No primeiro
disco gravado em 1982 pela Gravasom de Belém do Pará, todos os sambas foram
interpretados por um cantor paraense, acompanhado por ritmistas, também do
Pará.
A capa do disco foi uma criação do artista plástico Herivelto Brito Maciel que, a pedido da produção, nos enviou áudios, com explicações detalhadas de como aconteceu o convite para fazer parte desse registro histórico: “...eu recebi de alguém dessa comissão que você fazia parte, um convite, que tinha que responder; eu fui lá e respondi positivo, que iria participar.” Herivelto acrescenta que “...a princípio, a ideia era de fazermos um desenho, tipo em aquarela...que depois foi descartada, parti para o concressionário artístico...que se compunha de serpentina, confete, talco, e o lança perfume...como não consegui a ampola de lança perfume na ocasião, coloquei os elementos que dispunha ao chão...com uma parte da serpentina aberta e joguei os confetes por cima, então veio daí a expressão desse movimento acabado que dá o resultado ao concressionário artístico”.
Herivelto nos enviou, também, cópia de um esboço a lápis e montagem final do layout com a ideia de como ele queria que ficasse a capa do disco. Com esse projeto o renomado artista tornou-se o primeiro ilustrador das capas de discos oficiais do Carnaval amapaense.
Como no ano anterior, nos discos dos carnavais de 1983 e 1984, os cantores amapaenses foram
levados até a capital paraense, sendo contratados em Belém apenas os músicos. Nestes,
a capa (layout) foi desenhada pelo arquiteto Antônio Brito, sendo que a
fotomontagem da capa de 1984, foi feita por Fernando Leite do
Foto Galeria.
No Carnaval
de 1985, o disco foi gravado nos Stúdios Havaí no Rio de Janeiro, com os
cantores amapaenses acompanhados por músicos cariocas, sob a direção artística
de Dominguinhos do Estácio.
Por último
em 1987, foi gravado um disco também nos Studios Havaí, ainda com a direção de
Dominguinhos do Estácio e auxiliado na produção por João Lázaro.
Durante os
quatro anos seguintes - 1988 a 1991- não houve gravação de discos.
Em 1992 -
na era Estado – os sambas-enredo sofreram uma regressão na qualidade de
produção pois voltaram a ser gravados em Belém do Pará.
Nota do Editor: Tive a oportunidade de participar da Comissão Organizadora do Carnaval Amapaense de Rua de Macapá, desde 1982 até 1987, período em que a Prefeitura de Macapá, tinha essa incumbência na cidade; consequentemente, participei diretamente do processo de produção de todos os discos citados na matéria. A partir do ano seguinte (1988), com o advento do Estado, o Governo do Amapá, assumiu a responsabilidade pelas gravações dos discos de carnaval. (João Lázaro)
Fotos: Acervo pessoal de João Lázaro.
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Fonte: Texto – adaptado para o blog Porta-Retrato-Macapá - extraído do documentário PAPIRO, publicado em 29 de fevereiro de 1992, pela Editora Papiro Ltda, com pesquisa e texto dos jornalistas Ernando Rozza, Édi Prado e Paulo Matos.
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