Macapá

Quando a diminuta cidade de Macapá, ainda pertencia ao Estado do Pará e era a sede do município de Macapá, mais precisamente em 1940, lá se instalou a Panair do Brasil S. A., uma importante empresa de aviação aérea.
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A pista por ela construída, para pouso e decolagem de seus aparelhos DC 3 tinha seu início no ponto onde foi aberta, em 1944, a Rua General Rondon, derivando em sentido diagonal, quase no formato da letra “L, para o espaço que hoje abriga o terreno do Esporte Clube Macapá, Câmara de Vereadores, Prefeitura Municipal de Macapá e centenas de outros imóveis”.
A largura do aeroporto equivalia à gleba rasgada pelas Avenidas Procópio Rola e Raimundo Álvares da Costa. O trecho inicial da Rodovia Macapá/Clevelândia, correspondente ao ‘km zero”, demorava na atual confluência da FAB com a Eliezer Levy. A extensão da pista, rumo oeste, findava em uma área alagada, próxima Rua Hildemar Maia. A Rua Tiradentes, que já foi identificada como Coronel José Serafim Gomes Coelho e Travessa Francisco Caldeira Castelo Branco, limitava o núcleo urbano de Macapá.
A casa da Estação de Rádio/Farol da Panair do Brasil e a residência do gerente da empresa fora edificada, em madeira de lei, exatamente onde agora fica o prédio do Centro de Educação Profissional de Música Walkiria Lima.
A área ampla, contendo árvores frutíferas e um pequeno regato, por onde as águas pluviais escoavam para a ressaca formada pelo Igarapé da Fortaleza.
Algumas pequenas construções em alvenaria abrigavam instrumentos que mediam fenômenos atmosféricos. 
Um deles ficava no terreno concedido ao historiador Nilson Montoril, pelo General Ivanhoé Gonçalves Martins, governador do Território Federal do Amapá, entre abril de 1967 a novembro de 1972. Em abril de 1944, estando em curso a instalação da mencionada unidade administrativa, o Governador Janary Gentil Nunes reuniu com os líderes da comunidade negra de Macapá, que ocupavam a área em volta do velho Largo de São João e com eles negociou a desapropriação de suas propriedades. Ficou acertado, que os atingidos pela medida receberiam em cruzeiros, moeda da época, os valores certos e irrefutáveis dos seus bens.
A maioria do pessoal alvo da desapropriação tinha suas roças nos campos do laguinho, onde o governo deveria instalar um novo aglomerado populacional. O acordo foi firmado e o valor da indenização pago em moeda corrente. De imediato, duas ruas foram abertas: General Gurjão e Eliezer Levy. A primeira passou a delimitar a cabeceira da pista de aviação da Panair. A segunda começava na atual Av. Pará e estancava na cerca de arame farpado do aeroporto (Raimundo Álvares da Costa). A sequência da via pública partiu do “km zero” no rumo do Cemitério Nossa Senhora da Conceição. Trechos assim eram chamados de pontilhão.
(...)
Em 24 de maio de 1945, a empresa Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul substituiu a Panair do Brasil e incorporou ao seu patrimônio os bens da retirante. 
Por volta de meados da década de 1950, a cidade de Macapá tinha se expandido consideravelmente.
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Nas avenidas General Gurjão, Mendonça Furtado, Presidente Vargas, Iracema Carvão Nunes e Procópio Rola surgiram casas para servidores públicos graduados, erguidas à conta de recursos orçamentários do governo federal e do IPASE.
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Como pode ser observado, já existiam o Hospital Geral de Macapá, a Maternidade, o Dispensário dos Tuberculosos e a Unidade de Nutrição e Materno-Infantil.
Texto do historiador Nilson Montoril publicado na edição de 08 e 09 de julho de 2018, do Jornal Diário do Amapá.
Fonte: Diário do Amapá

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