Os primeiros indícios relacionados à implantação de energia
elétrica no Amapá remontam ao final do século XIX, quando a cidade de Macapá
ainda era mantida por um Conselho Administrativo, coordenado por um Intendente
indicado pelo Governo do Pará.
Em 21 de novembro de 1896, o Conselho Municipal de Macapá
publicou um Edital, concedendo a arrematação pública de 50 lampiões e 50
“mangas” de vidros novos, a serem utilizadas no serviço de iluminação noturna
da cidade de Macapá.
Tais materiais foram adquiridos no início do ano seguinte e
colocados em locais considerados estratégicos pela Intendência de Macapá, na
qual se distribuíam pelas quase dez ruas e travessas existentes na cidade, onde
um “faroleiro” (cidadão-responsável pelos serviços de manutenção desses
lampiões) percorria no horário entre 19h e 20h para acender individualmente
as lamparinas – movida à querosene – instaladas em postes de madeira (tipo
virola), cumprindo um ritual diário que fora ordenado pelo chefe majoritário da
cidade (o Intendente), sendo posteriormente necessário apagar cada lamparina
antes das 06h da manhã.
Macapá, em 1908, vendo-se no canto da esquerda um poste com lampião
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O serviço ficou se estendendo entre os anos de 1896 a 1913,
quando o Intendente Jovino Dinoá solicitou a expansão dos lampiões para uso
interno de prédios públicos como a Fortaleza de São José e a frente da Igreja
Matriz (São José). Vale ressaltar que esses serviços eram cobertos por custo
incluídos nos orçamentos anuais do Executivo paraense.
O jornalista João Silva conta - em matéria publicada na
revista Perfil do Amapá, edição de 1998/2000 - que “o acendedor de luz da
velha Macapá - na época do Território Federal - era o Sr. José Monteiro, um morador do Bairro do Laguinho, que
a comunidade chamava de Zé da Luz ou Zé da Lina. Lina era a mãe dele, matriarca da
tradicional família Monteiro, que deu para o esporte Pedro Monteiro, que fundou
o América
Futebol Clube, e um dia sonhou em construir o ‘Estádio Pauxy Nunes’.”
“Todo o santo dia – chovesse ou fizesse sol – Zé saia
do prédio da Usina de Força e Luz, na antiga General Gurjão, para iluminar a
cidade com uma imensa vara. E iluminar aos poucos, pois o percurso era feito de
bicicleta e com cuidado, face a buraqueira das ruas de chão batido. Além disso,
o nosso acendedor de luz tinha de levar uma vara, que servia para acionar as chaves
no alto dos postes de madeira. Macapá era quase nada e se limitava à Rua da
Praia, o largo da igreja Matriz, a Praça Barão do Rio Branco (Vila de Santa Engrácia),
Formigueiro, Bairro Alto, Favela e Morro do Sapo, além de algumas casas que se
espraiavam na direção dos bairros do Trem, Laguinho e Igarapé das Mulheres
(atual Perpétuo Socorro."
José Monteiro, nasceu em 1914.
Viveu 86 anos em Macapá, onde faleceu, em 17 de Outubro, do ano 2000.
José Monteiro, nasceu em 1914.
Viveu 86 anos em Macapá, onde faleceu, em 17 de Outubro, do ano 2000.
Texto reproduzido do
blog LUZ AMAPAENSE.
Informações complementares do jornalista ´Édi Prado, amigo da família.
Informações complementares do jornalista ´Édi Prado, amigo da família.
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