Os primeiros padres italianos que
faziam parte do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras-PIME, chegaram ao
Amapá, para substituir os religiosos alemães da Congregação da Sagrada Família,
na condução do catolicismo no Amapá.
De acordo com o padre Ângelo Bubani
(Pequeno Histórico da Diocese de Macapá, Macapá-AP, 1985), os primeiros padres
residentes do Pime a chegar ao Amapá foram Aristides Piróvano (que se tornou
superior local e primeiro bispo de Macapá) e Arcângelo Cérqua. Ambos
inicialmente atuaram na Pastoral Paroquial.
Eles chegaram em Macapá no dia 29 de
maio de 1948. Dom Aristides ficou até 1965, quando foi nomeado Superior
Regional do Pime em Roma. Arcângelo Cérqua foi em 1952 para Manaus, onde
assumiu o governo regional do instituto.
Marcaram presença como padres
pioneiros, além de Dom Aristides e o padre Arcângelo, os padres Vitório
Galliani, Ângelo Bubani, Carlos Bassanini, Luís Vigano, Mário Limonta, Lino
Simonelli, Jorge Basile e Irmão Francisco Mazolene. Estes chegaram na segunda
leva de missionários, ocorrida em 19 de junho de 1948. Vitório Galliani faleceu
em Macapá em 1983; Carlos Bassanini em 1973, e Mário Limonta abandonou o
sacerdócio em 1949, um ano depois. Foi com a chegada desses missionários que a
Pastoral da Juventude e os movimentos mariais tiveram novo avivamento.
Na imprensa, a presença do padre
Jorge Basile teve momentos decisivos, entre eles a criação da Rádio Educadora São José,
que ficou no ar até 17 de abril de 1978.
Na terceira viagem que fizeram ao então Território, foram engrossar as fileiras os padres Simão Corridori, Ângelo Negri,
Pedro Locati e Antonio Cocco (dezembro de 1948). O padre Dário Salvalaio chegou
em 13 de maio de 1950, mas faleceu seis anos depois (20.03.1956), vítima de
hidrofobia. Nesse mesmo ano chegam também os padres Ângelo Pighin, Mário
Fossati e Irmão Martinho Minelli. De 1953 até 1972, o Pime enviou para o Amapá
o correspondente a 46 padres, o que deu bastante impulso à Igreja Católica do
Amapá. A partir de 1972, a “Região Missionária do Amapá” foi desmembrada da do
Brasil-Sul, passando a ser governada por um próprio superior geral. O primeiro
da lista foi o padre João Airaghi (1972 a 1975). Seu substituto foi Rogério
Alicino (1975 a 1977), que deu importante contribuição à História do Amapá, com
o lançamento da obra “Clevelândia do Norte” (Bibliex, Rio de Janeiro, 1975),
seguido de Lino Simonelli (1978 a 1981).
A atuação do Pime foi de grandiosa
importância para o desenvolvimento social, apostólico e missionário no ex-Território do Amapá.
Destacam-se, aí:
– O orfanato São José, na Ilha de Santana;
– O orfanato São José, na Ilha de Santana;
– As escolas paroquiais São José
(extinta), São Benedito, Padre Dário e Dom Aristides Piróvano, em Macapá, além
de outras no interior do Estado.
A importância política dessa
instituição missionária se fez por ocasião dos períodos mais cruentos da
história contemporânea do Amapá, principalmente no período da ditadura militar
a partir de 1964, onde o jornal Voz Católica e a Rádio Educadora eram
verdadeiras forças de resistência, onde vários missionários tiveram que deixar
o país, movidos principalmente pela defesa da causa dos desfavorecidos pelo
novo regime de então. Entre eles, destacam-se os padres Gaetano Maielo e
Domenico Bottan.
O Pime se notabilizou pelo trabalho
pioneiro na educação através das escolas, na saúde através dos trabalhos de
assistência médica aos interioranos e, sobretudo, na promoção social do
habitante do Estado, onde vários nomes figuram como patronos de escolas (Dário
Salvalaio) e ruas (Vitório Galliani e Carlos Bassanini), além de centros
comunitários (José Maritano).
