terça-feira, 17 de abril de 2018

Foto Memória da Mineração Amapaense: O Pioneiro Cosme Jucá de Lima

Foto: Reprodução Tribuna Amapaense
A editoria do blog Porta-Retrato, vem agradecer a imprescindível colaboração do pioneiro Cosme Juca de Lima, que disponibilizou de seu arquivo pessoal, a coleção completa das Revistas “Icomi-Notícias” -    a primeira revista institucional a circular no Território Federal do Amapá - editada pelo Departamento de Relações Públicas da ICOMI, e distribuída gratuitamente aos funcionários da mineradora e para aqueles que gostavam de uma leitura diversificada.
As revistas - digitalizadas pelo pesquisador Rogério Castelo, editor do blog “Amapá, minha amada terra” – foram gentilmente cedidas a este editor, e assim enriquecem ainda mais o acervo de nosso blog.
Cosme Jucá de Lima, trabalhou na ICOMI, na mesma época em que também estive naquela empresa mineradora. Eu trabalhava na Secretaria da Gerência, em Santana e ele no controle de tráfego da Estrada de Ferro do Amapá – EFA. 
Na Rádio Difusora conheci o irmão gêmeo dele Damião Jucá de Lima, ex -cinegrafista e servidor aposentado da Tv. Amapá – Canal 6.
Conheça um pouco da história do amigo Cosme Jucá de Lima, extraída de uma reportagem publicada em 2013, no Jornal Tribuna Amapaense. Cosme, amapaense legítimo nascido em 1940, na localidade de Cassiporé, município de Oiapoque, filho de pais cearenses: Sr. Benedito Lima (carpinteiro) e Etelvina Jucá, (dona de casa). Com o falecimento de “seu” Benedito - e Cosme com cinco anos de idade - a família migrou para o município de Santarém (PA) onde residia uma tia materna. Lá permaneceram seis anos. Em 1950 retornaram para Macapá.
Cosme conta que o retorno não foi fácil para a família, que continuou tocando a vida na capital do então Território Federal do Amapá. Dona Etelvina mãe dele, viúva, era costureira e produzia mosquiteiros para vender no comércio local, principalmente para a Indústria e Comercio de Minérios S/A (ICOMI), que estava se estabelecendo em Santana.
Os filhos contribuíam para a renda da família. 
Além de estudar durante o dia, Cosme e seu irmão gêmeo, Damião, trabalhavam no horário noturno, carregando tijolos na antiga olaria territorial. Nessa época, tinham 12 anos de idade, isso até 1956, quando Cosme começou a trabalhar em uma loja de material esportivo, a “Casa Olímpia”.
Em 1957, com 17 anos, Cosme foi trabalhar na ICOMI, com a indicação de um amigo. Foi o funcionário de chapa nº 5139. 
Começou como oficie boy, depois telefonista, operador de rádio, controle de trem, até assumir a chefia de controle de tráfego da Estrada de Ferro do Amapá, administrada pela ICOMI.  
Durante o exercício das suas funções na mineradora, Cosme atuou na Serra do Navio, em Cupixi, Porto Platon, e por último voltou à sede da empresa, em Santana, onde se aposentou.
Um dos orgulhos de Cosme é a Estrada de Ferro do Amapá - a famosa EFA - que ele teve a honra de acompanhar e ajudar a administrar a sua construção, isso em 1957. Cosme conta que “em janeiro de 1958 a ICOMI fez o primeiro embarque de minério de manganês, no Porto Flutuante de Santana, construído com a mais avançada tecnologia da época, pois o porto acompanhava o aumento e a baixa da maré, sem causar problemas nos grandes navios que vinham receber os minérios".
A construção da Vila Amazonas e a de Serra do Navio, com a mais avançada arquitetura no meio da selva amazônica teve a ajuda de operários locais que revelaram extraordinária capacidade de adaptação ao novo trabalho e escalaram vários degraus acima e além dos níveis econômico e social em que viveram até então. Da noite para o dia, muitos que não tinham sequer remuneração regular, passaram a receber salários bem acima do salário mínimo regional. Cosme Jucá de Lima estava lá, para hoje contar a história.
 O atendimento social dado pela ICOMI era inseparável na Região Norte e Cosme relembra que o Hospital era de primeiro mundo e referência em todo o Brasil. "Os Hospitais de Santana e de Serra do Navio recebiam especialistas de todas as áreas médicas e de todas as nacionalidades. O sistema hoteleiro implantado competiu com os melhores do mundo, possuía da piscina à sauna, salão de jogos, tipo cassino".
Aos 34 anos Cosme Jucá de Lima se casou. A união durou 36 anos. Dela nasceram duas filhas, Danielli Quintas e Luana Quintas. Ao se aposentar, após 36 anos de serviço, Cosme retornou para Macapá e fixou residência na Avenida Mendonça Junior, e lá está há 25 anos. Cosme, hoje aos 78 anos de idade, já fez uma operação cardíaca e colocou uma ponte de safena e uma mamária, mas vive tranquilo em Macapá.
Texto adaptado de uma entrevista ao Jornal Tribuna Amapaense, publicada em 04/10/2013.

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