sábado, 4 de agosto de 2018

Foto Memória de Macapá: O Pioneiro ALTEVIR CAVALCANTE LOPES DE SOUZA (em memória)


Altevir Cavalcante Lopes de Souza o quarto filho de oito irmãos do casal Marcelino Lopes de Souza e Noêmia Cavalcante Lopes de Souza, nasce em 15 de junho de 1929 em Belém do Pará e com 12 anos vai morar no Rio de Janeiro com uma de suas tias. Estuda na cidade carioca por alguns anos até concluir o colegial onde ganha o apelido de “Pará”; volta e faz o CPOR ( Centro de Preparação de Oficiais da Reserva ), em Belém/PA.
Faz concurso para despachante aduaneiro, e assim começa a seguir essa profissão, pois seu pai tinha um escritório aduaneiro bem montado e com boa clientela onde os quatro filhos trabalhavam. Para ampliar os negócios em 1953 vai morar no Território Federal do Amapá na comarca de Macapá, e monta o primeiro escritório de despachante aduaneiro da cidade.
Lá conhece Aciné Garcia; moravam confronte na General Gurjão (Bairro Alto) e de festa em festa, flertam, se conhecem, se admiram, criam afeição, namoram, noivam e se casam em 31 de maio de 1956 no civil no Fórum dos Leões, em Macapá e no religioso na Matriz de São José. Altevir e Aciné tiveram três filhos: Rivetla, Roseane e Marcellino.
Altevir torna-se o primeiro despachante aduaneiro em Macapá onde monta uma firma chamada REMARCO especializada em despacho aduaneiro de navios de longo curso e cabotagem. Trabalha com a MORMACK, ICOMI e BRUMASA, empresas que fizeram parte do desenvolvimento do Território, assim como ele.
Seu primeiro escritório é na Rua Candido Mendes próximo ao canal da Av. Mendonça Jr., onde permanece por muitos anos e depois se muda para a Av. Presidente Vargas ao lado das Casas Pernambucanas na Praça Veiga Cabral.
Altevir era incansável e tinha dedicação diuturna ao seu trabalho. Independente de dias úteis, feriados ou santificados, estava sempre a postos às chegadas dos navios; disponível 24 horas.
Além de competente profissional, era um exemplo de pai e esposo. Sabia separar seu tempo entre trabalho e família. Tinha uma dedicação especial aos filhos.
Foi despachante da Prelazia de Macapá, trabalho que prestou por muitos anos em caráter de gratuidade.
Com a extinção da profissão de Despachante Aduaneiro, em 1964, pelo Governo Federal, o escritório de Altevir se vê obrigado a diversificar suas atividades para outros serviços como transporte rodoviário, seguradoras, representações, etc.
Altevir ainda sem parentes em Macapá, convida sua irmã Yanira e família para tentarem a vida em Macapá. Aceito o convite vão todos morar na casa de Altevir até que a vida se estruturasse. Hercílio Mescouto, esposo de Yanira, consegue emprego na empresa Platon Engenharia.  
Passado algum tempo, Altevir  precisa se afastar dos negócios por motivo de saúde. Acometidos – ele e a esposa Aciné -  de doenças tropicais graves, Altevir chama o irmão para comandar o escritório, em Macapá, até sua total recuperação. Um período de dificuldades, que é plenamente superado.
Altevir Cavalcante, desde 1956 passa a integrar do Rotary Club onde por várias vezes, exerce as funções de presidente, secretário, tesoureiro, etc.
Sempre as quartas-feiras às 20 horas havia reuniões na sede do Aeroclube de Macapá, e depois no Esporte Clube Macapá, ocupação realizava com alegria e prazer e onde logra bons amigos. Também ocupa a vice-presidência da Junta Comercial do Território do Amapá, como voluntário. Seu lazer era jogar bola com os amigos no campo da antiga Panair do Brasil.
Em 1993 deixa Macapá para morar de vez em Belém; como bom católico e devoto de Nossa Senhora de Nazaré Altevir ingressa para o movimento religioso denominado ECC - Encontro de Casais em Cristo e do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, onde também faz muitos amigos que até hoje relembram dele.
Nessa nova etapa monta uma locadora de vídeos e games onde encerra suas atividades laborais aos 76 anos; mesmo nesse trabalho nunca deixa de ajudar os menos favorecidos.
Sempre alegre, espirituoso, paciente, prestativo e de trato fácil, Altevir foi um bom homem e ajudou a muitos, com seu grande coração.
Bom puxador de conversa com todos que estivessem em seu entorno, nunca foi preciso conhecer para falar com um estranho; não havia fila de banco em que ele estivesse que não fizesse a rodinha da conversa e assim o tempo passava rápido, era um mago na arte de se comunicar com pessoas.
Altevir era de grande e evidente alegria nos passeios com os netos, viagens com a esposa, aniversários, círios e finais de ano com muitos fogos, sua marca registrada. Todo 31 de dezembro reunia os amigos em sua casa, era uma festa. Nunca o vimos triste ou cabisbaixo diante dos problemas e das situações de dificuldade.
Altevir que sempre teve boa saúde, sentiu um mal-estar dia 14 de dezembro de 2008 e teve de ser internado no hospital Amazônia em Belém até a manhã do dia 8 de janeiro de 2009, quando faleceu aos 79 anos, deixando saudades a amigos e parentes.
Seu corpo descansa em Paz, no Recanto da Saudade, em Belém do Pará.
Texto de sua filha Rivetla Benchimol, com adaptações para o blog Porta-Retrato.

Um comentário:

  1. João Lazaro li o seu trabalho jornalístico sobre o meu marido Altevir e percebi o quanto você teve um olhar de apreciação sobre o que oAltevir foi como profissional e pessoa humana assim como esposo e pai de família . Agradeço todo esse seu agradável empenho para tornar conhecido alguns aspectos sobre a vida do Altevir.Com o meu abraço o meu reconhecimento.Acine

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