As Primeiras Paróquias
Precedendo à Prelazia de Macapá, as
paróquias começaram a surgir a partir de 1752, fruto de um trabalho missionário
intenso dos jesuítas, franciscanos e capuchinhos. Assim, a primeira paróquia
que antecedeu ao surgimento da Vila de São José (1758) foi criada com o nome do
futuro padroeiro e surgiu em 1752.
A paróquia de São José de Macapá
foi fundada pelo bispo do Pará, Dom Frei Miguel de Bulhões e Souza. O primeiro
vigário, padre Miguel Ângelo de Morais, jesuíta, chegou em 28 de janeiro. Nessa
época, a paróquia estava subordinada ao Maranhão. Miguel Ângelo permaneceu por
longo tempo em Macapá, ajudado pela Coroa Portuguesa que lhe dava, anualmente uma contribuição de 80 mil réis. A
necessidade de se construir uma igreja de grande porte na povoação, para que se
pudessem centralizar melhor os serviços da Paróquia, inspirou no jesuíta Miguel
Ângelo que, através de insistentes pedidos, sensibilizou o governador Mendonça
Furtado, que passou a pedir encarecidamente.
Após pedidos insistentes, foi possível em 1758, no mesmo dia da criação da vila (4 de fevereiro), o lançamento da pedra fundamental da futura igreja de São José de Macapá, cuja inauguração se deu em 1761, três anos depois, com a presença do governador do Pará, Bernardo de Mello e Castro, por ordem do bispo de Belém D. Frei João Queiroz. A bênção oficial da Igreja se deu em 20 de março.
Após pedidos insistentes, foi possível em 1758, no mesmo dia da criação da vila (4 de fevereiro), o lançamento da pedra fundamental da futura igreja de São José de Macapá, cuja inauguração se deu em 1761, três anos depois, com a presença do governador do Pará, Bernardo de Mello e Castro, por ordem do bispo de Belém D. Frei João Queiroz. A bênção oficial da Igreja se deu em 20 de março.
Dos vigários que por lá passaram,
merecem considerações maiores os padres Francisco José Pereira (1787 a 1792), o
amapaense Fernando da Costa Meninéia (1792 a 1800), Felipe Santiago de Vilhena
(1842 a 1850), José Martins da Penha (1851 a 1855), Joaquim Manoel de Jesus
(1855 a 1862), Cônego Estulano Alexandrino Baía (1870 a 1873), Orodico Mendes
da Silva (1884 a 1862), Genésio Ferreira Lustosa (1887 a 1895) e Francisco
Rellier (1903 a 1911). A partir de 1904, a paróquia de São José passa a
pertencer à Prelazia de Santarém até 1950.
A partir de 1912 a paróquia passa a
ser dirigida pelos missionários da Sagrada Família, tendo como primeiro vigário
o padre José Maria Lauth (1912 a 1913), padre Júlio Maria de Lombardi (1913 a
1923) e padre José Berchold (1923 a 1932). O último dessa Congregação fica de
1932 a 1947, quando a partir daí a Igreja de Macapá passa a ser assistida pelos
missionários do Pontifício Instituto das Missões (Pime)
A Paróquia de Nossa Senhora da
Assunção, em Mazagão, surge em 1845, tendo como patrona N. S. da Assunção
(Mazagão Velho), muito embora essa localidade já tenha tido sua primeira igreja
com residência anexa para o padre a partir de 1773, com parede de taipa,
coberta de palha e piso de chão batido, excetuando-se o presbítero que foi
soalhado.
Paróquia de N. S. da Conceição, no
Bailique, foi a terceira a surgir no Amapá, em 1883 (3 de dezembro). O padre
Genésio Lustosa foi seu primeiro vigário.
