sábado, 12 de outubro de 2024

REVIVENDO LEMBRANÇAS DE DONA ANASTÁCIA DO ESPÍRITO SANTO (in memoriam)

A marabaixeira Anastácia do Espírito Santo faleceu em Macapá, em 12 de setembro de 2024, aos 81 anos de idade. Ela integrou a Associação Cultural Marabaixo do Laguinho por quase uma década.

Hoje se completam trinta dias desde a sua partida.

Dona Anastácia era muito feliz e orgulhosa no Marabaixo por ajudar a fortalecer a cultura negra do Amapá.

Anastácia Martial Josaphat do Espírito Santo, nascida na cidade de Macapá, em 11 de maio de 1943, moradora do bairro do Jesus de Nazaré, filha de Jean Baptista Josaphat e Denize Martial Josaphat. Fez o ensino médio na Escola Coaracy Nunes e concluiu o ensino fundamental no Colégio Comercial do Amapá, o antigo CCA.  Aos 17 anos, iniciou o seu primeiro emprego no Hospital Geral de Macapá, demonstrando interesse pela profissão de enfermeira e atendente dos médicos da época. Se identificou com a profissão e decidiu cursar Enfermagem, uma atividade que desempenhava com paixão e dedicação. Em diversas ocasiões, afirmava que gostava muito do que fazia e que faria outra vez pelo prazer de poder ajudar outras pessoas. Sentia orgulho pela profissão que escolheu para exercer até se aposentar. Se casou com Antônio Lino do Espírito Santo, com quem teve seis filhos: Suzana do Espírito Santo (falecida), Rosana do Espírito Santo, Antônio Lino Filho, Geovana do Espírito Santo, Divana do Espírito Santo e Denize do Espírito Santo. Ficou viúva em 1993. Teve a felicidade de ser avó de três netos (Tarique, Samuel e Bernardo) e uma neta (Amora Luiza). Ana Júlia, sua bisneta, não conheceu pessoalmente, que chegou recentemente. Mulher forte, resiliente e guerreira diante dos desafios da vida para manter a família unida e, junto com o marido, prover a educação e o estudo dos filhos.  Após a morte do esposo, residiu por alguns anos na Guiana Francesa, onde conheceu um francês, também falecido,  com quem permaneceu por mais de 20 anos, mas nunca esqueceu suas origens e o amor que sentia pela Universidade de Samba Boêmios do Laguinho, onde desfilou por vários anos, demonstrando grande paixão pelo Carnaval. Como sempre frequentou as rodas de Marabaixo, foi convidada por amigos para participar do Grupo Ladislau devido à sua alegria e carisma. Em 2008, começou a se apresentar como integrante do Grupo de Marabaixo durante as festividades do ciclo do marabaixo, acompanhada de suas colegas e amigas. Em algumas ocasiões, era levada por amigos ou por uma de suas filhas. Uma curiosidade é que ela aprendeu a nadar aos 65 anos, quando decidiu abandonar o medo e começou a se dedicar a essa atividade física, competindo em torneios de natação da Melhor Idade em Macapá, na piscina Olímpica, vencendo em algumas modalidades. Tinha muita vontade de cantar, dançar, estudar arte e pintar, o que a levou a se matricular na Escola Cândido Portinari. Se matriculou, inicialmente, no Teatro e, posteriormente, na pintura em tela. Aprendeu algumas técnicas de pintura, que registrou em telas expostas em sua residência. Ela adorava viajar, percorreu alguns países e estados brasileiros através de passeios turísticos, apreciava um bom vinho e desfrutar da companhia de amigos. Era vaidosa, mantendo-se sempre saudável e praticando caminhadas e natação semanalmente. Ao chegar aos ambientes, era logo percebida, devido à sua voz e gargalhada alta, que todos conheciam. Dona Anastácia Martial Josaphat do Espírito Santo, está sepultada no Cemitério de Nossa Senhora da Conceição, no Centro de Macapá, o mais antigo da cidade.

NOTA DO EDITOR:

Biografia montada graças ao esforço do amigo Ed Prado, com dados fornecidos pelas filhas da homenageada, a quem expressamos gratidão!

Conheci Dona Anastácia, quando era esposa do Antônio Lino do Espírito Santo, pois ele era motorista do Almoxarifado da Prefeitura Municipal de Macapá, órgão em que trabalhei a partir de 1979, após sair da Rádio Nacional de Macapá. (João Lázaro)

Fotos: Arquivo da família

2 comentários:

  1. Édi Prado- Gratidão. Existem pessoas assim, que nos deixam com este sentimento só por ter existido,pelo jeito amoroso, alegre, gentil e amigas. O João Lázaro tem se empenhado em imortalizar com registro no porta-retrato.ap. As filhas foram gentis e atenciosas
    Atenderam ao nosso pedido de nos enviar a biografia de D. Anastácia do Espírito Santo. Está aí, 30 dias após seguir para o mundo espiritual, para nos deixar viver as boas lembranças.

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