Nossas fotos memórias de hoje, foram sugeridas pelo amigo
Rogério Castelo, parceiro e colaborador do Porta-Retrato. Ele é editor do blog
“Amapá, minha amada terra!”, onde podemos encontrar uma infinidade de
informações relacionadas com a história da cultura, das artes e da diversidade
da Amazônia. Rogério é um pesquisador nato, interessado em ajudar as pessoas
que buscam o conhecimento sobre inúmeros temas amazônicos.
E hoje ele nos brinda com informações inéditas e preciosas
sobre expedições lideradas pelo militar e sertanista mato-grossense Cândido
Mariano da Silva Rondon.
Tratam-se de preciosidades históricas, extraídas do livro Índios e Explorações
Geográficas, de autoria do Marechal Boanerges Lopes de Sousa, editado pelo
Ministério da Agricultura - Conselho Nacional de Proteção aos Índios, no ano de
1955.
O livro com relatórios de viagens realizadas pelo Marechal Boanerges
Lopes de Sousa, colaborador de Rondon, com estudos geográficos na década de
1920, está dividido em 4 partes:
1ª Parte - "Explorações Geográficas na Região do Alto
Rio Negro" - contribuição para o 9º Congresso de Geografia, realizado em
1942.
2ª Parte - "Uma viagem ao Oiapoque" - tema de uma
conferência em que Boanerges conduz o leitor do porto de Belém (Pará) até o de
Clevelândia, no Rio Oiapoque, proporcionando-nos excelentes informações do
contexto de época.
3ª Parte - Constituída por palestras e conferências em que o
autor aborda aspectos concernentes à proteção e assistência a povos indígenas.
4ª Parte - Exposição sucinta de trabalhos da Comissão Rondon
no Sul de Mato Grosso, na construção de linhas telegráficas. E uma homenagem ao
Marechal Rondon pela Sociedade Brasileira de Telecomunicações, em 1954.
Na parte referente ao Amapá (página 78 à 120), apresentada em
Conferência realizada em 23/11/1942 pelo Instituto de Geografia e História
Militar do Brasil, reproduzimos algumas imagens e texto interessantes.
Nesta primeira foto da década de 20, vemos o desembarque em
Macapá, em carroças que cooperam no transporte dos passageiros.
"...Chegada a Macapá... O navio ficou à distância. O
porto é pior que o de 'Chaves'. A praia é extensa e rasa, de leito coberto de
lama endurecida. Para o desembarque, recorre-se ao serviço de carroças, puxadas
por muares; estas se adentram pelo mar, ao encontro das canoas, para receber os
passageiros e as bagagens."
Importante observar no
texto, a preocupação do autor com as dificuldades inerentes do desembarque e,
àquela época, já era sentida a necessidade da construção de um trapiche com
tais finalidades, o que só aconteceu 20 décadas depois. ´
"É um espetáculo interessante e um tanto cômico esta baldeação
das canoas para as carroças e o acesso ao ponto de desembarque. Poder-se-ia
evitá-la construindo um trapiche para atracação dos vapores, mas isso demanda
estudos especiais, porque são fortes os ventos que sopram do Norte e a ação
demolidora do mar, acossado pelo vento, faz a costa recuar, dia a dia, o que é
agravado pelo fluxo e refluxo das marés. A cidade bicentenária já perdeu
algumas ruas, recuando cerca de quatrocentos metros para o interior. Entre os
edifícios que desapareceram com o efeito da erosão, cita-se o Hospital Militar
da antiga guarnição."
"Uma testemunha da costa de outrora é a 'Pedra do
Guindaste', um bloco de argila tão endurecido que ali permanece cerca de 500
metros afastado do cais de proteção contra a ação hidro eólica. Contam que foi
ali que os portugueses desembarcaram para construir a Fortaleza de Macapá.
Quem foi Boanerges?
Marechal Boanerges Lopes de Sousa foi um dos eficientes colaboradores de Rondon, servindo na Comissão de Linhas Telegráficas de Mato Grosso ao Amazonas (Comissão Rondon) no período de 1910 a 1922; foi chefe de Estado Maior do Marechal Rondon na Inspeção de Fronteiras (Comissão organizada no governo do Presidente Washington Luiz); e entre outras atribuições, também foi Presidente do Conselho Supremo de Justiça Militar e integrou o Conselho Nacional de Proteção aos Índios, do qual, durante 9 anos, foi um dos mais estudiosos e dedicados membros. Os trabalhos que apresentou no decorrer do longo período que serviu sob a chefia de Rondon estão consubstanciados em minuciosos relatórios contendo valiosa documentação ilustrada com mapas, fotografias e dados estatísticos, os quais merecem ser divulgados.
Quem foi Boanerges?
Marechal Boanerges Lopes de Sousa foi um dos eficientes colaboradores de Rondon, servindo na Comissão de Linhas Telegráficas de Mato Grosso ao Amazonas (Comissão Rondon) no período de 1910 a 1922; foi chefe de Estado Maior do Marechal Rondon na Inspeção de Fronteiras (Comissão organizada no governo do Presidente Washington Luiz); e entre outras atribuições, também foi Presidente do Conselho Supremo de Justiça Militar e integrou o Conselho Nacional de Proteção aos Índios, do qual, durante 9 anos, foi um dos mais estudiosos e dedicados membros. Os trabalhos que apresentou no decorrer do longo período que serviu sob a chefia de Rondon estão consubstanciados em minuciosos relatórios contendo valiosa documentação ilustrada com mapas, fotografias e dados estatísticos, os quais merecem ser divulgados.
Fonte: BIBLIOTECA AMBIENTAL DA SEMA EM MACAPÁ
Essa expedição tem relevância em impressões históricas, mas também outro aspecto, relacionado ao transporte de prisioneiros políticos para Clevelândia, no Oiapoque, em que os relatos apontam histórias impactantes.
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