Paróquia do Divino Espírito Santo,
Município de Amapá – Surge em janeiro de 1904, passando a pertencer
inicialmente à Prelazia de Santarém até 1950. Se originou da construção de uma
capela em madeira, edificada em 1880 pelo casal Antonio e Maria Antonia
Principal, através de donativos que foram coletados pelo casal. O primeiro
vigário da Paróquia foi o padre Feliciano Fusay, que governou até 1912, quando
faleceu. Após sua morte, a paróquia ficou sendo governada pelo padre Ermano
Elsink (MSF) cumulativamente com Mazagão. Em 1919 passou a ser atendida pelos
padres de Macapá. Em junho teve início a construção de um templo para
substituir o de madeira, construído em 1880, tendo sofrido várias reformas ao
longo do tempo. Na nova construção, foram aproveitando os tijolos de uma
fortaleza antiga que os franceses, no século anterior, tinham deixado
inacabada, próximo à atual sede do município. Em 1922, o novo vigário, padre
José Maria Lauth (MSF) reinicia a construção, que passou para o padre Felipe
Blanke em 1930, mas ela só foi oficialmente inaugurada como Igreja Matriz em 28
de fevereiro de 1959, já na administração do Pime.
Outras paróquias – Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro (Santana, 1954), Nossa Senhora da Conceição (Macapá, 1959),
Nossa Senhora das Graças (Oiapoque, 1959), Nossa Senhora de Fátima (Macapá,
1964), Nossa Senhora do Brasil (Porto Grande, 1964), São Benedito (Macapá,
1964), Nossa Senhora dos Navegantes (Região das Ilhas, 1974), Sagrado Coração
de Jesus (Macapá, 1978), São Pedro (Macapá, 1978), Nossa Senhora de Fátima e
Santos Ambrósio e Carlos (Santana, 1979), Cristo Libertador (São Joaquim do
Pacuí, 1982) e Santa Bárbara (Serra do Navio, 1983).
Prelazia de Macapá
Foi com os padres do Pime que
surgiram a Prelazia e a Diocese de Macapá. A Prelazia foi criada em 1 de
fevereiro de 1949, pelo papa Pio XII, com a bula Unius Apostolicae Sedis. Isto
aconteceu com o desmembramento da Prelazia de Santarém. A instalação se deu em
30 de março de 1950. Nesta mesma data, a então matriz de São José é elevada a
Catedral. Quem oficializou o evento foi o arcebispo de Belém, Dom Mário Miranda
Villas Boas.
Os primeiros administradores da
nova Prelazia foram, pela ordem, Dom Anselmo Pietrulla (administrador
apostólico – 1949) e Frei Domingos Hermans OFM (vigário capitular de Santarém e
Macapá – 1950). A partir daí, todos os administradores da Prelazia passaram a
ser do Pime: Aristides Piróvano (1950 a 1956) e José Maritano (1956 a 1980).
Diocese de Macapá
A partir da Prelazia de Macapá, o
último padre do Pime a governá-la foi o primeiro da nova Diocese: José Maritano
(1981 a 1983). Ela foi criada pelo papa João Paulo II, com a bula Conferentia
Episcopalis Brasiliensis, de 14 de novembro de 1980 e solenemente instalada por
dom Vicente Zico, arcebispo de Belém, em 5 de julho de 1981.
No centro da cidade, o chamado quintal dos Padres era dividido em duas áreas por um grande barraco feito de madeira de lei, denominado Salão Paroquial Pio XII. Na parte maior ficavam os meninos, que eram mais numerosos. Na outra parte as meninas brincavam seguindo as orientações do Padre Lino Simonelli. Nos primeiros anos de atuação no Amapá, os sacerdotes italianos foram distribuídos pelos municípios então existentes e precisaram trabalhar bastante para fazer os católicos voltarem a frequentar a igreja.
No centro da cidade, o chamado quintal dos Padres era dividido em duas áreas por um grande barraco feito de madeira de lei, denominado Salão Paroquial Pio XII. Na parte maior ficavam os meninos, que eram mais numerosos. Na outra parte as meninas brincavam seguindo as orientações do Padre Lino Simonelli. Nos primeiros anos de atuação no Amapá, os sacerdotes italianos foram distribuídos pelos municípios então existentes e precisaram trabalhar bastante para fazer os católicos voltarem a frequentar a igreja.
Fontes consultadas:
- Navegador Brasileiro Weblog/O
início das religiões no Estado do Amapá. Disponível em encurtador.com.br/hzL23;
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