Raymunda Cezarina Rodrigues de La-Rocque, a dona Bebé, ou a Bebé Tacacazeira, nasceu em 02 de
abril de 1934, no Bailique, Distrito de Macapá, filha de Mário Palha Rodrigues
e Raimunda de Carvalho Rodrigues, mais conhecida como Dona Dica.
Dona Bebé, estudou no Educandário
Antônio Lemos em regime de internato até sua formatura, quando retornou à
Macapá mais ou menos em 1948; foi contratada pela casa Leão do Norte,
trabalhando como auxiliar da gerente, dona Clemência até seu casamento, em 15
de março de 1957, com o paraense Luiz Alfredo de La-Rocque, pioneiro do
Território Federal do Amapá, funcionário Público aposentado.
O casal teve três filhos, todos homens:
Abel Rodrigues de La-Rocque (54), técnico em eletrônica formado pela escola
Técnica Federal do Pará; Sérgio Roberto Rodrigues de La-Rocque, engenheiro químíco
industrial pela UFPA, atual secretário de transportes do Governo do Amapá (53);
Luiz Jorge Rodrigues de La-Rocque (50), escrivão de polícia, técnico em
contabilidade pelo Colégio Comercial do Amapá.
Em 1962, morre dona Dica, mãe de Bebé, que
começara com venda de tacacá e outras delicias como vatapá, caruru, beijo de
moça, cocada na Praça Veiga Cabral, sob uma das imensas mangueiras que foram
retiradas do leito da Rua São José. Bebé então assume o lugar da mãe e a banca
se desloca para o canto da Igreja de São José, de onde só saiu doente, para
falecer no dia 5 de março de 2004, em Belém do Pará. Seu corpo, em
reconhecimento à sua figura carismática, foi velado no Plenário da Câmara
Municipal, e sepultado no Cemitério de Nossa Senhora da Conceição, no mesmo
mausoléu da sua genitora, no Centro de Macapá.
Em 43 anos de trabalho, Dona Bebé
transformou o tacacá da família Rodrigues de La-Rocque, e outras delícias que vendia
ao cair da tarde, em um atrativo da cidade de Macapá.
Bebé atendia a todos os seus fregueses
muito bem, e pela ordem de chegada, sem distinção. Sua banca funcionava de
segunda a sábado, na calçada do prédio da Diocese, local em que se instalaram
as Livrarias Paulinas, e tinha um público eclético: ia de governador, juiz,
promotor, deputado, até o povão. Ela conversava muito pouco enquanto
trabalhava, e guardava a sete chaves os segredos que faziam do seu cardápio de
comidas típicas uma gostosura que os macapaenses jamais irão esquecer. Ah,
outra coisa: quando estava de folga não gostava de conversar sobre o seu trabalho...
"Aqui eu sou outra Bebé, não sou a
Bebé Tacacazeira".
Nota do Editor: Texto de João Silva, especialmente adaptado por João
Lázaro, para o blog Porta-Retrato.
O texto original – integral – editado e publicado pelo autor, em 14 de
outubro de 2012, sob o título: “Memória – Bebé Tacacazeira”,
no blog do João Silva.
Que tacacá gostoso que ela fazia! E o beijo-de-moça então....nem se fala. Saudades.
ResponderExcluirMelhor vatapá que já comi e a cocada era deliciosaaaaa. Humm!
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