Fizemos um corte nesta foto de 1957, para destacar o prédio do lendário "Urca Bar" porque infelizmente,
não temos nenhum registro fotográfico disponível na internet, da época em que esse conceituado bar de Macapá, funcionava na esquina da Av. Feliciano Coelho com a Rua
Eliezer Levy no bairro do Trem.
Demos ênfase
ao citar a cidade de Macapá, para não confundir os leitores mais novos e/ou de
outros estados, que não tenham conhecimento sobre a memória da capital
amapaense, pois existe um Patrimônio Cultural carioca, desde 1939 conhecido
como um dos locais mais charmosos do Rio de Janeiro.
Como surgiu?
O que se
sabe foi contado por ele mesmo em 1987, ao jornalista Édi Prado e publicado no
blog Porta-Retrato-Macapá, quando Édi era primeiro editor do Jornal do Dia.
O construtor
do Urca Bar, de Macapá, foi o pioneiro Durval Alves de Melo, um afuaense que
começou a trabalhar muito cedo, por ter perdido os pais ainda novo e após isso,
foi levado para Belém, pela madrinha.
Na capital
paraense, trabalhou na estrada de ferro, depois no Departamento de Limpeza
Pública de Belém, e lá ouviu falar em Macapá. Diziam que estavam precisando de
mão de obra e o governo estava contratando muita gente.
Sem
dinheiro, ele decidiu aventurar, tentou e conseguiu a ajuda do Sr. Tibúrcio
Ribeiro de Andrade, dono do barco que fazia linha para Macapá.
Ao chegar à
cidade, passou por alguns perrengues, mas, pouco tempo depois conseguiu um
emprego no Governo de Janary Nunes. Falava com orgulho por ter ajudado a
construir o Macapá Hotel. Contava que lá, ele descascou cebola, batata, e
depois passou a ser uma espécie de apontador, que distribuía tarefas, pela
facilidade com que dominava os serviços.
Depois foi
padeiro, cavou valas para a encanação do primeiro Poço do Mato, o primeiro de
Macapá que atenderia a população da pequena cidade. Devido ao porte físico, foi
convidado pelo governador para exercer a função na Guarda Territorial onde
permaneceu durante sete anos. Como não era o que ele almejava, pois tinha
ambições maiores, juntou umas economias e resolveu deixar a Guarda Territorial.
Segundo ele, com uma poupança de cem Contos de Réis, montou o "Urca
Bar" na esquina da Av. Feliciano Coelho com a rua Eliezer Levy, no bairro
do Trem, iniciando as atividades etílicas e um espaço de encontro noturno.
Vale
salientar, que a mudança da moeda corrente, para o Cruzeiro ocorreu em
01/12/1964, com promulgação da Lei nº 4.511.
A partir daí
é o que se sabe:
O Urca Bar,
foi um estabelecimento comercial montado nos anos 50, pelo comerciante Durval
Alves de Melo, na esquina da Av. Feliciano Coelho com a Rua Eliezer Levy, no
Bairro do Trem, que, anos mais tarde, foi repassado ao Sr. Alemão.
Foi o
"point" da cidade!
Lembro bem
que lá funcionava: o escritório da Vical, uma barbearia, salvo engano, do
Joaquim, tinha a relojoaria do Isaac Bello e no início havia um alto-falante
que tocava os boleros da época.
A amiga Eunice Santos Pereira, promotora de eventos na cidade, complementa lembrando que “o Urca Bar era um comércio que vendia gêneros alimentícios em geral, sendo seu proprietário chamado Sr. Alemão, que ao se aposentar da ICOMI, passou ser comerciante até, resolver ainda em vida, voltar para sua cidade de origem ( não lembro o nome ) passando o prédio para um dos seus funcionários antigo chamado Belmiro, onde por muito tempo administrou o bar se tornando sempre um ponto de comércio que, atendia principalmente os moradores do Bairro do Trem. Hoje o Sr. Belmiro continua no ramo comercial, com um ponto em frente da Sede do Trem, c/ a General Rondon”.
Fotos: Arquivo do blog
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