sábado, 18 de abril de 2020

Memórias da Macapá de Outrora: PEDRO OLDEMIR BARBOSA – Mestre “BATINTIN”

PEDRO OLDEMIR BARBOSA, nasceu dia 15 de junho de 1934 em Alenquer, no Estado do Pará.
Chegou a Macapá em 1948, aos 10 anos de idade. Cursou o ensino primário na escola Barão do Rio Branco. 
Neste período da infância participou ativamente do grupo de escoteiros Veiga Cabral no bairro do Laguinho. Lá iniciou seu aprendizado de bater tambores, surdo e tarol. Anos mais tarde se tornaria o maior instrutor de bandas marciais do ex-Território do Amapá. 
Tinha a função de puxar os pelotões nos desfiles de 7 e 13 de setembro, juntamente com Expedito da Cunha Ferro, o 91 que, fora seu colega de escotismo. Ainda muito jovem, tem seu primeiro emprego na Divisão de Obras no governo de Janary Nunes, onde trabalha na construção dos sistemas de tubulações e abastecimento de água de Mazagão, Oiapoque e Amapá. Permanece nesta atividade até 1956. Em 1961, vai trabalhar como inspetor de turmas no Colégio Amapaense.
Por ser um exímio batedor de tambor, é convidado por Maurício Bandeira para dirigir a banda marcial do Colégio Padrão, como era conhecido o Colégio Amapaense à época.  A partir de então Batintin imprimiria seu estilo inconfundível que o consagraria como o grande maestro da inesquecível banda marcial daquele educandário.
Inovou nas batidas, ritmos e evoluções que, trouxera do cerimonial do exército brasileiro, dando um toque refinado e harmonioso na banda do colégio padrão, que lhe renderam inúmeras medalhas e condecorações de honra ao mérito, pelo brilhante trabalho desenvolvido nessa atividade.
Cléo Araújo, advogado e ex-integrante da banda do CA, dá seu testemunho ao trabalho de Batintin: “Sob a direção de Pedro Oldemir Barbosa, inspetor de alunos, pude experimentar, desde os ensaios, um misto de empenho, seriedade, honestidade, coleguismo, solidariedade, bom paternalismo, dentre outros sentimentos. Muita gente queria participar da banda do CA, mas nem todos tinham pendores artísticos. Ali só entrava quem fosse avaliado pelo mestre da banda, que, após um crivo de qualidade, decidia se o aluno participaria ou não do rol de ritmistas. Ele não admitia atrasos e só em casos devidamente justificados, dava outra chance ao faltoso, pois aquele trabalho era de total dedicação. Do contrário, a banda não manteria seu honroso nome e não arrancaria aplausos por onde passasse.
Nossos ensaios eram regados a muito humor e alegria. Quem era da banda, de certa forma, possuía prestígio junto aos demais colegas, posto que éramos nós que ditávamos o ritmo dos ensaios e desfile na semana da pátria. Se alguém saia da cadência, apressando o andamento da banda, o Mestre Pedro Oldemir dava aquela bronca!
Cléo, conclui dizendo que, ” apesar de ríspido, Mestre Batintin sempre se mostrava compreensivo com os problemas dos jovens e, nos casos de pobreza de membros da banda, providenciava, junto à direção, sem alarde, o uniforme do aluno. Isso pouca gente ficava sabendo...”
Batintin realizou um grande feito nos desfiles de 7 e 13 de setembro de 1972, ao desfilar na Avenida FAB lotada com 132 componentes, quando o habitual era as bandas desfilarem com no máximo 50 integrantes. Inovou também quando introduziu as balizas que, eram duas belíssimas estudantes que desfilavam e faziam evoluções à frente da banda.
Uma das balizas à época foi a escritora e poetisa Alcinéa Cavalcante.
Diz aí Alcinéa?
“Bons tempos!
Quem confeccionava minha roupa de baliza era a mãe do Walter Junior.
Esta aí era vermelha, toda de veludo, e com detalhes em vidrilhos e lantejoulas vermelhos.
Nas vésperas dos desfiles, eu sempre fazia um ensaio de madrugada na FAB.”
Batintin permaneceu como instrutor da banda marcial do CA por 14 anos e, escreveu seu nome definitivamente na história Tucuju como um dos maiores instrutores que o Amapá já teve. 
Retirou-se da vida pública em 2003, com relevantes serviços prestados ao funcionalismo do Amapá.
Hoje aos 82 anos, vive em Macapá, com a família.
PEDRO OLDEMIR BARBOSA, por esses feitos, é justamente homenageado como um notável edificador, pelo Memorial Amapá!
Biografia por Wanke Do Carmo, historiador e colaborador do Instituto Memorial Amapá adaptado ao blog Porta-Retrato, com a devida anuência do autor.
Fontes consultadas: Blog da Alcilene / Repiquete é Memória
Fonte: Facebook / Memorial Amapá

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