domingo, 17 de junho de 2018

Pioneira da Educação do Amapá: Professora Aciné Garcia Lopes de Souza

Hoje, prestamos justa homenagem à essa pioneira do magistério amapaense, que desde muito jovem foi trabalhar no recém-criado Território Federal.
Falamos em Raymunda Aciné Garcia Lopes de Souza que nasceu em Belém (PA), em 18 de março de 1926, filha de Judith Medeiros Garcia e de João de Brito Monteiro.
Dona Judith foi bordadeira da fábrica confiança em Belém e ao chegar em Macapá passou a costurar para senhoras da cidade; seu João, músico, saxofonista, viveu sua infância e adolescência na Rua Domingos Marreiros – Bairro do Umarizal, onde permaneceu até ir para Macapá.
(Reproduções Google images)
Como toda jovem, Raymunda Aciné frequentou a escola e fez o curso primário, da alfabetização até a 1ª série, na Escola João Carlos Nascimento da professora Mariana Tupiassu de Souza; 2ª serie no grupo Escolar Dr. Freitas e de 1936 a 1938 no Grupo Escolar Barão do Rio Branco, onde concluiu o primeiro grau.
(Reprodução)
Estudou de 1939 até 1943 na Escola Normal do Pará, tradicional escola paraense por onde passou a maioria das jovens paraenses e que formou dezenas delas que foram para o Amapá.
Raymunda Aciné se formou em março de 1944, nesse mesmo ano viajou junto com sua mãe na lancha Amapá na companhia do primeiro governador do Território Federal do Amapá capitão Janary Gentil Nunes, e assim iniciou suas atividades de professora normalista.
Aciné conta que ao chegar em Macapá foi instalada na casa do Sr. Acésio Guedes, depois foi alojada na residência de uma família judia, e algum tempo depois passou a morar com a professora Maria Carolina até conseguir a casa cedida pelo governo na rua General Gurjão, no Bairro Alto, isso nos idos de 1952.
Alguns anos depois chegou de Belém o sobrinho do Sr. Cleveland Cavalcante, o jovem Altevir, que se juntou ao grupo de jovens que se reuniam para ir aos bailes e,  de festa em festa, foi assim que se conheceram, namoraram, noivaram e casaram em 31-05-1956 no civil no Fórum de Macapá e no religioso na Catedral  de São José.
Dessa relação nasceram três filhos Rivetla, Roseanne e Marcellino, e dois netos Bruno e Eric.
A história da professora Aciné, como era conhecida no magistério, tem seus compassos e muitos deles foram aventuras pedagógicas nos cerrados amapaenses.
Sua admissão nos quadros do recém-criado Território Federal do Amapá, aconteceu em 29 de maio de 1944, como professora Classe ‘F’. Em 1945 foi dispensada e deu continuidade aos seus estudos no período de 1946 a 1948 no Instituto de Educação do Pará, formando-se no Pedagógico em 1948. Em 5 de abril de 1950 readmitida nos quadros como professora Classe ‘B’ e em 20 de setembro de 1963 foi definitivamente enquadrada como Assistente de Educação 14-A.
Neste interim Aciné deu continuidade aos estudos superiores e cursou de 1972 a 1973 Licenciatura em Letras pela UFPA, no Núcleo Amapá, na Escola Tiradentes e a complementação em Plena em Letras Português/Francês. Além disso durante sua vida funcional cursou dezenas de ações educativas voltadas para ampliação e aperfeiçoamento educacional, além das suas atividades administrativas que passou a exercer como gestora escolar e de administração pública.
Raymunda Aciné exerceu grande liderança, influenciou e apoiou ações de atividades voltadas para uma educação exitosa no Amapá, dentro das áreas desportivas e literárias. 
Participou de encontros, congressos, seminários e atividades fins que envolviam administração e supervisão escolar e foi uma das amapaenses que participou da implantação da nova legislação educacional a LDBE 5692/71. Recebeu centenas de portarias e diplomas de elogios e Honra ao Mérito pela dedicação à educação amapaense.
No exercício de gestão escolar, dirigiu o Grupo Escolar de Mazagão em (1961/1963), e o Instituto de Educação do Território do Amapá (IETA) de (1969/1972)(fotos). Chefiou o Ensino de Primeiro Grau em 1972. Em 1974 respondeu pelo cargo de secretária de Educação e Cultura e passou a ser interina no mesmo ano. Professora Aciné foi designada e compôs diversas comissões de importância dentro do sistema educacional do Amapá, desde a organização da Semana da Pátria e Bancas Examinadoras, assim como representante amapaense em encontros nacionais voltados para alavancar o sistema de ensino. Participou de inaugurações de prédios escolares e da implantação do Ensino de 2º Grau (hoje Ensino Médio) no Amapá. Compôs e coordenou a Comissão de Legislação de Ensino da SEC. Administrou a Escola Barroso Tostes em 1978, participou da Prevenção ao uso de tóxicos por estudantes. Em 1981, compôs o Plenário do Conselho de Educação do Amapá.
Foram 34 anos dedicados exclusivamente à Educação Amapaense.
(Reprodução/Tribuna Amapaense)
Hoje Raymunda Aciné Garcia Lopes de Souza, reside em Belém (PA) com seus filhos e aos 92 anos continua ativa, dedicando-se a trabalhos religiosos, e ativando o seu lado escritora lançou em março dia de seu aniversário, quando completou 92 anos, o livro Espiritualidade Conjugal Tesouro do Matrimonio, voltado para casais cristãos.
Aciné fez uma promessa de ir ao Amapá, fazer o lançamento de sua obra em Macapá e reencontrar os amigos. O livro de Raymunda Aciné será doado.
Texto de Reinaldo Coelho, adaptado ao blog Porta-Retrato.
Matéria completa você lê na edição nº 613 do Jornal Tribuna Amapaense

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